A maravilha do ser humano é ser utópico; mas mais maravilhoso ainda é que dentro dessa utopia temos a esperança de realizá-la.
A natureza se fez no homem, o reconheceu como parte; seus
movimentos foram reconhecidos como sagrados e sacralizados pelos elementos que
nela há, simplesmente porque ele, o homem, faz parte dela. Sincronizou-se com a
Terra, percebendo que seu corpo, etério, nada mais é que uma forma concreta,
formada por moléculas, células, líquidos dos quais a própria mãe terra se
alimenta quando nela se vai.
Em sua forma mais densa, mais imperceptível, o corpo,
elemento natural, que crescera e se desenvolvera com a grande mãe terra, é e
sempre foi a parte matéria visível e o homem, hoje, reconhece que ainda que seja
visível se vai, tona-se pó, sombras fora do seu alcance. Sabe mais, que suas
estruturas, necessárias à humanidade, são relevos, assim como seu corpo, que
some na velhice, unindo-se à terra.
Este mesmo homem reconheceu que se apegou ao etério do copo,
do mais denso e frágil elemento que nele subjaz, viveu do mais frio e mais
enganoso dos seres, o seu próprio corpo, que, interligado aos mais nobres
elementos biológicos, tornou-se seu maquiavélico inimigo – do qual vivia,
amava, cobria-se e por ele morria...
Sabe, agora e mais do que nunca, que sua terra é seu corpo;
que nela se guarda o fruto do qual comerá e dela sobreviverá; mais do que nunca
amará o amará, mas somente agora como forma expansiva, abrangente, e alcançará
a força e a forma universal de onde vem outros corpos, como as estrelas, entre
outros, os quais nunca enxergou, graças ao centro que criara em torno de si –
leia-se, de um único universo que acreditava existir.
O físico, em sua complexidade, formou pontes em milhões de
anos no homem, e com ele o astral, um corpo tão natural quanto o primeiro, por
isso chamado de duplo etérico, graças a similitude com que age, quando o corpo
sente... E esse corpo, o astral, tão usado como peneira para tapar o sol das
nuances físicas, hoje, em meio a um mundo novo – como uma dimensão – alegra-se
com os feitos heroicos daqueles que vieram para salvaguardar a paz, ainda que
seja por meio de conflitos necessários, mas com um viés natural de uma ponte
que refaz a todo instante com fins nobres, tais quais o do corpo...
Nada tão nobre, no entanto, é o homem completo, que vive
agora por meio de sua energia em função dos sentimentos que são elevados, por
isso, perfeitos. A energia, no corpo vital, aquela que detém a dor, o
sentimento de que estamos vivos, será mais vívida, mais forte e ao passo detentora
de formas energéticas mais espaciais, nas quais corpo e astral estariam tão
plenos de formas e forças que não será (ou seria) preciso de visão...
E por último, aquele que nos faz crer que os deuses existem,
sem dúvidas, sem medo, seja ele qual for, em meio a crises ou não: a Mente. Embriagada
de racionalismos, agora voltados ao céu, a mente racionalizará até encontrar os
mistérios divinos, se voltará a causas mais humanitárias, sem aplauso, sem
forma, sem figuras, agora, mais do que nunca, completa...
A mente, a doutrinadora dos outros subcorpos, será o elemento
fogo, aquele que, por mais que seja a ventania, estará sempre na vertical,
queimando forte, traduzindo o que o homem sempre quis saber das entrelinhas que
perduram em seu coração. A mente vai agir como um tufão sagrado em busca do
amor real, da virtude, e de todos outros valores que desvirtuamos no passado e
fomos obrigados praticá-los ou como eles nos cobrirmos como cobertores pequenos
feitos de jornais...
Hoje, não só a mente, mas a terra, o ar, a água, em forma de
elementos que vivem em nós, agirão como uma filarmônica, com a maestria do
nosso Eu, o nosso maior farol, e farão música ao uno, ao cosmos, harmonizados
com toda a semântica que temos direito, como pequenos seres, pequenas formigas,
grandes pedras rolantes, ou mesmo animais, mas com ânima, com nows nas veias,
desfrutando do sol verdadeiro, do Bem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário