sexta-feira, 19 de maio de 2017

Rebelde com Causas

Educação sem prática não existe.



O mundo hoje passa por uma série de violações humanas tanto quanto no passado. E isso me remete a um texto em que fiz um comentário a respeito a dizer que, antes, num passado não muito remoto, em épocas de guerras civis, passávamos por coisas bem piores. Engano meu, Parece-me que, graças a racionalidade e a inteligência humana, estamos superando o passado. Não é nada que possa nos orgulhar. Pelo contrário. 

Em nome de nossas inteligências, de nossas consciências, de nossas descobertas, teríamos que ter aprendido a lidar com os mistérios do materialismos. (O que quero dizer é que) Nunca se falou tanto em interesses políticos voltados a políticos, de guerras em nome de valores aquém-humanos, de genocídios em nome de religiões, de religiões que se perdem em nome da política.

Em outrora, dispensamos tais relatividades, mesmo porque vivíamos em nome de divindades, pelas quais se viam um mundo melhor, ou pelo menos vislumbrávamos. Não tínhamos escolha, ou tínhamos, mas sempre com vistas ao respeito universal, como alunos primários olhando o professor, que sempre, ao abrir seu pronunciamento, nos ensinava tudo da vida -- do respeito ao primeiro ao último ser da terra.

Hoje, precisamos dessa educação, ou pelo menos começar, em formigas, a olhar para nós mesmos e parar de por culpa nos outros, ou mesmo em demônios que criamos. Parar de sustentar a ideia de que Deus vai nos dar, vai nos alimentar, vai cuidar de nós, e que paraísos simbólicos existem com finalidades de nos agradar no pós-morte.

A educação, atualmente, combina-se com um "buraco negro", desses que se alimentam de tudo, mas não se sabe para onde vai a comida. Isto é, apostamos nos pais para nos dar o caráter e nas escolas, universidades, a didática, a informação -- o que não seria de modo algum errôneo --, porém, a questão não se restringe apenas em descobrir onde se está o errado, mas entrar em contato com a prática, determiná-la, pronunciá-la como donas de nossa alma.

Esses dias, fui a uma manifestação que seria contra as mazelas do governo atual, em relação às leis trabalhistas, à Previdência Social, enfim, contra ao que chamo de avião sem comando... Muitos me perguntaram "Por que você está aqui? você ganha bem, ainda que tenha uma Previdência modificada, e sem falar em leis trabalhistas, você não é atingindo!"... 

Antes de sair de casa, antes de colocar minha roupa de "manisfestante", antes até dessa loucura que estão tentando nos empurrar, eu já tinha pensado em um ato como esse, não popular, dentro do que chamam de organização em massa, pensei em me levantar em prol ao grande povo, excluído, romântico, desinformado, o qual nem mesmo sabe o porquê de manifestações, apenas, como diria meu antigo cunhado... "de comida na mesa".

Não queria fazer feio. 
Mesmo em uma ação interessada como essa, me achei o máximo, o salvador, ou a pessoa mais idealista de todas, Claro que sempre nos sentimos assim, após refletir acerca do que somos e podemos fazer em prol de alguém ou de uma coletividade, e isso é bom, Nos dá ânimo para as próximas formas de realizações, pequenas ou grandes, práticas ou não... Entretanto, apenas a prática nos alimenta de esperanças quando levada a fio.

Quando nos formamos na faculdade, parece que somos pequenos deuses realizados no que nos especializamos, e percebo isso em jovens de hoje, nesses senhores do amanhã. os quais sintetizam o que sonhamos ser. Contudo, se olharmos o passado, sábios, filósofos, generais, não eram voltados a uma teoria formatada para adicionarmos à sociedade, mas tinham ideias grandiosas as quais sintetizavam o bem maior da humanidade, não apenas de uma sociedade.

No passado, as chamadas "faculdades" ou escolas iniciáticas -- como as de Platão, Aristóteles, Pitágoras, até mesmo as escolas pré-Socráticas, tinham a teoria forte, levada, cada uma, a uma prática fiel daquele presente, como era o caso das escolas Pitagóricas, nas quais o indivíduo que nela entrasse teria que passar, primeiro, por três etapas, mas a mais importante -- que eu me lembre agora -- é a dos acusmáticos, homens que ficavam calados diariamente, sem abrir a boca o dia inteiro, apenas a ouvir os mestres daquela escola.

É preciso ser assim. Mas sem violações humanas. E quando olhamos o passado, acreditamos que nele houve esse tormento, mas é pura ignorância de nossa parte, mesmo porque a compaixão, naquele momento, só existiria para atrapalhar o caráter do aluno. De caráter eles entendiam tudo.

Hoje, nosso caráter é moldado às profissões, à violência urbana, ao bulyng, ao Deus que nos castiga, ao demônio que nos espreita, ao vizinho que nos observa, ao nada, às contas que não podem atrasar... Ao que mais?... Ao nada que nos massacra ante às informações inúteis e diárias, as quais nos parecem pegas da rua, como um holofote incessante em nome do nada a buscar a mentira em tudo.

A realidade é eterna e a verdade está dentro de nós.

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