quarta-feira, 18 de julho de 2018

Desfazendo o Sentido

Hoje, se tivermos uma conversa a respeito de mitos e lendas com um cientista, seja ele qual for, vai nos convencer de que tudo no passado nada mais era do que uma necessidade humana de sobrevivência na selva da ignorância, por meio da "imaginação coletiva". Para muitos, claro, estão certos, mesmo porque a prova de que os mitos funcionam é rasteira e frágil, sem falar nas lendas, contos que, para crianças, servem para fazê-las dormir...

É muita falta de consideração ou falta de profundidade? Acredito que a depender da linha que tomam podem parar em qualquer lugar, mas, de alguma forma, em algum ponto, ainda que obscuro, nos encontramos. Entretanto, o que fica em nossa mente é a maneira como exercem seu papel na sociedade, difundindo ideias sobre as quais sabem muito pouco.

Descobrindo, opinando, trabalhando, aludindo sempre a respeito do desconhecido, do oculto, como se fosse mestres que realmente descobriram o fogo! Mas mal sabem que a realidade é que nem mesmo o fogo foi descoberto, pois já existia na natureza, assim como vários elementos que o fazem vertical, amarelado, quente, forte, enfim, bastando ao homem apenas desfazer um pequeno véu e dizer... "descobri!" -- que coisa, hein!

A partir dessa linha materialista, se infiltram, se enraízam e dela tiram os frutos naturais da vida como se fossem os reais donos da árvore que deu origem aos animais, às plantas e às pedras, ah, já ia me esquecendo, ao homem... E o pior de tudo é que não aceitam que no passado, em nações como no Egito, por exemplo, sacerdotes ou cientistas sagrados tivessem explicações sobre-humanas a respeito do céu e da terra. O que vale dizer é que aquela vassourinha, que varre aquela terrinha que nos faz dá de cara com o esqueleto do dinossauro, é tão importante quanto um estudioso iniciático, clássico, que descobrira planetas com parcas ferramentas, que dera nome ao oculto, e por meio deles explicou o início do mundo, dos cosmos, e com meios sagrados transformou aquela época em uma das mais ricas estrutural e humana possível.

Não podemos falar em inveja. É apenas um caminho do qual se retira pedras e mais pedras, que um dia foram testemunhas e ao passo agentes de várias histórias nas quais o próprio homem, com sua relativa história, quer mudar, que desfazer, quer refazer e ser o principal agente do mundo. Aqui, percebo, a Ciência não é diferente de algumas religiões que antropomorfizam o oculto com vistas a fazer sobressair a figura humana.

Fora isso, o que mais me impressiona e não me passa pelas vias normais do entendimento, é ler a respeito de uma grande opinião, que pode massificar outras e transformar o mundo em algo que não se pode consertar. Uma coisa é perceber que não temos mais referenciais religiosos, políticos, filosóficos, e outra é pisar mais ainda em tudo isso ao invés de levantar o que matamos, como o conhecimento.

A Ciência, no passado, por meio do religare, sentido único da palavra religião, significando "religando tudo a Deus", não tinha medo de refletir e trabalhar com elementos físicos e ocultos, como o fizeram os alquimistas, os quais, em segredo, sabiam que a matéria nada mais era que uma ordem intrínseca, perfeita, mas que resguardava em si vários outros núcleos atômicos, que, com a força interna no próprio homem (alquimista), iniciado, que sabia lidar com oculto, elaborava até mesmo remédios.

Ao se desligar do sagrado, a Ciência sofreu amnésia, esquece-se dos mitos, que resguardam verdades, explicam universos, a vida do próprio homem, transforma civilizações, encanta o mundo e nos eleva quando damos o primeiro passo em direção ao seu caminho. Talvez essa beleza de explicação seja um tanto quanto semântica para que alguns homens de jaleco branco entendam o porquê da vida.


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