sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Êxito do Nada


Poderia dizer muitas coisas, mas seriam apenas opiniões. Assim, não teriam sentido. Seriam apenas palavras ao vento baseadas em premissas sem lastro, definidas apenas como opiniões... E no decorrer de minhas premissas, sem particularidades, apenas como pedras a estreitar mais a compreensão, linhas se formariam, parágrafos se tornariam crianças a desenvolver-se num ritual lúdico... Não, não vou me dar o trabalho de dizer algo.


Poderia criar mais de um parágrafo, afinado com as circunstâncias, com meus problemas internos, com a dor do mundo, com o filosofar do universo. E nele criaria sugestões que, se não bem colocadas, criar-me-iam inimigos, e, de acordo com minha capacidade em não criá-los, desistiria. Por isso, desisto...


Não. Não tenho razão em alimentar fantasmas que se unem em festas dentro de almas, se alojam no epicentro do nada e criam o tudo, como um átomo em ebulição em meio a seu próprio universo de átomos, que geram mais e mais nadas. Por isso, mais palavras ao vento eu jogaria...

Nada melhor do que sentir-se sozinho, junto de seus pensamentos. Calmo. Ameno. Sem pensar em qualquer coisa que cause espanto, admiração, espasmo, susto... Confusão. Nada melhor do que discorrer sozinho, sem pretensões interesseiras em forma de palavras frias, sem rumo. Nossos caminhos merecem mais que isso. Merecem ladrilhos de ouro, ornamentados e pratas em seu meio fio... Palavras maltratam, nos fazem fugir do assunto, desmistificam a realidade...


E assim, consigo, com meu peito cheio de orgulho, dizer que escrever nada mais é que criar a dor em linhas; por isso, não escrevo. Nem quero fazer em breves espaços mentirosos como em paginas em branco, como nossa mente. Seriam incongruências, falácias, e além de tudo, prolixo, ímprobo de minha parte – como um escritor, que não sou – tentar enganar-me na feitura de estruturas subliminares e em suas entrelinhas ser o que não sou.


Poderia fechar meus pensamentos em um texto, e dizer que nele nada faria, apenas ficar calado, propenso a silenciar-me nas palavras, enganosos símbolos, as quais nos fazem nos debruçar ante nossa própria incoerência de ser o que não somos, até o fim de nossos dias – verdadeiros, perante nos mesmos.


Regis :O)

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....