Flor de Lótus. Símbolo da reencarnação no passado: há uma réplica dela mesma em seu botão. |
Como podemos observar, estamos
longe de sermos apenas corpo, alma e espírito. Temos, entre eles, subdivisões
que explicam nossos sentidos ao longo de nossa existência. Isso, no entanto,
como fora demonstrado em linhas atrás, foi uma compilação de vários textos
tradicionais, nos quais se baseavam os mais respeitados filósofos. Não é e nem
pode ser uma invenção gratuita com o desejo de iludir os estudiosos no
assunto...
Voltando.
Quando nos referimos à mônada no
homem, ou Átman, falamos de algo que não se inclina, não se move, e sim espera,
como um rio estático, o mergulho simples da gaivota, para um banho de segundos. Os outros elementos, Manas e Budhi, A alma
humana e a alma divina, respectivamente, são horizontes de um quaternário ideológico,
no sentido mais elevado possível, ao passo sem o nosso desejo, nosso querer...
E eterno.
A Tríade, em todas as tradições,
sempre foi a parte que fica. A parte que reencarna. A parte que subjaz ao homem,
que, com o tempo, evolui. Ou seja, o quaternário ao qual nos referimos
anteriormente – o corpo físico, o vital, o duplo etérico, o mental dos desejos –
morre, se esvai, e dele não se aproveita nada, a não ser quando todos os seus
elementos são direcionados, em algum instante, ao belo... Ou, como diria o
neoplatônico Plotino, ao que somos.
E a certeza disso realmente
acontecer, em um ser humano, durante toda a sua estada no grande oceano vital,
é de um em um milhão de vezes, e mesmo assim, em algumas culturas, acredita-se
que há aquele que possui a consciência de que viveu no passado, longínquo, uma
vida de um escravo, de um rei, de um servo esquecido... Impossível.
Claro que, se fizermos uma
hipnose mental, daquelas em que se procura, com respeito, vidas passadas,
encontrar-se-ão vestígios do que fomos, mas mesmo assim teremos problemas, se
não fizer de acordo com as leis antigas.
Ou seja, é notório que encontraremos
pessoas que um dia nos dirão que viveram num passado distante, mas é pouco
provável que sejam lembranças advindas de uma tríade. Ou seja, como diria um
grande professor... Se nos lembrássemos do que éramos, como certeza, nos
assustaríamos e teríamos esse mental mais perturbado do que já o temos! Já
ficamos perturbados até mesmo quando perdemos o emprego, imagine em nos lembrar
do que passamos em outras vidas? Hoje –
continua – se nos lembramos de qualquer coisa do passado, ela está enraizada em
nossa alma, que busca, incessantemente o belo, e é por isso que temos simpatia
ao poema, ao pôr do sol, às crianças... Isso é lembrança.
Enfim, não adianta fazermos
esforços racionais, ou mesmo tentar sonhar, buscando saber o que fomos, pois a
própria alma, ainda que maltratada por nós, tem seu refúgio em circunstância
que até mesmo duvidamos.
E no simbolismo...
Muitos, claro, por ser uma
questão dogmática, que precisa de elementos comprobatórios, ficam à mercê de
outras ideologias e não devem ser discriminados por isso. Muito pelo
contrário... Quando impusemos questões que tratam de imortalidade da alma,
temos um sistema que não nos impede de dizer isso, agora, dizer que estamos
corretos em nossas afirmações, é muito diferente. A questão em si, no entanto,
tem aval de uma tradição, ou melhor, do conhecimento de homens e mulheres que
um dia viveram para isso, e descobriram a universalidade do ser humano, e por
não ser algo fácil de esclarecer e muito mais pela ignorância que prevaleceria
em todas as épocas, e muito mais pela força dos homens que preferem acreditar
em céus burgueses, cheios de cascatas, tronos, bem-aventurança, virgens em
lagos, cachoeiras de mel... É que foram simbólicos em suas observações. E
mesmo, algumas vezes, sendo claros, foram deturpados pelos amos da grande
caverna que se sentem muito mais à vontade com o que têm.
Isso, contudo, não deixa de ser
opinoso de minha parte, mas, se estudarmos um pouquinho mais, e vamos,
saberemos que o próprio Cristo, em suas parábolas, em seus sermões, se refere à
reencarnação todo o tempo...
"Passará
o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão"... (Mateus 24:35).
"Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da
minha mão" (João 10.28).
Volto ainda nessa vida.
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