Tenho refletido muito acerca do que somos e/ou do que poderíamos ser. Na realidade, já transpusemos em textos uma série pensamentos sobre o tema. Mas é sempre bom voltar a assuntos que geralmente nos sentimos bem (ou insatisfeitos). Para inicio de conversa, queria dizer que o que mais me leva a pensar é sempre o dia a dia. Com uma série de circunstâncias ora desenfreadas, ora organizadas, o dia a dia me oferece pontes para entender o que eu sou o que posso ser; contudo, todavia, mas... Não tem importância, nem mesmo os grandes de épocas passadas souberam lidar com esse labirinto, com essa floresta, com essa comédia dantesca que somos nós, mesmo tendo todas as ferramentas possíveis...
Com tais ferramentas (poucas), já metaforizando, andamos feito Cristo em águas enlameadas em busca de uma solução para o que nos atormenta, desde a hora em que acordamos, até a hora de dormir. Parece-nos uma panela que não para de bater em nossos ouvidos, ensurdecedora, dizendo “Tá erradooooo, comecemos de novo!” – e lá vamos nós, todos os dias, tentar outra vez, até que nos bate a falta de ânimo, entusiasmo... revirando os olhos, com raiva, às vezes, triste, a enfrentar uma empreitada que se parece mais com uma guerra sem inimigos visíveis – é a falta do que fazer?
E continuando... Andamos como aposentados decanos em busca do café da manhã, que, mais uma vez, vem sem o bendito açúcar, pois somos diabéticos! O sol não é mais o disco solar a que tanto chamávamos de o belo ser que nos alumina, nem a lua escapa de nossas líricas mal fadadas canções – a natureza não tem nada a ver com nossos rumores, e mau humores – e nela colocamos culpa, do tipo: só porque eu iria procurar emprego hoje, é que as nuvens se juntaram...
A visão da vida nos torna curta. Todos começam a fazer parte de um conluio no qual só você é culpado, e você quer culpar a todos! Sair dessa ferida tão grande quanto os olhos do planeta é saber lidar consigo mesmo e com leis nas quais temos que saber de sua existência. Não adianta, somos o que somos, independente do que pensamos ser..
A arte de se conhecer, como diria um grande filósofo, é tão difícil quanto fazer a própria nave, com as próprias mãos, e ir ao espaço. Claro que, quando não se predispõe para tanto, fica mais fácil subir cachoeiras como salmões famintos. Ou mineiro recusar queijo...
Mas do que estou falando? Falo de uma possibilidade de viver como ser humano e de uma organização a qual estamos propensos, porém não há como pegá-la literalmente, vê-la, tocá-la, mas senti-la e levá-la à nossa linha de uma conduta, na qual, todos os dias, como trapezistas, andamos e caímos. Por quê (de novo?)? Simplesmente porque somos humanos? Sim. A lei que regula os animais é a mesma que nos regula. Para aqueles é fácil, pois já lha obedecem; nós, seres de consciência à flor da pele, pensamos; por isso, dificultamos nossa jornada frente à Lei (ou às leis); até mesmo leis relativas à nossa sociedade nos deixam tortos, imaginem leis que não sabemos que existem!
Mas não é preciso tudo isso para, pelo menos, saber lidar conosco mesmo, no sentido de conseguir uma reta, uma linha, seja qual for; caso contrário, não teríamos objetivos, não é mesmo? É através deles que podemos medir nosso caráter, nosso amor a vida, talvez, pois nada, nada mesmo, vai nos levar a nós mesmos se não tivermos um pequeno caminho que seja.
Mas a questão é um pouquinho mais profunda que isso. Ela se estende a elementos que possuímos, a poderes que possuímos e, graças à ignorância humana, que não é pouca, nossas realidades bambeiam na linha daquela reta – ou de qualquer reta pela qual passamos. Todavia, é graças a esse andado de bêbado que descobrimos a necessidade de alguma coisa que nos faça refletir acerca de nossos caminhos e de nós. Não é a toa que de pai, irmãos, professores e mestres precisamos para a grande caminhada rumo a essa organização invisível...
Mas para onde vai essa organização? Depende. Ela pode nos levar a conseguir nossos interesses pessoais, assim o faz os mafiosos... políticos... (serão sinônimos?) cujas organizações são baseadas em princípios materiais, financeiros (familiarmente financeiros), com uma base muito bem podada, a ponto de durar centenas de anos no poder...
Há outras organizações, no entanto, que se contrapõe ao dito acima. A linha pela qual elas ‘andam’ são linhas tradicionais, advindas de culturas responsáveis pelo real conhecimento humano até agora. Muitas seguem linhas desconexas, claro, racionais em excesso, mas outras levam a sério o significado de espiritualidade – infelizmente, a maioria não ocidental. Não importa, todas elas são voltadas ao conhecimento de si mesmo.
Tais escolas (organizações) trabalham o individuo – como diria Platão – como um ser indivisível, ou seja, que não se divide. E na mesma linha o veem como um pequeno estado, onde há guardiões, comandantes, guerreiros, contadores de histórias; todos esses elementos são de uma República na qual o filósofo nos queria passar como devemos no portar perante a nós mesmos. É complicado? É e muito.
Com tais ferramentas (poucas), já metaforizando, andamos feito Cristo em águas enlameadas em busca de uma solução para o que nos atormenta, desde a hora em que acordamos, até a hora de dormir. Parece-nos uma panela que não para de bater em nossos ouvidos, ensurdecedora, dizendo “Tá erradooooo, comecemos de novo!” – e lá vamos nós, todos os dias, tentar outra vez, até que nos bate a falta de ânimo, entusiasmo... revirando os olhos, com raiva, às vezes, triste, a enfrentar uma empreitada que se parece mais com uma guerra sem inimigos visíveis – é a falta do que fazer?
E continuando... Andamos como aposentados decanos em busca do café da manhã, que, mais uma vez, vem sem o bendito açúcar, pois somos diabéticos! O sol não é mais o disco solar a que tanto chamávamos de o belo ser que nos alumina, nem a lua escapa de nossas líricas mal fadadas canções – a natureza não tem nada a ver com nossos rumores, e mau humores – e nela colocamos culpa, do tipo: só porque eu iria procurar emprego hoje, é que as nuvens se juntaram...
A visão da vida nos torna curta. Todos começam a fazer parte de um conluio no qual só você é culpado, e você quer culpar a todos! Sair dessa ferida tão grande quanto os olhos do planeta é saber lidar consigo mesmo e com leis nas quais temos que saber de sua existência. Não adianta, somos o que somos, independente do que pensamos ser..
A arte de se conhecer, como diria um grande filósofo, é tão difícil quanto fazer a própria nave, com as próprias mãos, e ir ao espaço. Claro que, quando não se predispõe para tanto, fica mais fácil subir cachoeiras como salmões famintos. Ou mineiro recusar queijo...
Mas do que estou falando? Falo de uma possibilidade de viver como ser humano e de uma organização a qual estamos propensos, porém não há como pegá-la literalmente, vê-la, tocá-la, mas senti-la e levá-la à nossa linha de uma conduta, na qual, todos os dias, como trapezistas, andamos e caímos. Por quê (de novo?)? Simplesmente porque somos humanos? Sim. A lei que regula os animais é a mesma que nos regula. Para aqueles é fácil, pois já lha obedecem; nós, seres de consciência à flor da pele, pensamos; por isso, dificultamos nossa jornada frente à Lei (ou às leis); até mesmo leis relativas à nossa sociedade nos deixam tortos, imaginem leis que não sabemos que existem!
Mas não é preciso tudo isso para, pelo menos, saber lidar conosco mesmo, no sentido de conseguir uma reta, uma linha, seja qual for; caso contrário, não teríamos objetivos, não é mesmo? É através deles que podemos medir nosso caráter, nosso amor a vida, talvez, pois nada, nada mesmo, vai nos levar a nós mesmos se não tivermos um pequeno caminho que seja.
Mas a questão é um pouquinho mais profunda que isso. Ela se estende a elementos que possuímos, a poderes que possuímos e, graças à ignorância humana, que não é pouca, nossas realidades bambeiam na linha daquela reta – ou de qualquer reta pela qual passamos. Todavia, é graças a esse andado de bêbado que descobrimos a necessidade de alguma coisa que nos faça refletir acerca de nossos caminhos e de nós. Não é a toa que de pai, irmãos, professores e mestres precisamos para a grande caminhada rumo a essa organização invisível...
Mas para onde vai essa organização? Depende. Ela pode nos levar a conseguir nossos interesses pessoais, assim o faz os mafiosos... políticos... (serão sinônimos?) cujas organizações são baseadas em princípios materiais, financeiros (familiarmente financeiros), com uma base muito bem podada, a ponto de durar centenas de anos no poder...
Há outras organizações, no entanto, que se contrapõe ao dito acima. A linha pela qual elas ‘andam’ são linhas tradicionais, advindas de culturas responsáveis pelo real conhecimento humano até agora. Muitas seguem linhas desconexas, claro, racionais em excesso, mas outras levam a sério o significado de espiritualidade – infelizmente, a maioria não ocidental. Não importa, todas elas são voltadas ao conhecimento de si mesmo.
Tais escolas (organizações) trabalham o individuo – como diria Platão – como um ser indivisível, ou seja, que não se divide. E na mesma linha o veem como um pequeno estado, onde há guardiões, comandantes, guerreiros, contadores de histórias; todos esses elementos são de uma República na qual o filósofo nos queria passar como devemos no portar perante a nós mesmos. É complicado? É e muito.
Volto no próximo texto.
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