quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Homem, um Mito Complexo.

Mito da Criação por Dali: há sempre algo que lembre a tradição.


Em todas as épocas o homem buscou saber lidar consigo mesmo. E não conseguiu. Em todas as vezes que tomara decisões em situações nas quais ele teve que se sobressair, poucas vezes o conseguiu. Fora os grandes homens da humanidade que tiveram seus dias dourados, os mitos clássicos parecem ter nascido de erros e fragilidades humanos.
Em todos eles, o homem é um ser vilão e ao mesmo tempo símbolo do conhecimento universal, às vezes, por representar o logos masculino, como heróis em batalhas dantescas. Em outras vezes, a passividade, a inocência, a pureza, chegando ao desconhecimento, a traduzir profundamente o que Platão chamava de nows no homem.
Ou seja, já partindo da premissa de que nós não somos apenas personalidades isoladas em meio a um universo desconhecido, somos mais que isso, e como diria o mesmo filósofo “fomos deuses um dia, e disso nos esquecemos”.
Explicarei, com parcas ferramentas, um pouco do que representam alguns mitos mundiais creditados como reais histórias pelas quais se passou o homem-símbolo. E por ser símbolo, representara uma força de compreensão além-humana...
Como por exemplo...

Adão e Eva
Adão e Eva, um dos maiores e mais conhecidos mitos do mundo, foram figuras que explicaram a Noite e o Dia, ainda, a posse do conhecimento humano, e mais ainda a sensibilidade da alma em buscar a certeza através do coração.
Após ter desobedecido a Entidade, adão e Eva foram expulsos do paraíso, a demonstrar a fragilidade humana ante ao que é proibido. No entanto, há de convir que a Consciência foi despertada no ser humano, e que a o Conhecimento – como consequência – foi refletido.
Contudo, face ao que estamos passando, não podemos ser frágeis àquilo que sempre conhecemos, ainda que soe como uma linda maçã, melão, banana, melancia, sei lá – mas a maçã, não citada na bíblia, o é teoricamente em razão de vários contos e textos darem a mesma finalidade ao fruto, mas que reflete, e sempre o fará, de maneira sutil ou mesmo extravagante, a uma personalidade curiosa, emblemática e acima de tudo humana.
Outros mitos de algum modo traduzem tal personalidade mas a colidir com aspectos universais, que é o caso da Arca de Noé.

Noé
Aqui, a Bíblia relata a história de um casal que fora escolhido por Deus para salvar o que resta de bom na humanidade – igualando-se a vários mitos gregos, celtas... Os quais têm em sua natureza o inicio de uma nova era.
Noé, grande homem que servia a Deus, foi escolhido entre muitos para salvar o pouco dos homens que havia no mundo. Salvar, também, os animais, os quais teriam que subir em par na grande Arca.
Após, o dilúvio Divino, a destruir o mundo do homem, a estrutura teve que passar meses em altas ondas violentas até que o mundo estivesse em paz, após as águas. E baixou. Mas será que Deus tinha nos dado outro mundo? Havia outras terras?
Assim, na dúvida, o escolhido retirava uma pomba do pombal navegante, soltava-a e esperava que ela trouxesse algum ramo de planta, ou algo parecido. Depois, enviava um pássaro negro a saber, com intuito trazer outros pássaros – então, haveria vida enfim, e terra para se morar.
Na passagem, assim como na grega, assim como na asteca, celta, a cultura cristã abordou com transcendência a passagem dos ciclos nos quais o homem passou. Quando soltou a pomba, o homem (genericamente falando) queria saber se haveria paz, beleza, ordem e sacralidade no mundo... Quando soltou o pássaro negro, significou que havia ainda mistérios a serem descobertos, e ainda estão por sê-lo, de acordo com o entendimento sagrado, pois o homem se fechou à divindade.
Aquele que haviam “morrido” pelas águas nada mais significa, de acordo com a tradição, que se deram por completo na matéria. Noel, que ficara acima das águas, que significam o ‘horizontalismo’ da matéria, tornou-se um ser espiritual, iniciou-se nos mistérios sagrados, ‘salvando a humanidade’, a criar novos rumos, novos mundos não terrenos, e acima de nossas possibilidades e compreensões.
Assim, deixa-se claro que o homem, apegado às sensações, possui em si a morte antes que ela, literalmente, o leve. Mas também tem em sua estrutura a necessidade de estar além daquilo que a personalidade lhe oferece. Tem o profano e sagrado, o gelo e sol, tem a terra e o céu, tem a paz e guerra. E Noé, ao estar acima de nossas visões, como um cisne na visão de um peixe, é detentor dos mistérios.

