sábado, 28 de maio de 2016

Ética e Moral, de novo.





Hoje o assunto é o mesmo de há milênios. Moral e Ética. Vamos tentar colocá-lo de forma natural, filosófica e mais do que tudo coerente com o que podemos ser:  práticos.

E um desses exemplos, da prática, ou na falta dela, podemos citar as grandes e desastrosas imagens de lixos jogados ao léu, destruindo imagens que poderiam ser símbolos de harmonia junto à própria comunidade, à sociedade, ou ao próprio homem, mesmo porque tudo que se faz é um reflexo do que a própria sociedade é.

E esses exemplos se iniciam com reclamações acerca de pessoas que jogam papéis fora de carros, ônibus, trens, e só não jogam das aeronaves porque seriam engolidos pela ventania! Mas, quando nos deparamos com situações gêmeas – de pessoas débeis, ou de educações idem – nos revelando detentores da verdade, reclamamos, chiamos, e até amaldiçoamos aquele ser, que se detém em fazer o que muitos “não fariam”, a jogar fora dos veículos o pequeno maço de papel, com um semblante que nos parece regadores de jardins do Éden...

Porém, em nossas diárias consecuções vitais, nas quais nos batem a preguiça, a raiva, o sono, o frio psicológico, o primeiro passo a dar é esquecer-se daquele débil, que sujou o mundo pelo vidro do carro... E nos transformamos em um outro: o hipócrita que busca razões para fazer melhor que o outro, só que, agora, com uma atitude que soe mais virtuosa..., tipo, “Eu fiz porque estava muito longe da lixeira, mas eu não sou assim não, sempre fui limpo!”.. E a incoerência continua...

Após racionalizar a desculpa – aceita por todos, claro --, continuamos sujando o mundo com ar de limpeza. E quando tomamos essa consciência, continuamos, e se houver um tapete para jogar por debaixo dele o que podemos varrer e leva-lo ao seu destino, fazemos! Contudo, somos limpos, e temos, a qualquer custo, moralizar a casa, as ruas, a sociedade, o mundo...

Reclamamos do animal racional, inculto, iletrado, que nunca pegou em qualquer gibi, em livros (nem pensar!), em jornais, a não ser para limpar casa de cachorro, simplesmente porque somos cultos, belos, letrados, somos bem vestidos, e isso nos torna líderes, heróis, éticos, enfim... Nós podemos ser sujos, eles, não.

E a hipocrisia continua... Chega aos palácios políticos, chega às montanhas nas quais o homem, singular em tudo que faz, deixa sua marca. Ali, a natureza, tão limpa quanto os céus, até o momento, recebe a chegada do homem ético, que quer refletir acerca de si mesmo, que encontra Deus em si, que transcende a realidade, encontrando o paraíso; entretanto, depois de descarregar seu arrependimento de ter nascido no mundo velho, despeja seu lixo social no topo do mundo...!


E muitos se perguntarão “ o que esse assunto tem a ver com ética e moral”? – e eu, claro, fico meio nervoso, conto até cem, volto e início assombroso assunto...

Nunca se falou tanto é ética, moral, religiosidade, política, grana, pobreza, riqueza, abandono, e nunca se fez tão  pouco em praticar o que realmente se almeja para entender os conceitos a que me refiro desde o início.

A Ética, depois de tanto refletir e praticá-la, percebo, está a resvalar nas vias abertas de uma sociedade estanque em seus  conceitos. Não se sabe, na maioria das vezes, o que se fala, o que se pede, o que se quer... E ainda sim, somos incoerentes ao que pedimos... Ao que que queremos no mundo. Parece-me uma grande e familiar bola de neve, feita de pessoas hipócritas, incoerentes, sem pais, filhos, mães, enfim, como se um grande esgoto a céu aberto, saindo das bocas, em forma de palavras, calhasse no meio da rua, e todos, sem saber, a pisar, e o produto, a feder, a ficar negro, tal qual piche, a colar sapatos... E assim por diante.

Frear isso é frear uma máquina de uma tonelada caindo de um precipício... Então o que faremos? Bem... se perdemos nossos referenciais, nada melhor do que resgatá-los, na tentativa de melhorar, pelo menos, o banheiro de nossas próprias residências! Ou seja, não há falar em ética mundial, em ética partidárias, em éticas pseudo-filos[oficas, em ética pessoal, se não sabemos nos portar como seres leais ao que queremos ser: coerentes.



Volto com o assunto”

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