segunda-feira, 30 de maio de 2016

Ética e Moral, de novo (iii)





Depois de reverberarmos acerca do que é Moral e Ética, depois de salientarmos a necessidade de sermos éticos em determinadas situações nas quais nos sentimos dúbios em relação ao que é ético ou não, façamos uma reflexão acerca do assunto, que, na realidade, nos coloca na parede, nos instiga quanto ao que somos e o que podemos fazer no nosso meio.

Dentro que foi proposto, temos uma ligeira definição do que é Moral e Ética, ainda que sejam relativos e que cabem em nosso bolso. Em nossos pequenos atos, em nossos pensamentos direcionados a projetos, à prática diária de atos que podemos nos levar traduzir o que a circunstância pede.


Enfim, sabemos que da micro e larga escala podemos tratar da moral e da ética como valores que nos surgem como teóricos e práticos, no instante em que visualizamos o passado, não muito longe, e que este passado, enraizado de tendências mutáveis, nos mostrou que a própria moral é mutável a partir do momento em que ela nos serve como meio e não fim; Assim o é a ética também.



Entretanto, se olharmos para trás um pouco mais, e observarmos as páginas clássicas do legado platônico e aristotélico, percebemos que eles não se referem apenas a essa trajetória cíclica e mutável de valores que abraçamos e nos tornamos donos, não. Falam, acima de tudo, de uma grande moral que está acima, ou melhor, dentro de nós, e que não sucumbe a época alguma, mesmo porque se realiza e realiza o homem quando este a idealiza.

Na Grécia e Roma douradas, sem falar no grande Egito, podemos salientar, em determinadas épocas, que deuses mitológicos faziam parte daquelas nações, e traduziam o sentimentos daqueles povos em referenciarem-se em algo maior, transcendente, elevado. Precisavam que suas almas estivem de acordo com o grande Eu Cósmico. 

Assim era a moral. A prática de valores sagrados dos quais os homem retirava sua educação e repeito não somente aos povos, aos deuses, mas principalmente a si próprio. Por isso, haveria de ter sempre os mitos, as lendas, os contos, nos quais personagens heroicos, do nada nasciam, se revelavam donos do mundo, do universo, mas sempre organizando o grande céu.



Hoje, na grande divisão de águas que criamos entre o que queremos e o que é certo, repetimos mentiras que se tornaram verdades, jogamos com vidas, criamos heróis falsos, e morremos sem saber o que fizemos, e assim nasciam atos éticos e morais interesseiros, dentro de tribos, clãs, desconexos com o sagrado, e que nos gerou partidos, e dentro deles mais divisores de sociedades, sentimentos, valores -- palavra que se desconectou do seu real sentido...



Em todas as épocas, claro, havia uma âncora, um sábio, um governante que se poderia confiar atos que religassem com o alto. Tal governante, egípcio, grego ou não, teria que ter por obrigatoriedade um pouco de sacerdote, um pouco de Deus. Mesmo porque, hoje, ao perceber que somos um pouco morais em relação ao próximo, podemos realçar o que realmente somos, na tentativa de alcançar um pouco nosso céu, ainda que não sejamos faraós, governantes, mas donos de algo que pede internamente para sermos morais e éticos.






Voltamos.




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