Moisés
Na época em que Moisés fora do antigo Egito, esse personagem tão incrível, o qual serviu maravilhosamente o faraó, que, um dia, quase o foi, se não fosse por problemas circunstanciais, detinha conhecimentos além-povo, e por ele ‘levar’ seu povo à Terra Prometida.
Depois de ser o escolhido por Deus para libertar (ninguém sabe de que o povo hebreu..., pois o grande Ramsés nunca fizera qualquer ser humano de escravo, muito menos povos ecléticos em sua religião, pois tinham uma religião politeísta, aceitando, assim, deuses de vários clãs), e assim, retirá-los do grande sofrimento...
O profeta Moisés, enfim, após várias ‘conversas’ com o faraó, que, segundo a bíblia cristã, era pior do que vários hitleres!, retirou-se da grande terra, levou seu povo pelo deserto, porém, antes, teve que passar pelo mar Vermelho, o qual teria sido aberto após pedidos ao Senhor... O povo, então, teria passado facilmente, pois as águas do grande mar teria sido dividida. Contudo, não há, em nenhuma escritura egípcia, tal relato... Seja de um povo escravizado, ou mesmo de passagens em mares.

Lenda Egípcia
Existem, porém, nas escrituras egípcias, explicações simbólicas de um ato que se repetiu quando o profeta fugiu dos guerreiros do faraó. É o ato de traspassar o mar. Reza a lenda que havia pessoas, da mais humilde até a mais reconhecida pelo povo... O homem deus,  segundo contam, tentavam passar com apenas um toque da mão na água do mar misterioso.
“Eu sou o faraó, e exijo que os deuses me deixem passar!”, dizia o texto egípcio. “Eu sou o sacerdote, e sou filho obediente e guardador da sacralidade do alto e baixo Egito! Por isso quero passar”. E aí, vinha o cidadão comum, com sua pompa de trabalhador e... “peço aos deuses que me deixem passar, pois pago meus impostos!”. Porém, em todas as situações, as águas nem se quer se moveram em qualquer sentido. Quando de repente, uma mulher, um tanto quanto bem vestida, com linho nas ancas, com véus dourados a tapar seu rosto, nem sequer olhara para os outros que ainda estavam ali, mas agora sorrir da senhora bela que, com certeza, tentaria passar pelo grande mar...
E conseguiu. Sem qualquer palavra, ato ou pensamento, a linda senhora se foi em meio a um caminho mágico que se fizera quando seus pequenos pés tocaram as águas misteriosas, que não se abriam nem mesmo para os faraós. E então a perguntaram... “como conseguires passar nesse mar, se nem mesmo és uma sacerdotisa ou rainha, ou sei lá quem és?!”. Olhando para trás, já no meio do mar, ela disse “Eu sei quem eu sou”.

Mitos que se vão...
Há mais, muito mais. Há realidades que se escondem por detrás de muitos outros, mas que possuem significados que foram desvirtuados com o tempo; porém não deixam de evidenciar o que há muito procuramos, que é a compreensão de nós mesmos!
Neles, no entanto, apesar dos pesares, brilha o que grandes sacerdotes do passado tentaram demonstrar – pode ser cultural ou universal, a depender da civilização que os viveu – que foi o significado intrínseco do mito, o qual fizera parte, tal qual religião o é hoje, de várias civilizações...
O homem, por ser universal, servira de personagem, não apenas como homem, teve que se revestir de Deus e explicar o papel das divindades. Muitos, no entanto, não entenderam esse papel humano nas histórias gregas, romanas, célticas, egípcias, e acreditaram que poderia ser o individuo uma entidade.
A questão, assim, se desdobrou e a massa desinformada, romântica e iletrada acreditou e ainda acredita em papeis literais do homem em contos, mitos, o que na realidade é impossível. A significação literal, como sempre digo, revelou trouxe uma humanidade mais desligada de seu objetivo. Não se pode acreditar em um Deus que retirara do homem uma costela e criara uma mulher; não se pode acreditar que uma maçã, ou sei lá qual seja  o fruto, tenha sido o proibido, e sem o qual a pureza humana teria seria abatida.
Há elementos fortes nos quais pondera um significado maior. Cada peça – personagem, ambiente, elemento terra, água, fogo...  deve ser religada ao que fora no passado (e que em algumas culturas ainda o são)! Para isso, a tradição resguarda, a sete chaves, aos realmente escolhidos – mestres --, os quais passarão aos seus discípulos, de forma mais resguardada  ainda, o segrego de cada um.
E assim, a passar pelos problemas que se vão, o homem estará perpassando o que há muito chamamos de mito. Cada um em seu nível, igualando-se a um Noé, Moisés... Ulisses, a um Aquiles, Heitor, a um Sanção, Hercules, os quais, em sua essência, falam do homem que superou a si mesmo e alcançou o céu.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Juventude... A Beleza do Poema sem Rima.


Jovens, não esqueçam suas origens.
E me veio a juventude,
Em nome do fogo,
Cruzar o oceano,
Como pássaro ferido
Se revoltar
Contra o homem perdido,
Dando luz a uma escuridão
Vadia.

E lá vem a juventude,
Cantar acima do sol,
Se debruçar em raios,
E amar mais que o deus.

Vem surfando em suas ondas,
Acalmando a lua
Na noite pura,
Em nome da larva que nasce.

