Hoje o assunto é o mesmo de há milênios.
Moral e Ética. Vamos tentar colocá-lo de forma natural, filosófica e mais do
que tudo coerente com o que podemos ser:
práticos.
E um desses exemplos, da prática,
ou na falta dela, podemos citar as grandes e desastrosas imagens de lixos
jogados ao léu, destruindo imagens que poderiam ser símbolos de harmonia junto
à própria comunidade, à sociedade, ou ao próprio homem, mesmo porque tudo que
se faz é um reflexo do que a própria sociedade é.
E esses exemplos se iniciam com
reclamações acerca de pessoas que jogam papéis fora de carros, ônibus, trens, e
só não jogam das aeronaves porque seriam engolidos pela ventania! Mas, quando
nos deparamos com situações gêmeas – de pessoas débeis, ou de educações idem – nos
revelando detentores da verdade, reclamamos, chiamos, e até amaldiçoamos aquele
ser, que se detém em fazer o que muitos “não fariam”, a jogar fora dos veículos
o pequeno maço de papel, com um semblante que nos parece regadores de jardins
do Éden...
Porém, em nossas diárias
consecuções vitais, nas quais nos batem a preguiça, a raiva, o sono, o frio
psicológico, o primeiro passo a dar é esquecer-se daquele débil, que sujou o
mundo pelo vidro do carro... E nos transformamos em um outro: o hipócrita que
busca razões para fazer melhor que o outro, só que, agora, com uma atitude que
soe mais virtuosa..., tipo, “Eu fiz porque estava muito longe da lixeira, mas
eu não sou assim não, sempre fui limpo!”.. E a incoerência continua...
Após racionalizar a desculpa –
aceita por todos, claro --, continuamos sujando o mundo com ar de limpeza. E
quando tomamos essa consciência, continuamos, e se houver um tapete para jogar
por debaixo dele o que podemos varrer e leva-lo ao seu destino, fazemos! Contudo,
somos limpos, e temos, a qualquer custo, moralizar a casa, as ruas, a
sociedade, o mundo...
Reclamamos do animal racional,
inculto, iletrado, que nunca pegou em qualquer gibi, em livros (nem pensar!),
em jornais, a não ser para limpar casa de cachorro, simplesmente porque somos
cultos, belos, letrados, somos bem vestidos, e isso nos torna líderes, heróis,
éticos, enfim... Nós podemos ser sujos, eles, não.
E a hipocrisia continua... Chega
aos palácios políticos, chega às montanhas nas quais o homem, singular em tudo
que faz, deixa sua marca. Ali, a natureza, tão limpa quanto os céus, até o
momento, recebe a chegada do homem ético, que quer refletir acerca de si mesmo,
que encontra Deus em si, que transcende a realidade, encontrando o paraíso;
entretanto, depois de descarregar seu arrependimento de ter nascido no mundo
velho, despeja seu lixo social no topo do mundo...!
E muitos se perguntarão “ o que
esse assunto tem a ver com ética e moral”? – e eu, claro, fico meio nervoso,
conto até cem, volto e início assombroso assunto...
Nunca se falou tanto é ética, moral,
religiosidade, política, grana, pobreza, riqueza, abandono, e nunca se fez
tão pouco em praticar o que realmente se
almeja para entender os conceitos a que me refiro desde o início.
A Ética, depois de tanto refletir
e praticá-la, percebo, está a resvalar nas vias abertas de uma sociedade
estanque em seus conceitos. Não se sabe,
na maioria das vezes, o que se fala, o que se pede, o que se quer... E ainda sim,
somos incoerentes ao que pedimos... Ao que que queremos no mundo. Parece-me uma
grande e familiar bola de neve, feita de pessoas hipócritas, incoerentes, sem
pais, filhos, mães, enfim, como se um grande esgoto a céu aberto, saindo das
bocas, em forma de palavras, calhasse no meio da rua, e todos, sem saber, a
pisar, e o produto, a feder, a ficar negro, tal qual piche, a colar sapatos... E
assim por diante.
Frear isso é frear uma máquina de
uma tonelada caindo de um precipício... Então o que faremos? Bem... se perdemos
nossos referenciais, nada melhor do que resgatá-los, na tentativa de melhorar,
pelo menos, o banheiro de nossas próprias residências! Ou seja, não há falar em
ética mundial, em ética partidárias, em éticas pseudo-filos[oficas, em ética pessoal,
se não sabemos nos portar como seres leais ao que queremos ser: coerentes.
Volto com o assunto”
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