Muitos questionam o fato de sermos tão violentos, desumanos, psicologicamente desequilibrados; mas, por outro lado, há os grandes seres que nos ajudam a refletir acerca de nossa breve estada no mundo, na vida – mesmo sendo uma medíocre vida às vezes. A razão pela qual eu em mais um texto exponho esse assunto é justamente a falta de pessoas como essas, que nos fazem felizes, já com sua presença, com o seu ar de simplicidade, às vezes, luminoso, nas horas em que mais precisamos de exemplos, e na falta dessas horas também.
Não há exemplos ao nosso redor, e quando há tentamos refletir sobre o que somos, ou o que podemos ser semelhantes àquela pessoa que não fizera nem um esforço para sê-lo: simplesmente é, e pronto. Alguns, claro, pela educação que receberam, até então; outros, graças a intempéries da vida, tornaram-se melhor gradativamente, aprendendo... Aprendendo... Não importa a que partido, religião pertença. Por traz de cada casaco, blusa, paletó, cheio das insígnias, cartazes ambulantes, há um ser humano cheio de boa vontade, a fim de levar seu projeto de alcançar a Deus, seja no céu ou mesmo na terra.
Mas será que é sempre necessário que sejamos religiosos no sentido estrito da palavra para sermos um pouco melhor? Muitas igrejas – Católicas, Evangelistas, Pentecostais... – diriam que sim. Contudo, se nos remetemos à Tradição, teremos a visão clara de que hoje somos levados a sofismas brandos, os quais nos prendem a ideias de acordo com o nosso estado psicológico. Ou seja, muitos se iludem com chamamentos de pastores, bispos, padres, quando estamos imbuídos de problemas sem fim. Somos, na realidade, ratos que todos os dias prendem cabeças em ratoeiras armadas.
O Egito de cinco mil anos, à época dos clãs hebraicos, que se instalaram na “Terra Vermelha”, albergava muitas tribos, o que dava o título à nação de politeísta, pois aceitava em suas terras diversas religiões, e seus respectivos deuses. Quer dizer, além dos próprios deuses egípcios, os faraós permitiam que houvesse louvores em diversas línguas que vinham de longe, a fim de se instalarem e aprenderem com o dono do império. O Egito já tinha a sua definição de Deus, e ela não restringia nenhum conceito; é provável que já sabiam que o conceito de Deus não era o que temos hoje, ou seja, somente o lado que nos interessa. Assim, cai por terra as expulsões das grandes nações que se fizeram em cima dos faraós...
Em Roma, até certo tempo, há dois mil anos, todas as religiões também eram aceitas. Porém, os cristãos, como se fossem donos da verdade, tentaram, sem sucesso, impor sua religião aos grandes imperadores, que já possuíam um conhecimento tradicional acerca do que era religião. Ou seja, não poderiam deixar – de uma ora para outra – seus deuses, divindades, que sempre foram norte a todos, à época. Mesmo assim, foram vencidos, porque a insistência do cristianismo em uma terra em decadência tornou mais fácil a vitória. Mas sabemos que houve uma Roma que abrangia a todos de maneira indiscriminada e harmônica.
Assim também na Grécia, na Índia antiga e em outras nações que, querendo ou não, foram exemplos de que não é preciso que sejamos partidários religiosos ou políticos para a consecução de nossos projetos. É preciso apenas que sejamos idealistas, buscadores da verdade, assim como sempre o fomos. Todavia, não fazer dessa busca um partidarismo, ou melhor, uma forma de ser alguém que saiba mais que outros, pois seria contra tudo aquilo por que lutamos no passado – a verdade.
Ser religioso, na Antiguidade, era ser humano, ou seja, era buscar seus valores baseados em premissas éticas e morais, no sentido mais clássico da palavra. Era aprender, internamente, a lidar com a vida e lá na frente colocar em prática seu intuicionismo, levando o conhecimento aos seus discípulos.
Ser religioso, talvez, seja mais que isso. É transcender a condição de homem, é iniciar-se nos mistérios divinos. O que para nós só é uma realidade a partir do momento que tentamos ser gentis, educados, organizados, amados, a partir de valores universais, não familiares, sociais, etc, pois estes têm sua relatividade, o que é muito perigoso.