Explode como a ira,
É mansa como um sacerdote,
Desfaz um mundo cínico,
E passeia nas ruas do sorriso.

Vai, juventude bela,
Andar nas esquinas dos sonhos,
Embelezar o palco da vida,
Colher frutos proibidos...

Vai...
Vai ao som dos seus instintos,
Rebentar nas rochas,
Até que rochas não existam mais.

Seduza o monstro do medo,
Releve seu rosto,
Enamore o coração,

Respire o ar dos ideais nobres,
Olhe dentro de teus olhos,
O espelho é todo seu.

Não se esqueça das raízes,
Da origem que te fez,
Lembre que um dia se vai como folha,
Que envelhece amarela,
Cai da árvore da vida,
E se vai num sopro do vento norte...

Então
Coma colha o melhor fruto,
descanse na melhor sombra,
Seja fiel ao sol que te levanta,
E siga teu coração...




À Sobrinha Beth.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nascimento de uma Larva de Vulcão




Eu tenho uma sobrinha chamada Elizabeth. Uma adolescente de dezessete anos. Dela tenho um grande apreço, pois dali, daquela pequena grande alma, saem palavras, gestos, diálogos, eminentes de pessoas que possuem grandes ideias, e questionamentos incríveis. Porém, ela tem um problema: ela me acha um tanto quanto mais inteligente do que ela rs. Pois é, e ainda é humilde! Essa é minha sobrinha!

Nesses dias, voltando, revoltada com o capitalismo -- olha só! -- criou o texto abaixo com nuances de sociólogos capazes de mudar a estrutura do mundo! E eu, claro, ainda que não seja o mais perfeito dos homens, a coferir tal trabalho, fui humildimente chamado pela rainha das palavras.

Com vocês, Beth e Eu!


A motivação do homo sapiens de arranjar métodos para adquirir dinheiro e instintivamente de dentro pra fora, pelo fato primário nos sentidos dos homens de querer ter, de precisar, de se alto preencher com aquilo que agrada suas sensações.

Por esses motivos(,) ao passar das eras(,) o dinheiro se tornou o principal ícone nas vidas sociais. Obvio que ele trás (traz, de trazer) aquilo que precisamos, "mas será que ele deve ser tudo que buscamos?". Essa é uma questão que não reflete mais a humanidade, porque ele anda comprando mais do que deveria.

Pessoas vendem seus corpos por ele, vendem a honestidade como se os recursos materiais fosse maiores que sua decência. É o caso dos políticos julgados por fraldes no caixa que deveria ser para a sustentabilidade social. Porém já não se sabe se o caráter do júri ou juis (juiz de juizado) e integra pra tal caso.

Isso mostra que vale tudo pelo money ou din din. O papel valioso esta regendo o mundo de tal maneira que atrofia os pensamentos (nossos?) do que é realmente importante em nossa vida. Estamos sendo fantoches daquilo que criamos para o uso só que era necessário, para estímulos impulsivos de ganhos infinitos e poder. 
           
Contudo, o dinheiro é capaz de tornar meros seres em magníficos  por causa dele alguns sofrem na pele e outros ganham sensações prazerosas. Mas no final devemos falar da beleza da vida e não da busca interminável por um material que pode rasgar, queimar, molhar, estragar e que não levaremos conosco. Será uma luta em vão.
 

(Autor: Elizabeth de França).



O que achou do texto? Se tiver algo errado por favor mencione. :)


Beth,  minha querida, tudo bem?
Adorei seu texto. E fico grato por me confiá-lo.

Beth, não posso criticar o que vem da alma em ebulição. Tenho a certeza de que os meios sociais, seus livros e experiências a fizeram deter-se nesse tema tão amplo e gostoso de expor. E sua grande alma implora por uma resposta, pois estás presa a um meio psicossocial, voltado, mais do que em outros tempos, ao capitalismo – então, é mais do que normal sentires esse fervor idealístico quando se depara ou nos deparamos com injustiças, corrupção, dor, pobreza, insanidades, violações, tudo em nome do pobre papel que criaram em prol do ser humano... O dinheiro.

Eu atualmente leio um livro – A Árvore da Vida, de Cristian Jaq – que fala de um Egito que sofre com o mal caratismo, com a corrupção, com as injustiças, enfim, tudo isso que nos faz desumanos em nome do din-din. Só que, à época, há mais de 1500 aC, não havia dinheiro! Que coisa, hein! Nesse mesmo Egito, um grande faraó tenta erradicar o mal (o mesmo que nos consome atualmente) que consome o país, tentando manter a Árvore da Vida, que, miticamente falando, reflete o estado de espírito da humanidade (à época...)... A Árvore, assim, estaria morrendo.

Então, Beth...

Hoje o dinheiro não é o problema. Em todas as épocas, houve um algo que atraísse ser humano, a manipular seu instinto (é aquela mesma questão do video cassete, tv de tubos, dvs, blu ray...).

