Os Quatro Elementos. Em nós como tudo que há. |
...O homem, segundo a essência grega, possui a sacralidade em si. Um microuniverso voltado
a uma natureza maior que ele e que ao mesmo tempo está nele. Platão, mais que
outro filósofo, expôs de maneira mítica esse homem, em seus clássicos, nos
quais faz referência à alma, ao espírito e ao corpo, como dimensões análogas ao
universo externo.
Não menos do que isso, Cristo também o faz em suas
parábolas, mas sem que haja uma tangente de compreensão universal, ao ver dos
cristãos, mas voltada simplesmente ao homem. E isso é meio perigoso, justamente
porque não só o mito, mas as parábolas, quando evolvidas em contextos isolados,
por mais que pareçam de massa (ao grande povo), têm muito mais um tom universal, como em Sabedoria das Parábolas, de Huberto Rohden,por
isso que suas essências permanecem sempre.
E quando no texto anterior me referi aos elementos do
quaternário humano, também me referia a elementos universais, ou seja, o homem,
isoladamente falando, sem ser criterioso, é um copo, um veículo, e nesse veículo, há
pequenos compartimentos nos quais há lugares em que os elementos – éter,
astral, intuição, desejos... – são resguardados e que participam, a todo
segundo, de nossas vidas, mesmo porque sem eles difícil é nos manter.
Resumo
O corpo, esse veículo complexo, ao passo mais simples que o
outros, é o detentor de todos eles – é o veículo; o vital, subcorpo que possui
a energia, a prana, como diria no passado, por nos dar a vida; o astral, ou linga
sharira, que no passado fora tratado como nosso duplo, ou seja, um corpo que
poderia nos substituir em razão de ser, ainda que invisível, portador de nossas
intuições, mas o subcorpo do desejos, o kama manas, é o que direciona, segundo
a tradição, o homem ao sagrado.
Entre todos os que citei, os quatro, o kama manas reflete
nossas ideologias, filosofias, e mais, é o emblema humano, pois nenhum animal,
planta ou pedra, o possui. E segundo estudos, os alquimistas passados se referiam
às outras partes, assim... Corpo, como pedra; corpo vital, como vegetal; e
astral, intuição, como animal... Mas somente o elemento desejo, como humano.
Outros, ao corpo como terra; corpo vital, como água; astral,
como ar, e o elemento do desejo como... Fogo. E assim, em muitas culturas,
quando se referem ao homem como portador do fogo, de alguma forma citam o
elemento do desejo, da paixão, do prosseguir com a mente voltada a algum
interesse.
E é aqui que muitos dos grandes homens do passado,
principalmente dos avathares, singularidade dos homens espirituais, tentam nos
ensinar como lidar com essa parte que tanto desvencilhamos, quando obtemos a
consciência plena. Isto é, depois que temos a visão do que realmente podemos
ser no universo, trabalhando a parte que pode nos levar ao céu e ao mesmo tempo
ao inferno – como diria Dante.
E em vários momentos, por assim dizer, encontramos de
maneira simbólica essa dimensão citada pelos filósofos em mitos, pequenos ou
grandes, de modo que saibamos interpretá-los e levá-los para nós, e ao mesmo
tempo harmonizá-los com o todo. Porém tal exercício de conscientização em
relação a esse elemento ainda nos é pobre, pois ainda somos meio sectários e às
vezes cientistas, psicólogos, racionalizando ideologias que poderiam se
harmonizar, não distanciar do que somos.
E o que somos?
No próximo episódio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário