quinta-feira, 5 de junho de 2014

Flores de Lótus

no rastro de Didymos Tau´ma


Flor de Lótus. Símbolo da reencarnação no passado:
há uma réplica dela mesma em seu botão.



Como podemos observar, estamos longe de sermos apenas corpo, alma e espírito. Temos, entre eles, subdivisões que explicam nossos sentidos ao longo de nossa existência. Isso, no entanto, como fora demonstrado em linhas atrás, foi uma compilação de vários textos tradicionais, nos quais se baseavam os mais respeitados filósofos. Não é e nem pode ser uma invenção gratuita com o desejo de iludir os estudiosos no assunto...

Voltando.

Quando nos referimos à mônada no homem, ou Átman, falamos de algo que não se inclina, não se move, e sim espera, como um rio estático, o mergulho simples da gaivota, para um banho de segundos.  Os outros elementos, Manas e Budhi, A alma humana e a alma divina, respectivamente, são horizontes de um quaternário ideológico, no sentido mais elevado possível, ao passo sem o nosso desejo, nosso querer... E eterno.

A Tríade, em todas as tradições, sempre foi a parte que fica. A parte que reencarna. A parte que subjaz ao homem, que, com o tempo, evolui. Ou seja, o quaternário ao qual nos referimos anteriormente – o corpo físico, o vital, o duplo etérico, o mental dos desejos – morre, se esvai, e dele não se aproveita nada, a não ser quando todos os seus elementos são direcionados, em algum instante, ao belo... Ou, como diria o neoplatônico Plotino, ao que somos.

E a certeza disso realmente acontecer, em um ser humano, durante toda a sua estada no grande oceano vital, é de um em um milhão de vezes, e mesmo assim, em algumas culturas, acredita-se que há aquele que possui a consciência de que viveu no passado, longínquo, uma vida de um escravo, de um rei, de um servo esquecido... Impossível.

Claro que, se fizermos uma hipnose mental, daquelas em que se procura, com respeito, vidas passadas, encontrar-se-ão vestígios do que fomos, mas mesmo assim teremos problemas, se não fizer de acordo com as leis antigas.

Ou seja, é notório que encontraremos pessoas que um dia nos dirão que viveram num passado distante, mas é pouco provável que sejam lembranças advindas de uma tríade. Ou seja, como diria um grande professor... Se nos lembrássemos do que éramos, como certeza, nos assustaríamos e teríamos esse mental mais perturbado do que já o temos! Já ficamos perturbados até mesmo quando perdemos o emprego, imagine em nos lembrar do que passamos em outras vidas?  Hoje – continua – se nos lembramos de qualquer coisa do passado, ela está enraizada em nossa alma, que busca, incessantemente o belo, e é por isso que temos simpatia ao poema, ao pôr do sol, às crianças... Isso é lembrança.

Enfim, não adianta fazermos esforços racionais, ou mesmo tentar sonhar, buscando saber o que fomos, pois a própria alma, ainda que maltratada por nós, tem seu refúgio em circunstância que até mesmo duvidamos.

E no simbolismo...

Muitos, claro, por ser uma questão dogmática, que precisa de elementos comprobatórios, ficam à mercê de outras ideologias e não devem ser discriminados por isso. Muito pelo contrário... Quando impusemos questões que tratam de imortalidade da alma, temos um sistema que não nos impede de dizer isso, agora, dizer que estamos corretos em nossas afirmações, é muito diferente. A questão em si, no entanto, tem aval de uma tradição, ou melhor, do conhecimento de homens e mulheres que um dia viveram para isso, e descobriram a universalidade do ser humano, e por não ser algo fácil de esclarecer e muito mais pela ignorância que prevaleceria em todas as épocas, e muito mais pela força dos homens que preferem acreditar em céus burgueses, cheios de cascatas, tronos, bem-aventurança, virgens em lagos, cachoeiras de mel... É que foram simbólicos em suas observações. E mesmo, algumas vezes, sendo claros, foram deturpados pelos amos da grande caverna que se sentem muito mais à vontade com o que têm.

Isso, contudo, não deixa de ser opinoso de minha parte, mas, se estudarmos um pouquinho mais, e vamos, saberemos que o próprio Cristo, em suas parábolas, em seus sermões, se refere à reencarnação todo o tempo... 


"Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão"... (Mateus 24:35). "Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão" (João 10.28).






Volto ainda nessa vida.

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