Vamos entrar na filosofia. Todas as coisas possuem seus dois lados. Todas elas, até a faca de cozinha possui duas finalidades... Se vc a pega para assassinar alguém, ela se desvia de seu objetivo natural, o que, segundo Aristóteles, também deixaria de ser o que realmente é... Nesse caso, ela deixaria de ser uma faca, e ser um instrumento mortal, o qual estaria apenas em semelhança com sua aparência... Entendeu?

Mas se a referida faca é usada como uma real faca, cortando queijos, carnes, cebolas... Ela não só estaria sendo ela mesma, como também encontrando sua real vocação: a de ser faca... e entrando em comunhão com seu próprio universo.

O dinheiro? A mesma coisa... (a internet, emails, iphones, celulares...). Se tivermos o mesmo prisma em relação ao dinheiro, podemos dizer que, se é usado de maneira errônea, tornar-se-ia uma simples folha de papel engrandecendo seres que se subjugam humanos. Mas... Não são. Seriam, sim, animais em busca dos seus próprios interesses materiais – ainda que usem a palavra ‘espirito’ como meio de consecução para seus objetivos... – e, acredite, ainda que não houvesse o dinheiro, eles existiriam.

Mas uma coisa é certa também, Beth, houve sempre, em todas as épocas, pessoas que sempre se revoltaram contra o mal que sempre assolou a humanidade, seja ele em forma de papel ou não.

A solução?
Um dia me falaram acerca da palavra ideal. Um dia converso com você a respeito dela.


Um grande abraço, Beth!



obs. Depois de "blogado" esta conversa, fiquei sabendo que a minha querida sobrinha havia passado em quarto lugar na Universidade Católica. E o texto acima nada mais é do que aquele que fizera no dia da prova!

Parabéns, larva de um imenso vulcão.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Mais um Pouco de Mim que se Foi...


quando morre um ser humano, morre um pouco de mim; deixo de me conhecer um pouco” (C.G.Jung)

Umas das máximas mais humanas que já pude constatar talvez seja essa do psicanalista e filósofo Carll G. Jung, o qual sabia que em cada um de nós nascem, mas também vivem aspectos de uma personalidade (ou de personalidades) que se vai antes mesmo de nos conhecer.
Inicio assim, porque, hoje, em razão das tragédias que se seguem – sejam elas políticas ou religiosas, ou mesmo por fatalidades, como a que ocorreu em Porto Alegre, -- podemos dizer que morremos um pouco, não apenas por termos compaixão, mas, principalmente, porque somos humanos, e temos uma alma que precisa conhecer os meandros de si mesma, e desfalece ao passo dos acontecimentos quando um ser se vai de maneira tão triste e vil, e injusta.
O que ocorreu, e com certeza pode vir a ocorrer, é um exemplo da falta de competência conjunta de empresários, sociedade, governos (não necessariamente nessa ordem...), os quais não se compadecem com qualquer tipo de acidente que pode vir a acontecer em qualquer circunstância. O capitalismo corrompeu o ser humano, não é de hoje.
Se houvesse uma estrutura que assegurasse a todos a proteção, segurança, em todos os níveis, dentro e fora daquela boate, não haveria qualquer perigo. Porém, o que nos bate à porta, pelo menos é o que percebo, é a realização desordenada, em nome do conforto perigoso, em nome das realizações rápidas, ao passo insanas e interesseiras, a um público que, antes de tudo, confia em uma modernidade tecnológica, sinônimo de "fortaleza"...
Pelo que vimos, tais estruturas precisam ser vistas e revistas, ao ponto de chegar ao cume do cansaço. Se o sucesso  depende do público, e este provido de seres que confiam nas instituições, a possibilidade de vir ocorrer desastres é sempre eminente. Então, devem-se abrir vários leques, e revê-los no sentido de fechar qualquer possibilidade de erro. Pode ser fatal.

Enchentes.
No Brasil, graças ao descaso, todos os anos pessoas de baixa renda, que moram em encostas, em favelas, sofrem com a chuva. A maioria, ainda que saiba do que pode vir a ocorrer – quedas de barrancos, quedas de casas, mortes coletivas, em família, em grupos... – não consegue sair de seus lugares, pois não têm onde morar, ou mesmo algum parente. Nesse caso, contam com a sorte ou com a benevolência divina...
Nada, no entanto, faz com que autoridades, a saber dos riscos eminentes anuais, trabalhem no sentido de retirar antecipadamente os moradores, ou invista em lugares mais seguros para as famílias. Assim, já sabemos que no ano que vem teremos mais lágrimas, e mais desvio de recursos...

 Japão...
Não faz muito tempo vimos as tsunamis tomarem conta do Japão. Milhares de pessoas se foram para o desconhecido – morreram. Os estragos foram na ordem de bilhões de dólares, e várias entidades governamentais estrangeiras fizeram questão de ajudar o país destroçado...
Ao contrário do Brasil, que anualmente extermina milhares de pessoas com desvios de recursos advindo de auxílios internos e externos, o Japão aceitou o auxilio bilionário, usou-o e devolveu o restante às entidades que o ajudaram.
Hoje, o Japão, como meio de vida, sabe lidar em sociedade não apenas consigo mesmo, mas com a maioria dos países do mundo.

