sexta-feira, 6 de junho de 2014

O Nascer de Novo








Os avathares, como Cristo, sempre falam do alto da montanha, do cimo --me expressando é claro de maneira metafórica -- para dizer que estão sempre em budhi, o elemento do qual, simbolicamente, tratam de assuntos humanos de maneira única, e que às vezes se 'esquecem' de que estamos aos pés e não em cima de outra montanha.

Quando tratam da imortalidade da alma, por exemplo, assim como Platão sempre o tratou em seus clássicos, fica mais difícil porque é preciso nos informar, primeiramente, a respeito dos estudiosos do mestre grego, ou encontrarmos filósofos que respeitam os aspecto míticos dele. Mas, ainda sim, passando por tudo isso, ainda temos nossas dúvidas acerca do que ele trata, do que sintetiza a respeito do Amor, da Verdade, da Educação, da Justiça, das Leis e principalmente da Alma...

A realidade é que ainda temos os olhos voltados a outros parâmetros, sem que sejam aqueles de suas épocas – como o próprio Sócrates, que, ainda que haja histórias acerca do que era, do que fizera, de suas pretensões para com os jovens da antiga Grécia, vão duvidar, vão reivindicar mais detalhes, e esquecerão a essência de sua humanidade.

Ele, o grande mestre de Platão, nascera em uma época de batalhas, e foi herói; nascera com os pés no chão, pelo ser humilde que era, pelos pais que tinham, e ainda sim nunca deixou que suas verdades – as quais tinham a semântica sagrada --  fossem objeto de renúncia, ou seja, poderia ser preso, enjaulado – como nos tempos de hoje, jogado às escuras de um sótão – que seria o mesmo de sempre...

E a verdade de Sócrates, com o tempo, foi se transformando em contos para crianças, pois o mestre não teve o cuidado de um Platão, o qual, na boca do mestre que se foi em razão de uma condenação, escreveu com o racional preso à montanha, do alto, tudo que Sócrates aludira e muito mais.

E da montanha falou sobre a imortalidade, de uma forma secreta, da qual nem mesmo o maior estudioso poderia rascunhar; mas alguns teósofos brilhantes, como a misteriosa Blavatsky, em Chave para Teosofia, no qual diz, baseado no que o filósofo aludiu em sua obras, que a parte sutil Nous é o Espírito no homem, que reencarna, que espera a evolução da alma, que, segundo os mais entendidos, está sempre acima de nossas possibilidades emocionais e racionais.

Segundo a Teósofa, a alma nasce para a vida física e adquire um novo corpo. Durante os primeiros anos de vida (os sete), aprendemos  gradualmente os passos necessários para a “nova vida”, para o “novo mundo”.  

Ainda, segundo HPB, mais tarde, quando mais velho, nosso corpo está gasto, ao passo que nossa alma se prepara para um mundo mais sutil da vida astral – ou seja, dentro que temos como objetivos em terra, obedecendo às regras naturais da vida, sendo o menos possível intransigente, a alma se prende ao astral como em um casulo, se desprendendo mais tarde, depois da morte física, preparando para o Devachan... (ou Elisiun, como diriam os gregos), que seria o lugar em que descansaríamos provisoriamente...

O Devachan, segundo a autora de Ocultismo Prático, seria ao ver dos cristãos, o paraíso celeste, no qual a bem-aventurança reinaria eternamente; enfim, daí pode-se dizer que nasceriam outros conceitos acerca do Céu post-mortem.

Ali, no entanto, ao contrário dos modernos crédulos, a alma viveria um descanso e se prepararia para o (re)nascimento no plano físico.

Assim, o que nos regeria, vamos dizer, dentro desse universo, seriam leis que mais tarde outros povos antropomorfizariam em nome de uma compreensão melhor. Contudo, para as civilizações em que mitos explicavam o renascer das almas, nos quais chaves simbólicas a respeito do homem e seu papel no universo, dos deuses, potencialidades nomeadas, não foi obrigado, porque tais costumes se transformaram em culturas e o povo mais consciente em relação ao seu papel, a si mesmo.





No próximo capítulo,
O evangelho segundo Tomé.


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