terça-feira, 17 de julho de 2018

Sombras do Oculto

Há milhares de anos, quando o homem se transformou em um ser pensante -- como diria um cientista, "após a Revolução Cognitiva"--, queria entender o oculto, suas manifestações no mundo material, desvendar o porquê da sua sutileza por trás dos ventos, nos nascimentos, nas transformações verticais, nas cores que, de alguma forma, não eram apenas cores e sim lençóis protetores de seus agentes.

Há milhares de anos, quando se iniciou a primeira caminhada em nome de seus objetivos os quais, naturalmente, o fez repensar seus passos, sua vida, seu mundo terreno, pensou acerca do mundo, de seu equilíbrio ante as forças desconhecidas, porém conectadas a ele, homem. Em nome dessas forças, procurou saber mais, muito mais.

Assim, para ele, ainda frio nas práticas usuais, na tecnologia, na falta de instrumentalidade, queria entender o inicio de tudo, do universo, e com o pouco que tinha explicou. Por meio de histórias fantásticas, de lendas e mitos, culturas clássicas do mundo todo, dentro que podiam, teatralizaram o início do universo, do cosmos.

O oculto não foi inventado. Lá estava ele, com suas minucias, a reverberar sutilmente em nome das potencialidades, com sua voz inaudível, sombra invisível, por trás de todos os elementos que conhecemos como visíveis. O papel do homem era apenas reconhecê-lo, não amá-lo e adotá-lo como deus ou divindades, mas respeitá-lo como era, como é e será.

Muitos autores, ao condicioná-lo (o invisível) às práticas de uma necessidade humana, tivera, claro, a melhor das intensões, mas foram longe demais. Graças a eles, sombras foram transformadas em deuses literais, potencialidades, em supostas imaginações culturais, em imaginários coletivos, enfim, graças ao devaneio do próprio homem cultural, cuja necessidade explicar o mundo era maior que respeitar o oculto, tentamos, até hoje, desfazer o que nos prejudica como homens que querem entender o presente e o passado.

Aí vem a Ciência, com sua falta de credibilidade, e nos cerca de racionalismos naturais daqueles que não acreditam no oculto e sim no acaso. Para a ela, a matéria anda por si mesma, como um motor físico e sem ele não vai a lugar algum. O grande motor do universo, até então, é procurado pela Ciência, graças àqueles que transformaram o oculto em emblemas supostamente nascidos na imaginação humana. 

Mal sabem os escritores cientistas que resumir a história da humanidade em imaginários coletivos é dizer que criamos tudo, até mesmo Deus, e isso é inconcebível. Não criamos, apenas plasmamos o oculto e o rotulamos ao nosso bel prazer. Isso não nos faz donos, ainda que acreditamos, do oculto e mesmo assim dele tememos, nós simplesmente não sabemos explicá-lo e quando há culturas que o sabem, há outras que pegam esse mesmo ensinamento e desfazem tudo!

Assim, os mitos se calam, as histórias são esquecidas, os contos tentam sobreviver, os sábios se escondem, os sacerdotes são partidários, dando à Ciência meios para juntar, assim como se juntam provas contra alguém, mais forças contra a Verdade. E por meio de seus observadores de plantão, como medo de entender o oculto, fazem descobertas físicas, mas "esquecem" que por trás delas o oculto pulsa, organizadamente...




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