Ensinamento...
Depois do ocorrido na boate em Santa Maria, Porto Alegre, havia pessoas  -- não sei se de bom juízo – a dizer que os que haviam morrido tinham que tê-lo, pois não obedeciam aos pais e por isso estes não teriam que ficar tristes, pois poderiam ter outros filhos e educá-los corretamente da próxima vez...
Nunca podemos pensar jamais dessa forma. É claro que esse senhor, uma essa pessoa conturbada com os seus, teria dito isso de maneira que tentasse encaixar a sua própria situação, de maneira virulenta, ao que aconteceu com os jovens, os quais eram, no mínimo, educados, pois eram de universidades daquela cidade.
Nunca podemos dizer que tal pessoa tinha que passar por isso ou por aquilo, pois, naquela circunstância, seja ela qual for, poderíamos ter alguém que amamos, ou não. Mas isso não invalida a pessoa, pois somos humanos, e precisamos ter no mínimo de humanidade nessa hora, e refletindo acerca de tudo em nossas vidas, principalmente na morte.
As instituições existem, mas todas elas são feitas por humanos interesseiros. Ao mesmo tempo, devemos refletir que, ainda que estejamos longe de tais instituições, há coisas com as quais não sabemos lidar, e estão à nossa espreita na primeira esquina que entrarmos; é por isso é por outra que devemos estar sempre atentos e principalmente vivos.
E não esquecer jamais que um ser humano que se vai é um pouco de nós que se foi.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Reflexo de Adeus.




Brilha sol,
brilha em sua imensidão,
deixa a chuva chorar de dia,
os casais se darem bom dia,
Mas não deixa de brilhar não...

Brilha, astro-rei
Desfaz o mítico da vida,
cicatriza a ferida,
O amor que deixei...

Brilha, suntuoso no mar de Deus,
refaz as ondas que a lua deixou,
protege os filhos meus,
dê lembrança à mãe que me amou.

Sol, meu irmão que arde no céu,
teus olhos me cegam,
Que os ventos não me negam
O sabor do teu mel.

Antes, um deus do mundo,
Dos seres profundos,
Filhos de Osíris e Zeus.

Encerrava nos braços a paz,
de teus olhos vinham o amor,
cerrava a virtude senhora
Porém, hoje, e agora,

Os homens a ti dizem adeus.

A Magia da Escuridão

"Muita luz também pode cegar"

A magia vai começar...


E correm pela sala, com suas energias evidentes, e contam e cantam, e caem e brincam, e falam em demasia! Não, não é uma festa, mas o som da escuridão caindo em meio a uma chuva, ou mesmo o tempo frio lá fora. Parece contraditório, mas não é?

Desde pequeno, sinto que as pessoas não se direcionam uma a outra quando as luzes da televisão, às vezes, a música de um rádio, agora, mais do que nunca, uma internet fazem seus murmúrios altos, ao ponto de ninguém se escutar ou mesmo olhar diretamente cada um, ainda que estejam um do lado do outro... Uns assistem, alguns ouvem sons altos, outros amam sua vozes e falam alto, mais alguns querem ser ouvidos, enfim...
E vi que estava certo. Quando a luz se vai, pegamos uma vela, ou velas, e começamos procurar o fósforo com uma luz ínfima de uma lua que traspassa as janelas; depois que o encontramos, a magia se faz, pois a vela, com seu singelo fogo, enfeitiça a todos, como se a última flor do Ocidente estivesse ali, acesa, e nós, acampados ao seu lado, sentimos que há algo no ar, além daquela cera que alimenta o fogo.
...Há as pessoas ao redor dela, e por isso, na penumbra, iniciamos um contanto quase que de segundo grau, ou seja, um pouco mais familiar do que de costume. Nesse momento, olhamos nos olhos um do outro, sorrimos e vemos que aquela pessoa que tanto fazia parte de nossa família – e que nunca olhamos tão atentos – é um ser humano com o qual podemos conversar e expor nossas ideias.
A princípio, um show de diálogos confusos, depois, reclamações acerca da luz que se fora, da escuridão mal vinda, da vela pequena, das vozes que soaram mais alto que de costume, mas tudo se vai, com o conforto de um tempo frio que insiste em nos unir, apesar do frio. E o fez.
Assim, as velas, testemunhas, balançam seu fogo ao som do vento que penetra fino dentro de casa, e nós, agora nos conhecendo melhor, contamos piadas, soltamos gargalhadas sinceras, contamos nossos sonhos, filosofamos! E muito mais.
Outras vezes, ficamos em nossos cantos a espera de um milagre – a luz acender-se. Pois a saudade do clarão ou o medo do escuro nos faz estáticos e sem assunto... Mesmo assim, observamos, atentos, o que a luz escondia: a alegria de observar pessoas que estavam tão perto de nós e não a víamos, mesmo com as luzes acesas.
A escuridão se foi. Muitos dormiram antes que a luz chegasse. Outros protestaram até o fim a “incompetência de mais uma instituição governamental que não funciona”. Contudo, sabiam que o que veio foi apenas a breve necessidade de cada um conversar, olhar no olho do outro, dizer algo de bom, sorrir apesar do tempo, e conhecer um pouco aquele que estava ao seu lado, e você não via, pois as luzes embaçavam nossas vistas.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sol Cinza




