sábado, 20 de junho de 2009

Nos Olhos do Mundo


Meu filho Pedro Achilles (o primeiro foi ideia da mãe, o segundo por amor a história) vai completar um ano de nascimento. Tenho tentado, de todas as formas, ser um pai, nada mais. E acho que que venho conseguindo. Depois de várias derrapagens, gols perdidos (até penalts), acredito que agora, hoje, mesmo depois de tê-lo, há onze meses, sou um real pai.


Tal palavra (pai) não é apenas uma junção de três letras, nem mesmo um oscar da academia (seja de letras ou da própria vida), não, não é... É olhar para cima e tentar canalizar o que céu nos deixou como legado a fim de que possamos viver bem em todos os aspectos, seja como pai, seja como tios, irmãos, ou mesmo homens -- este último a cada dia mais dificil. Ser homem não é apenas dar o lugar na cadeira à esposa, fazer o filho sorrir, ou obedecer à mãe... Isso são coisas que basicamente nos ensinam desde pequeno. Ser homem é pensar no todo, estar em comunhão com pensamentos nobres, com atos éticos (quando estes se igualam aos divinos) e morais. Ser homem é enfrentar a realidade, mesmo que pertubadora, ainda que desgastante sob o ponto de vista físico, mas sempre em contato com o mais fiel ao ser que se esconde e ao passo se mostra na pureza de seus atos conscientes, pois não somos crianças.


Mas e ser pai? tal qual o homem que alimenta seu coração de atos nobres, o pai alimenta sua vida de responsabilidades e vivências éticas das quais se viverá a fim de que seu filho possa vizualisar nele o grande herói no qual será baseado e seguido. Não terá dúvida o pai de seus atos pois deles é que nascerá a consciência de seu filho, o qual espera um exemplo do momento que nasce até o dia em que voa ao mundo cheio de exemplos frios e amorais.


Se não houver um pai que lhe mostre a realidade de maneira ética, haverá bandidos que o farão, pois tais bandidos também têm uma ética voltada a um espelho voltado a uma organização inquebrantável, mas violenta e vil.


O pai, ainda que seja de corpo e alma, terá que mostrar o espírito ao filho. Um espírito heroico. Terá que mostrar a liberdade de seguir uma finalidade; terá que mostrar Deus em forma de potencialidades, representadas pelos deuses, tão naturais e visíveis quanto a palma de uma mão; mostrar ainda seu respeito às divindades, pois delas somos parte, inclusive somos um pouco divinos.


Pai não é apenas aquele que mostrará a face da vida, mas a face da morte, e dirá ao filho que uma é o espelho da outra, e que esta é ainda uma continuação da primeira, e vice-versa, de maneira que jamais cessará tal continuação, mesmo com todos os sentimentos religiosos de filhos escolhidos do Deus (antropo), do medo eterno, da dor eterna (inferno), da luz eterna (céu), da solidão mentirosa, da felidade em forma de atos...


Eu, como pai, hoje, terei meu papel escrito a partir de agora. Não vou titubear e conseguierei entender que, mais que mostrar a meu filho as coisas do mundo, pelos olhos do mundo, terei que entender que somos um, e que, à medida que o ensino, ensino a mim, muito mais.

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