As correntes politeístas do passado sempre foram discriminadas, vistas como ignorantes, pela maneira como negavam a existência de um ser maior, a de Deus e sua onipotência, e onipresença, como se fossem crianças que teriam criado, do nada, outras formas de adoração. Não. A única forma de ignorância, talvez, tenha sido a maneira como algumas religiões supunham ser no passado, dando lastro ao presente de ser a melhor, a maior, a dona da verdade...
No Antigo Egito, uma civilização politeísta -- hoje com uma população mais muçulmana que egípcia -- era uma cultura que aceitava de bom grado clãs monoteístas. que nela se instalavam e cultivavam seus deuses. A maioria entendia, aceitava, entretanto, outras não possuíam essa paciência: não corroboravam com tal filosofia e buscavam meios de se sobrepujarem acima de tudo. Foi o caso de Moisés, grande iniciado, que era filho de hebreus, adotado pelo faraó Ramsés, informado acerca da respeitosa religião da qual fizera parte, resolveu bater o pé e formar mais uma.
Depois de ser influenciado pelo passado, para ser mais exato, pelo faraó Akenaton, o qual, como sabem, adotara o sol como princípio, extinguindo outras entidades, como Osíris, Hórus, Ísis, o que era uma blasfêmia na visão de muitos que já se acostumavam ao clássico jeito se de ser das leis egípcias, que sempre se sintonizou com a maneira natural de ser do universo, Moisés, de politeísta a monoteísta, levou seu povo a outra Terra, desfazendo tratos com seu maior irmão, o faraó.
Nessa passagem, dizem, houve ameaças do hebreu contra o faraó, se seu povo, o hebreu, não fosse solto. Em estudos recentes, descobriu-se que Ramsés era conhecido pela sua espiritualidade, bondade, e que jamais tentou manter qualquer povo sob uma suposta ditadura faraônica, e apesar de conhecer e amar seu grande irmão, o deixou ir, pois todos possuem caminhos e entendimentos diferentes em relação aos ensinamentos sagrados -- caso contrário, todos seriam faraós!
O mesmo ocorreu do outro lado da Europa, quando cristãos, em 300 d.C, fizeram com que vários nativos nórdicos, os chamados guerreiros descobridores, deixassem milênios de educação religiosa para adotar o cristianismo de forma grosseira e impiedosa. Os vikings eram politeístas, tinham uma gama de deuses adotados como parte de sua vida, assim como outras nações, como a romana, a grega, nas quais o panteão não era diferente, mas caíam na embarcação furada dos cristãos, da forma mais cruel do mundo.
Todas elas tinham uma singularidade, um entendimento único em relação aos seus deuses, mas nunca, jamais, deixaram de acreditar no deus único. A questão, no entanto, vem do entendimento de quem domina, de quem acredita que tais nações, nas quais o politeísmo existia, não tinham opinião acerca de Deus.
Para elas -- as politeístas -- Deus não era racional, relativo, ou seja, não se poderia dele tirar nada, além de um "eu acho". A certeza morava nas relatividades humanas que necessitavam de deuses mais próximos, dos quais tiravam suas explicações, suas origens, a origem de sua própria terra! Já o Deus maior, o Onipotente, Onipresente, era demais em suas mentes, nas quais pairavam somente problemas humanos -- o que comer, o que fazer em relação aos filhos, às mulheres, ao mundo, enfim, um pouco diferentes dos nossos -- como pagar, como beber, como viver, como sobreviver --, mas nada que possamos nos subjugar.
Para os politeístas, que jamais forçaram a ninguém a obedecer a qualquer deus, não poderíamos deixar nas mãos de Deus problemas relativos, mesmo porque não se compreendia uma Inteligência natural, sobre humana, infinita, ou como diriam os vedas, o Parabraham, o impensado, o invisível, inato, enfim, algo que a mente humana não teria condições de abarcar. Então a necessidade de conjugar potencialidades, em meio ao que se poderia opinar. Daí nasceram os deuses.
Blavatisky já dizia que "Ninguém é dono da Verdade".
Nenhum comentário:
Postar um comentário