Sabe aquele odor de vida que traspassa nossas narinas pela manhã? Sabe daquele sentimento dourado, frio, e brilhante que almeja quando as nuvens carregadas de cinzas chegam e revela seu poder de escuridão? Sabe daquele cheiro de filho que perpassa em nossas almas ainda que ele esteja longe?...
Não, não sabem. Então levantem cedo, absolvam o ar dessa brisa gelada que nos imprime sua simpatia trêmula. Levantem e pronto. Exercitem a boa vontade, sem questionar aquele momento fino, agradável, no qual somente os homens de bem passam. Levantem, sorriem para si mesmo, beijem suas esposas, olhem-nas de longe, apreciem-nas de perto, e não digam nada.
Respirem fundo, façam um café quente, bem quente; estiquem-se para ver os passarinhos pelas janelas, seus cantos, e de alguns seus prantos por terem caído do seus ninhos. Esperem a saída do sol, mas não deixem que os monstros o levem novamente para cama, seja forte.
Pense que és o ser mais forte, mais heroico, maior que o próprio mundo, e que nada poderá te atingir, e realmente não pode. O dia, esse grande amigo dos dias que estão por vir, será belo, assim como os outros, será natural, sem trajetos difíceis, e teus olhos, janelas de tua grande alma, será sujeito a derramar lágrimas de vida.
O odor não passou. O frio também não. As nuvens, de tão negras, precipitam chuvas ao longe, e as neblinas, filhas destas, não param de corroborar em nome de um dia que promete, apesar dos homens, o melhor dos dias!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Real. Puro e Simples.

Nascimento: choro de um lado, alegria de outro.

Quando uma pétala nasce, ou mesmo um pequeno animal selvagem ou não vem ao mundo, vê-se a natureza bela e limpa; quando um bebê humano vem aos nossos braços, clamando auxilio, depois de passar por todo seu trajeto natural, pelo sangue quente da mãe, a qual sintetiza um universo por onde todos passam, choram, clamam, e são amados, temos a sensação de que nada é mais real... Mais divino... Mais claro às nossas mentes.
Depois que se nasce, cresce e morre, temos um manancial de coisas a fazer que, com o tempo, nos soa como irreais, ilusórias, frias, humanas no sentido mais relativo da palavra, e passamos a conviver com o que não é real, ou melhor, como opinoso...
Porém, há realidades que nos batem à porta de forma ensurdecedora, como o próprio nascimento, não apenas dos seres com as quais comungamos o dia a dia, mas de uma natureza que se mostra tão maravilhosa quanto ela mesma...
Estou me referindo ao sol, à chuva pela manhã; estou me referindo às músicas que vêm das musas, nossas árvores que farfalham em brincadeira mútuas, tal qual crianças que não dormem. Falo do cheiro da terra, que nos faz abrir as janelas da casa e respirar fundo e sentir o contato com o perfume gerado pela colisão do elemento terra é água...
Falo da fogueira natural da vida, que é a emoção de ver um sol nascendo – revelando algo maior do que nossos egoísmos, interesses – nem que seja por um breve tempo, como se fôssemos partir para o desconhecido amanhã.
E não... Não há algo mais belo que ver um filho nascendo. Pensa-se em tudo, menos na cena biológica que nos retém, mas a parte simbólica que gera a ansiedade hibrida com o entusiasmo, com a loucura sana, e ao mesmo tempo com a paz no mundo, em nosso mundo.
E assim, mesmo assim, as relatividades, para alguns, causam mais impactos, como o ganhar de uma casa, de um prêmio... Com a volta da energia dentro de casa... Enfim, nada em absoluto, ou seja, nada com o qual podemos concordar em sua totalidade. E a busca por essa relatividade, nas mínimas coisas, transcende a busca pela beleza natural, pelo amor natural, que virou amor passageiro, relativo, rápido, frio, sem emoção, como um relâmpago de sentimentos finalizados com o primeiro ato sexual.
Nada é mais real que chorar por algo que não seja do fundo alma, e sorrir com uma gargalhada pela simples emoção do primeiro beijo. Isso é humano, é natural, é belo. E devemos por isso abrir as portas ao que se harmoniza com o mais profundo de nós, e se não der para ser diariamente, que seja em forma de oração; mas uma oração pequena, sem o pedir, sem o choro interesseiro pela matéria do dia a dia, mas para o Deus que adormece em cada ser humano, e que nos enriquece de estrelas ainda no cair da tarde, e nos faz filhos do universo, por breves instantes...

