terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Lições Ocultas

"Não adianta buscar respostas se não estás pronto para praticá-las" (L.C)*


A reverência antes de tudo: somos pequenos.






Ainda ontem li um artigo na internet de um físico mediano chamado Osny Ramos, em que fazia uma série de referências às escrituras cristãs (na Bíblia), à luz da Física Quântica, a tecer comparações, interpretações, tudo dentro do campo mais oculto da ciência.

Não tem como não haver razões naquilo que foi abordado, mesmo porque, como já comentamos aqui, há mistérios indecifráveis, os quais religiões fazem questão de respeitar -- ou como diria uma ocultista famosa (H.P.Blavatsky), de permanecerem na ignorância -- o que seria excelente se não fosse para interesse de alguns que comandam iletrados.

Ramos, como um guru físico, não mede palavras e não refreia sua crítica ao comportamento humano quanto à obediência a Deus. E isso, em nome de uma tradição que sempre considerou deuses e rainhas, reis e outros, é desrespeitoso, mesmo porque, ainda que nossa capacidade racional chegue a compreender (será?) o comportamento dos elétrons, não quer dizer que encontramos a pedra filosofal, muito menos o mistério maior do alquimio...

Um dia um samurai nos disse "para baixo e para cima, há infinitos". E Osny, contundente em suas "revelações", parece-me descobridor do Tudo, desmistificador de mistérios dos quais viviam nossos antepassados, e ainda vivem homens do nosso presente; contudo, em suas frialdade mecânica, esquece-se de que um dia uma grande nação -- a qual desconhece ele, certeza tenho -- que nos fez suspirar com suas construções que desafiam o homem, e quem sabe a própria física atual, e que nos fez entender que acerca do maior mistério não questionamos.

Qual o maior mistério? Talvez a própria origem de tudo do qual viemos, ou simplesmente respostas para as mais intrigantes de nossas perguntas, ou mais que isso; porém, o que equivaleria tudo isso se não houvesse um respeito advindo de nossas consciências, de nossa pequeno saber? Qual seria o motivo desse "descobrimento" desse grande mistério?... 
Não importa...

O que o grande Egito sabia, essa grande nação que brilha tanto quanto qualquer estrela presente, apesar de seu atual momento, é que não se pode ir em busca de sagrados mistérios se não temos uma grande alma para tanto. Sabia aquela nação que os deuses -- esses átomos ocultos que tanto incomodam a alma da ciência -- fazem parte de nosso cotidiano, desse ar quente que respiramos, e desses objetivos que tanto buscamos.

Reverência

O Físico se entristece ao saber que o homem atual não se questiona a respeito desse Deus pessoal, que interfere na vida humana. Mas a própria física, ao pegar para si a visão de Deus, torna-se tão fria e quem sabe ígnia, quanto àquele pastor que não fabrica ideias, não faz seu fiel ir atrás de respostas por si mesmo. 

O Físico, ao dar credibilidade a forças naturais infinitas, não foge do tradição, tanto que respeita o passado humano quanto refere-se aos grande filósofos, mas, ao mesmo tempo, para ele (físico), são forças e formas físicas, ainda que tratadas com profundidade... E isso, nosso passado não perdoa.

Se tratarmos qualquer sol ou estrela em sua profundidade, teremos respostas quase idênticas, o que destruiria o saber infinito a que temos direito (e obrigação) de descobrir, mas se tal profundidade estiver no campo racional humano -- desse que nos faz vaidosos e políticos -- podemos acabar por matar gerações... O samurai tinha razão.

É preciso reverenciar com nossas almas, levar ao mais alto de nossas considerações humanas o que os grandes do passado faziam em prol dessa humanidade que se debate em conflitos por meras interpretações e religiogismo... Não podemos cair no querer saber pelo simples fato de querer. (Temos que) Abrir as portas do passado, com o espirito imaculado, com vestes puras, sentir a presença do todo em nossas almas, deixar palpitar o coração, e ter a plena convicção de que somos parte de tudo é um trabalho humano, mas muito mais divino.




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* Luiz Carlos, professor de filosofia.

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