quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sol Cinza




Sabe aquele odor de vida que traspassa nossas narinas pela manhã? Sabe daquele sentimento dourado, frio, e brilhante que almeja quando as nuvens carregadas de cinzas chegam e revela seu poder de escuridão? Sabe daquele cheiro de filho que perpassa em nossas almas ainda que ele esteja longe?...
Não, não sabem. Então levantem cedo, absolvam o ar dessa brisa gelada que nos imprime sua simpatia trêmula. Levantem e pronto. Exercitem a boa vontade, sem questionar aquele momento fino, agradável, no qual somente os homens de bem passam. Levantem, sorriem para si mesmo, beijem suas esposas, olhem-nas de longe, apreciem-nas de perto, e não digam nada.
Respirem fundo, façam um café quente, bem quente; estiquem-se para ver os passarinhos pelas janelas, seus cantos, e de alguns seus prantos por terem caído do seus ninhos. Esperem a saída do sol, mas não deixem que os monstros o levem novamente para cama, seja forte.
Pense que és o ser mais forte, mais heroico, maior que o próprio mundo, e que nada poderá te atingir, e realmente não pode. O dia, esse grande amigo dos dias que estão por vir, será belo, assim como os outros, será natural, sem trajetos difíceis, e teus olhos, janelas de tua grande alma, será sujeito a derramar lágrimas de vida.
O odor não passou. O frio também não. As nuvens, de tão negras, precipitam chuvas ao longe, e as neblinas, filhas destas, não param de corroborar em nome de um dia que promete, apesar dos homens, o melhor dos dias!

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