“Deus que está em mim, que está em todas as partículas do universo e que abrange a todos os seus filhos, deixe-me agradecê-lo pela família, e pela saúde que os fazem operários em busca do pão de cada dia. Deixe-me agradecê-lo pela proteção, sem a qual não tardaria em acontecer algo nesse mundo velho, que se mostra um lobo na pele de cordeiros. Obrigado pelos olhos, pelas pernas, pela força, pelo trabalho e pelo amor que sempre faço questão de elevar e levar aonde vou. Obrigado pelas obras feitas em seu nome – e como diriam os templários, somente para ti – e por aqueles que um dia acreditaram em mim, e que ainda acreditam, e sabem que o bem é a porta de entrada e saída”.
A oração deve ser como uma canção ao sagrado, assim como os grandes do passado o faziam, sempre, engrandecendo e agradecendo os deuses pela passagem breve, e pelos trabalhos realizados em seus nomes.
Toda oração deve ser real, lá do fundo da alma, sem que haja sussurros ou berros, pessoas ao redor, ou brutos em nome de Deus, mas, se houver alguém, que seja de bem, e que tenha a mesma finalidade sua. Simplesmente porque a oração é algo nosso, pois nenhum ser o faz se não for com amor que transcende a própria existência.

O real
O real, como diria o samurai, é sincero, que vem da expressão “sem cera”, ou seja, aceita como ela é. Ele não passa pela mente do humano, mas pelas raízes do coração, que não subjuga, não mata, não morre. É a dor, é o sorriso, é a lágrima. O real é a montanha que um dia foi um montículo, é o homem, que um dia foi uma criança; é a mulher que veio ao mundo para ser sempre mulher.
O Real é a vida que passa pelas nossas veias, assim como o ar passa pelas tubulações criadas pelo homem... É tudo que não morre, é Deus.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Confiar. Uma estrada, uma vida.

"Confiança não se compra. Conquista-se!"

Confiar... confiar... palavra bendita que se esvai em meio a um mundo cheio de pessoas que se dizem... confiáveis. Não é bem assim... Nem mesmo casais que se unem depois de vários anos de namoro, noivado, e mesmo após o casamento não podem dizer, equilibradamente, que confiam um no outro...
Natural. Quando se trata de ser humano, podemos dizer que, mesmo depois de anos de convívio, somos desconfiáveis, ainda que, em todos esses anos, mostrou-se confiável. É a vida! Porém, por ser humano, precisamos demonstrar a confiança, nem que seja por um breve tempo – o que já nos seria louvável. Deveríamos, mais, sermos realmente confiáveis e apresentar ao próximo o que queremos ser.
O que nos faz desconfiáveis, no entanto, talvez seja esse jeito volúvel de ser em relação ao mundo indisciplinado, como se fôssemos obrigados a sê-lo!... Não é bem assim. A realidade nossa de cada dia pede que tenhamos alguém de confiança, ou seja, uma pessoa para quem podemos nos abrir, chorar e dizer bobagens sem compromisso...
Tais pessoas, contudo, estão se indo como um sol que não apareceu o dia todo. Olhamos para o céu, e nada. Assim são essas pessoas, nas quais se guarda o mais belo segredo, nas quais podemos dizer, “ah, que bom que você chegou, queria te dizer algo!”... Pessoas sem pretensões escusas de prejudicar qualquer que seja o individuo, porque sabem que precisam de, um dia, confiar em alguém.
Hoje, em guerras psicológicas, dizemos que confiamos em determinadas pessoas apenas para nos assegurar de que há, no fundo, uma esperança; outras juram de pé junto que há grupos inteiros nos quais podemos nos abrir, chorar, rezar, fazer jejum rs, e viver felizes para sempre!
O ser humano, por ser humano, deveria vir com esse aspecto que nos parece tão natural, mas, na realidade, chegar a ser relativo apenas àqueles que nascem com essa vocação – de ser confiável, ou àqueles que, com o tempo – põe tempo nisso! – conseguem dizer a que veio.
Enfim, se por enquanto não temos alguém em quem possamos confiar, confiemos em nosso mestre interior, por meio de nossos atos, e escolhemos pessoas de caráter, não para nos debulhar – como dizia minha mãe – em lágrimas, mas para fazer parte de nossas vidas, com pequenos segredos bons, não precisa ser os grandes, pois o tempo nos dirá quem somos ou quem é aquele ser que se mostra como papel parede durante anos – nada mais que normal, infelizmente, pois somos livros de difíceis leituras – ou, repente, tenhamos a sorte de ter alguém – não somente amigo, mas irmão, irmã, esposa, filhos – que venha de longe e como um cálice sagrado em forme humana, diria “estou aqui do seu lado, sempre”.



À minha querida mãe, na qual confiei desde o dia em que nasci até sua ida para o desconhecido.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Férias que se vão, descanso que vem...

