terça-feira, 16 de outubro de 2012

Identidades, Oceanos e Divindades: fim (?)

"A busca é vã quando se é feita sem amor"

...E essa busca desenfreada por nossa identidade tem seu bônus, o seu ônus, dos quais aprendemos que recuar às vezes é a melhor saída, adequando-nos a uma característica da personalidade que se assemelha ao estado de bem-aventurança, ainda que seja um estado relativo, não absoluto, ou seja, um estado passageiro...
Desse estado, contudo, aprende-se que a natureza nossa de cada dia pede para sermos realmente humanos, fortes, filhos de algo maior, e ao mesmo tempo pai e mãe de nossos erros, mas como eu disse... Em um estado relativo.
E por ser nesse estado uma experiência que pode ser chamada de divina, também podemos nos elevar, buscando ferramentas diárias – em problemas, conflitos, batalhas, guerras; não em solidões desnecessárias, ou acima das montanhas, como fazem os orientais, pois somos ocidentais! – e, entendendo que, por ser uma persona (máscara) todo esse nosso corpo, sensações, emoções, como diriam os gregos, precisamos fazê-lo de um fim para nossos objetivos e ideais.
No entanto, como diria um grande filósofo, o homem atual precisa de elementos mais fortes para vencer a si mesmo, antes mesmo de qualquer batalha. E é vero. Se pensarmos bem, todas as formas de vidas ao nosso redor, por mais incrível que pareça, não precisam ser conscientizadas de sua evolução, ao contrário de nós, que sempre queremos criar algo baseado em nossas egoísticas personalidades, o que retarda o crescimento de um povo, de uma humanidade... E mais que isso: nos tira a condição de humanos, às vezes.

De volta aos SMS
No inicio desses textos acerca de nossa identidade (lá no primeiro), eu disse que não somos nós mesmos, ao enviar uma mensagem de texto, seja em forma de brincadeiras, de seriedades disfarçadas... Pois, na realidade, o que nos faz ser assim, nada mais é que a vontade de ser assim, feliz, alegre, nem que seja por alguns instantes, nem que moldemos máscaras dentro da grande máscara que já possuímos, mas não nos simpatizamos com ela às vezes, então inventamos...
Assim, ao nos sentir “bem”, aceleramos o desafio de ser o que não somos, e continuamos com a brincadeira, contudo, o dedilhar das mensagens pode ser feito em um estado triste, ainda que enviemos algo bom; pode ser alegre, mas preferimos fazer chacotas com o outro que recebe nossas mensagens.
Aqui, vários “eus” são criados e perdidos, e a confusão de identidades se faz de modo que uma carga de adrenalina se infiltra no jovem (ou não jovem) fazendo-o ter a dependência psíquica da coisa.
Há exemplos de jovens em estados psíquicos frios, que se submetem a essas redes sociais, e realmente se prostram a revelar o que há de mal em suas vidas, até mesmo o mais preconceituoso sentimento, o que na maioria das vezes pode causar um estopim, a depender do que se relata acerca das pessoas, da sociedade, do mundo...
Mas há outros que, em meio a essas redes, são firmes em suas convicções, pois foram educados para o bem. Estes, no entanto, podem vir a cair em armadilhas, dentro das quais fica difícil sair, pois a personalidade humana tem uma queda pelo proibido.
Ao ser assim, no entanto, podemos dizer que essa característica também pode ser boa se a colocarmos do ponto de vista filosófico. Ou seja, se temos em nós a natureza de olhar (investigar) o que nos proíbe, podemos descobrir o que nos prende, ou diria Platão, o que  nos faz ficar presos às paredes da grande caverna.
MAS redes sociais não são realidades, são invenções, são brinquedos que são levados a extrema seriedade. Tanto que há pessoas que investem suas vidas em tudo isso, e levam outras a fazê-lo, e assim vem a dependência.
Perguntemos aqui, o que nos faz presos a essas novas algemas.

De volta à busca
Hoje o jovem não busca os clássicos, e nem mesmo sabe por que os clássicos existem. E você que lê esse texto, sabe?
Os clássicos nada mais são que o complemento pela busca humana em conhecer a si mesmo; é o navio que singra em busca de terras melhores a serem habitadas – o nosso espírito; são fontes de sabedoria eterna, nas quais se conhecem mocinhos, vilões, heróis, bandidos, que lutam pelo trono em algum lugar de nossa personalidade – e sabemos quem ganha.
São mais que isso; são textos que se submeteram a idades das trevas e que até hoje gritam em nome do espirito universal, do homem, de sua saga em aventuras nas quais se descobre que aquele herói somos nós, e que precisamos vencer o vilão fora e dentro das histórias...
Pelos clássicos, podemos rastrear e encontrar o caminho a que tanto se referem os sábios, mas para isso, precisamos de um mestre, alguém que nos direcione ao nosso eu verdadeiro, e que  não nos faça radicais, muito menos livre das amarras do mundo, mas conscientes de que não podemos perder nossa identidade apesar dos joguetes humanos, da modernidade estanque, da falta de heróis e referenciais. O mestre seria nosso referencial, nosso farol em meio ao mar de materialismos.
O mestre, se não encontrado, pode vir a ser a parte mais verdadeira do homem, e nela devemos nos basear, pois estamos falando da parte que chega mais próximo do que realmente somos.

E o que somos?
A busca continua!

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