sexta-feira, 30 de novembro de 2018

A Sombra do Sol

Diziam os gregos, há mais de dois mil anos, que onde houver um ser humano pátrio que deseja conectar-se com Deus, também é um grego. Filosofia antes enunciada pelos egípcios que acreditavam em seus deuses até o momento em que outras religiões iniciaram seu processo de disputa pelo céu terrestre. Nela, na Terra Vermelha, tudo era símbolo natural-concreto do que estaria no céu real, como ideias que eram plasmadas pelo homem -- ser único que poderia fazê-lo conscientemente, -- de modo que não era difícil concretizar e dizer "Aqui é o Céu".

Na própria Roma Clássica, quando grandes generais amavam o que faziam pelo amor à sua terra, sabiam que a responsabilidade maior era trazer à tona elementos coerentes, vivos, tradicionais não apenas para a história pessoal de cada um, mas para Roma, seu amor real. Um amor que ultrapassava fronteiras, quebrava paradigmas, ensinava a humanidade a lidar com as folhas mortas que se rebelavam novas, mas serviam apenas para serem varridas.

Roma, a Terra da Loba que alimentou Rômulo e Remo, foi prática dos ensinamentos gregos, e estes, do Antigo Egito, e assim por diante, talvez de uma Atlântida quem sabe, ou nem se sabe. A realidade é que todas elas, não somente elas, como quero salientar, possuíram, e em sua essência possuem, um legado riquíssimo do qual jamais a humanidade irá esquecer-se, a depender da alma coletiva do mundo...

Por que isso? Percebo que estão criando "sabedorias estanques" comportamentais, na tentativa de dissuadir o mundo a não olhar o passado com os olhos naturais de um um homem que viveu e que morreu em busca do conhecimento... A prova é que se estudam menos os heróis, os quais são apenas bonecos de lojas, referenciados em filmes americanizados, cujo teor foge e muito do que um dia aprendemos em um passado distante..

A beleza do passado, percebo, em forma de estátuas e de templos antigos, e  de quadros de artistas idem, progridem à medida que os preservamos, porém, a religiosidade, a sacralidade destes estão se perdendo como gritos únicos na multidão enraizada de fúria. Uma fúria política, social, familiar, a qual desanda até mesmo o raiar do sol, que um dia vimos, apreciamos e hoje não temos tempo de vê-lo graças à maldita filosofia de olhar para as paredes eternas, sucumbindo às sombras.

Há em nós um grego, um romano e um egípcio; entretanto, temos que buscá-los na medida de nossos passos em direção ao que realmente nos importa como humanos. Se pretendemos religiosidade, sacralidade, amor à busca profunda e simbólica na natureza, seremos Egípcios; se desse amor nos restar uma válvula que nos faça melhorar nossos relacionamentos amistosos, em família e ou sociedade, e que deste exercício interno nos sobrar tempo para sentir as algemas do presente em nossos pulsos psicológicos, seremos gregos; se conseguirmos andar apesar dos pesares, digo, das dores, em meio às batalhas, das pequenas guerras e respeitar o próximo, em sua vida e morte, seremos romanos.



Aos Meus Amigos.

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