"Meu trabalho é minha oração"

J.A.L




Tudo vale a pena quando a obra não é pequena.



Olá, meus amigos e caros leitores! Pra quem lê esse blog, sabe que todo ele é voltado a experiências, teorias e mensagens com vistas a desenvolver estudos, reflexões (aos que já refletem!) acerca do tema – filosofia. Nada é tão belo, puro e simples.
Pois é, meus queridos, a prática é realmente, como eu venho batendo em todos os textos, a tônica natural humana em progredir, avançar, ter sucesso. Porém, quando se trata de elementos internos, isso se torna uma grande e imaculada verdade, e só.
Há, com base nisso, inúmeros exemplos. Entretanto, há outros que antevemos no grande processo cultural do mundo, como em países, sociedades, grupos, que sempre tiveram reflexos positivos, e que, até hoje, fazem jus ao que foram...
Para quem lê esse blog, sabe muito bem de que mundo, sociedade, países eu me refiro, então não sejamos repetitivos pelo menos nesse aspecto, porque há um que sempre o será, como lhes disse, que é o objetivo deste que lhes escreve, em fazer-lhes refletir, questionar, seguir, progredir, seja em estruturas sólidas, nas quais podemos nos segurar, havendo (ou não) intempéries...
Assim, como eu sempre digo, vamos ao trabalho!
E por falar em trabalho, fiquei de férias durante trinta e um dias – como é de praxe aos que labutam anualmente rs --, porém, sempre  há um porém... Fiquei de babá de uns pedreiros, cujo trabalho é, nada mais que nada menos, terminar uma obra, a minha casa – como também lhes disse em textos passados.
Realmente... realmente... vou dizer-lhes... É brincadeira!! Nunca fui coronel, capitão, tenente... mas, por ser patrão, tive que encarnar todos eles! Pois comandar um time de cinco profissionais é realmente difícil.
No entanto, por serem grandes profissionais, fiquei menos tenso do que de costume. Um eletricista que, segundo ele, havia auxiliado na energia do torre digital, me fez acreditar nele graças à sua responsabilidade durante a obra, da manutenção dos equipamentos, da maneira como se portava, e, por incrível que pareça, sabia o nome de todos os encaixes que já tinham sido colocados, além dos que seriam postos na casa... E outras cositas.
Os pedreiros principais, que já me haviam dado dicas, e foram até agora responsáveis quanto qualquer que eu conheça, só me pareciam meio tristes em razão de situações que eu não podia me incluir, como família, dificuldade financeira, enfim, mas eu fiz o que pude, e o que minha mulher pedia, claro...
Assim, veio o quinto guerreiro, que me parecia de qualidade... Não era. Sua praia era falar demais, conversar demais, e reclamar da vida. No entanto, quando começava a trabalhar, seu talento fluía como água para chocolate!
Mesmo assim, tive que mandar-lhe mais cedo para casa... (demiti-lo). Hoje, dois dos melhores pedreiros tiveram problemas de saúde, e por isso não puderam vir... assim, se dois não podem vir, o terceiro ficaria dispensado. O quarto, o eletricista, tinha feito todo o trabalho, por isso viria apenas na terça, mas o quinto... o quinto... o ajudante de eletricista, que, agora, faria outro trabalho, o de encanamento, de reposição, de nivelamento de terra, foi, mas não encontrara ninguém, por isso... voltou.
Voltou mesmo. E ao chegar a sua casa, não me telefonara, não se importou com qualquer coisa parecida... e disse que não trabalharia sem que não houvesse alguém na obra, acreditem se quiser...
Tendo tudo em suas mãos a seu favor, preferiu dizer que não trabalhava sozinho!... resultado: adeus... (ou coisa parecida...).

Os trinta e um dia dedicados à obra não foram apenas deles, mas meu também. Pude entender melhor cada um, e rever meus conceitos acerca das pessoas simples, que se tornam fortes a cada dia com o trabalho. Tive que me retratar comigo mesmo, em dias que a vida me pedia para fazê-lo, e o pior de tudo, observar o erro do próximo em mim mesmo...
Foram dias de trovão, chuva, água em demasia – metafórica e literalmente! Foram dias cruéis, naturais de homens guerreiros que constroem castelos para que fiquem nos anais dá história, se não for da humanidade, que seja pelo menos da minha família.
Foram dias em que minha mãe esteve tão presente quanto nos dias em que estava viva, pois lembrávamos de suas palavras e de sus conselhos, mas, acima de tudo, de sua amizade, que fazia qualquer pessoa filha ou filho dela.
E todos os dias, eu observo o grande manancial da escuridão que me cerra os olhos, e agradeço pela existência de meu filho, pela esposa dedicada, pela bela família, por meus irmãos, amigos...
Mas lá no inicio de meus pensamentos, todos os dias, em forma de oração, agradeço a esse ser que só de pensar nele, a ajuda me vem.
Obrigado, mãe.

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....