sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A Admiração do Homem

"Duas Coisas povoam a mente com uma admiração e respeito sempre novos e crescente... O céu estrelado por cima de nós e a lei moral dentro de nós"

(Imamnuel Kant)





... Não querendo continuar, mas já continuando o assunto a respeito dos mestres, tema sobre o qual se nos dedicarmos teremos uma linha infinita de enigmas e aprendizados, queria completar, ou tentar, entrelinhas, fazer entender o que muitos se perguntam... "Por que nos admiramos tanto com o próximo?". Julio César. general romano, com seus quarenta anos de idade, após se deparar com a estátua de Alexandre (o Grande), olhou nos olhos dela e chorou. 

O grande general, que havia conquistado várias nações com suas estratégias perfeitas, admirava o grande menino, que, com dezoito anos, já havia conquistado mais da metade da Europa. Seus olhos buscavam a grandiosidade que fez daquele conquistador um dos mais influentes guerreiros do mundo... Julio César, claro, o admirava.

Hoje, com o nascimento de heróis cotidianos, nos perdemos em debates, em ânsias por admirar alguém e acabamos por cair em diversas formas de admirações. Sabemos, nos entanto, que precisamos dela, com o fim de crescer, ainda que materialmente, e ser algo que desconhecemos em nós. Ou seja, a própria admiração não é um mal, mas uma faca de dois gumes, com a qual podemos elevar nosso Eu ou destituí-lo de suas razões naturais.

Nietzsche dizia que a felicidade era o maior bem que procurávamos, mesmo quando em pessoas depositávamos nossos objetivos. Por outro lado, tínhamos Schopenhauer que dizia que teríamos que ter cuidado com o fruto que comemos, se não temos notícia da árvore do qual veio. Os dois estão corretos quando se referem à felicidade e  à desconfiança, mesmo porque o que nos paira em relação ao mundo é sempre uma grande dúvida. Mesmo assim, caminhamos para o abismo sem olhar para o chão.

Platão dizia que o único conhecimento que nos faz prosseguir é a seleção prodigiosa de tudo que fazemos, pois só assim temos uma visão do que somos. Aristóteles, seu discípulo, preocupava-se mais com motor que nos conduzia a escolhas, ou seja, depois de a própria consciência individual ou coletiva se manisfestar, teríamos o resultado como uma somatória natural do que poderíamos ter ou ser.

O que vejo, no entanto, talvez, também o resultado do mestres do passados, os quais sintetizam a realidade humana; porém, entre eles, fico um pouco mais com Nietzsche, que possui uma visão um tanto moderna em relação aos modernos, e (fico) muito mais com Platão, que, em suas obras, principalmente "A República", que devemos esmiuçar, desde as pequenas coisas, até as maiores, com o fim de desvendar o porquê de Tudo.

Não é uma procura casuística, pelo contrário, o ser humano tem isso nas veias, e é isso que o faz prosseguir em relação aos demais animais, os quais, em suas próprias leis, trabalham, mas não descobrem realidades por trás dela, voluntariamente. Ao contrário de nós, que, em nossa busca, seja ela da poeira que nos cobre ou mesmo amor e seus enigmas, andamos, provamos, admiramos, tudo em prol de um Algo que nos burla internamente...

A alma é a resposta disso tudo. Mesmo quando admiramos alguém ou vamos ao encontro dele ou dela, quer dizer não é algo factual, emblemático, acidental, mas enraizado em nosso EU. E muitos irão se perguntar.. "Mas por que temos que admirar alguém?", ainda que tal pergunta seja claramente racional, ela trabalha para o consenso interno do homem, com vistas a descobrir esse mistério, que pode ser respondido da seguinte forma... "Temos divindades em nós, e queremos encontrá-las, contudo, não podemos apreciá-las, por isso admiramos um pouco delas quando refletem em algumas pessoas".



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