sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Senhora de Nossos Dias

Esse sentimento quente que aflora nas horas em que tudo se vai e não tem saída. Fica dentro do peito, martelando, reluzindo como um sol, ou espumando como larva quente de um vulcão que, até aquele momento, não existia. É a vida corrente nas águas que se vão, às vezes ocultas, mas existentes em nossa alma, em nossas possibilidades – é a esperança.
E vem de esperar, de conseguir, de levantar ainda que não existam forças, e de amar, mesmo que o coração choroso não acredite no humano, e se tranque em si mesmo com medo, com dor. Vem se sorrir, antes de qualquer ato bruto, violento ao extremo...
Vem de viver. Esse verbo incansável que reluta em trabalhar, se afincar, adentrar em tudo, em nome de algo que o faz caminhar por causas nobres, as quais para alguns são perdidas, sem nexo...
Não, esse sentimento não admite olhar para o chão e sofrer as mazelas até que o sofrimento passe, pois somos dignos, valentes, guerreiros com flechas no peito, com ideais firmes até a morte! Nada nos desanima, nada nos destrói, pois o que nos revela ser mais que outros é esse sentimento – a esperança.
Vamos seguir em frente, vamos trabalhar, tratar o mundo como se fosse nosso, fazer com que a esperança se torne algo concreto, e deixe de ser esperança para ser o mais fantástico ideal realizado por todos – por nós – sem medo de ser feliz, como diria um grande amigo, quando tudo lhe falta, quando não há saída, ou quanto nada mais lhe resta senão dizer... Sou feliz.
Ser feliz... Talvez o maior ideal a ser buscado após seu arquétipo – a liberdade --, o qual domina nossos corações nas manhãs ao levantar, nas tardes, quando trabalhamos, na alvorada, quando sem querer a vemos, ouvimos, sentimos, choramos...
O mais importante, aqui, é realizar, é se deter não somente na palavra – esperança – mas elevar nossas vidas a patamares divinos, concretizando, por meio de atos singelos, tudo que pensamos para nossos filhos, mulheres, família, amigos, como se nada mais houvesse.
Assim, é o homem de hoje, mas o homem sábio do passado tentava harmonizar-se com a vida, com sua natureza interior para que a exterior viesse a ser vencida, e sabia, no entanto, que não era gratuito, ou a pior escolha a se fazer, mas a esperança, esse presente dos deuses, derramado por Pandora, o fez escolher entre a comodidade relativa e felicidade geral da humanidade...
Nós, como sempre, sempre escolhemos a primeira, mas os homens (filósofos) do passado, com suas ferramentas naturais, às vezes uma obra clássica, assoberbada de racionalismos, às vezes em meio a batalhas, defendendo suas ideias, nos deram a capacidade de pensar em nós mesmos através dos tempos, ou mais que isso... Nos deram a Esperança de um dia melhor.


Obrigado, mestre.

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....