Já vimos que a palavra política veio de pólis, que significa cidade, em grego. Sabemos que as cidades que deram origem a essa palavra eram as cidades-estados gregas Esparta, cuja política era mais pela força física do que as outras, e de Atenas, a qual possuía um viés ideológico mais cultural, interno, se sobressaindo no quesito educação. Daqui, Platão retirou um pouco de cada uma para trabalhar em sua "República", no sentido de criar uma filosofia perfeita entre os homens.
Na Cidade Perfeita, como havíamos trabalhado em outro ponto, segundo nos consta, após a tomada de consciência em relação ao próprio sistema, o cidadão agora, depois de ter levado consigo vários instrumentos que o fariam ideológico quanto ao seu papel na pólis platônica, se sente na possibilidade de "voltar" e demonstrar sua nova forma, ou melhor, seu papel junto aos seus.
Agora mais aberto, com instrumentos firmes, o cidadão, ético, moral e virtuoso, já o seria por si mesmo uma microforma dentro de outra -- da cidade, mesmo porque o papel de todos seria a indelével maneira de encontrar sua função junto ao pequeno mundo que se formava.
Não haveria outro modo a não ser trabalhar junto ao próximo, ensinar, fazer-lhe acreditar que existe o céu, aqui e agora, de modo simples, sem abalar estruturas sistêmicas. Aqui, não poderia haver a informação inútil pelo fato de tudo que se aprendera, na grande experiência de ver o Bem em forma de sol, era repassar na prática o que foi visto, não o que lhe deram para ver.
A prática, nesse quesito, seria a força natural do homem da cidade, cuja vontade de religar-se com estruturas simples, com vista a outras mais complexas, o deixaria mais perto de seu ideal. Não poderia ser diferente, pois o que nascia ali não era apenas uma cidade, mas a possibilidade de nascimento humano, no ser humano.
O Sol da Ética
Para nos moldar, é preciso que tenhamos a parte ética moderada, naturalmente posta no homem, não de forma brutal, mas, sim, como se estivéssemos a caminhar em um passeio ao por do sol. E já o trazendo como forma exemplar, podemos ver o rei solar como uma espécie de grande exemplo entre nós, uma grande estrela simbólica que se sintoniza com todos os valores humanos e não humanos -- o que nos fazer refletir acerca do que somos e por quê.
Não apenas o sol, mas a toda forma de vida que nos faz repensar o que podemos fazer aqui e agora pela natureza, pelo próximo, por nós mesmos, a nos dar motivos de levantar, iluminar e dormir satisfeitos com o que fazemos. A educação platônica paira em cima desse conceito ético de vida.
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