Quer dizer, se você coloca um papel no lixo só porque o chão deve ficar limpo, tudo bem, mas ainda pode ser que amanhã você mude de ideia. Ou mesmo quando você o faz por ser educado e que alguém te ensinou que as coisas devem estar sempre limpas, isso nos dá uma dependência psicológica, pois é possível que nos decepcionemos com o mesmo ser humano que nos ensinou tal coisa. Então, é preciso que tenhamos uma visão um pouco maior: que o meio ambiente deve ser cuidado, e que, se não cuidarmos dele, teremos um futuro incerto (e qual futuro é certo?). Isso nos dá margem para pensar que não temos que nos preocupar como seres humanos prioritariamente, e sim com as plantas, animais, lixo...
Enfim, um ser religioso, na antiguidade, poderia dizer que estamos mais atrasados em pensamentos universais do que Idade Média. Pois saberia que, se partimos de premissas interesseiras, cairemos em areias movediças antes de ela se formar. Saberia, também, que temos que nos referenciar sempre em um sol acima de nossas cabeças e possibilidades, tal qual o próprio sol acima das montanhas, as quais estão sujeitas a tempestades, tufões, mas sempre esperam o sol acima delas. O crente diria Deus, o filósofo diria Ser, este que vive em nós, apesar dos pesares; apesar de uma personalidade bruta, volúvel, cheia de medo... O filósofo, aquele que ama a Deus, diria que o próprio sol se esconde em nós, e espera que nos religamos com ele.
O filósofo diria que somos o próprio Sol, ser maior que seria a totalidade humana, no sentido mais belo da palavra. Seria o sol o próprio ser humano que sabe de sua existência e dos outros, e de tudo. Por isso, a preservação, a organização, o respeito à Lei.
Por enquanto, não temos essa possibilidade, contudo temos luas e sóis em nós a espera de conquistas internas. Tudo é possível, principalmente quando damos o primeiro passo – dar bom dia, abraçar a todos, sorrir aos mais tristes, pedir desculpas, redimir-se depois, dar presentes simples com coração, almejar a paz, almejar batalhas nas quais sou vencedor independente do resultado, amar, amar muito a si mesmo, e aprender sempre, mesmo que seja com uma criança, e muito passos desinteresseiros em busca de si mesmo, de Deus, conhecendo-se.
Não há exemplos ao nosso redor, e quando há tentamos refletir sobre o que somos, ou o que podemos ser semelhantes àquela pessoa que não fizera nem um esforço para sê-lo: simplesmente é, e pronto. Alguns, claro, pela educação que receberam, até então; outros, graças a intempéries da vida, tornaram-se melhor gradativamente, aprendendo... Aprendendo... Não importa a que partido, religião pertença. Por traz de cada casaco, blusa, paletó, cheio das insígnias, cartazes ambulantes, há um ser humano cheio de boa vontade, a fim de levar seu projeto de alcançar a Deus, seja no céu ou mesmo na terra.
Mas será que é sempre necessário que sejamos religiosos no sentido estrito da palavra para sermos um pouco melhor? Muitas igrejas – Católicas, Evangelistas, Pentecostais... – diriam que sim. Contudo, se nos remetemos à Tradição, teremos a visão clara de que hoje somos levados a sofismas brandos, os quais nos prendem a ideias de acordo com o nosso estado psicológico. Ou seja, muitos se iludem com chamamentos de pastores, bispos, padres, quando estamos imbuídos de problemas sem fim. Somos, na realidade, ratos que todos os dias prendem cabeças em ratoeiras armadas.
O Egito de cinco mil anos, à época dos clãs hebraicos, que se instalaram na “Terra Vermelha”, albergava muitas tribos, o que dava o título à nação de politeísta, pois aceitava em suas terras diversas religiões, e seus respectivos deuses. Quer dizer, além dos próprios deuses egípcios, os faraós permitiam que houvesse louvores em diversas línguas que vinham de longe, a fim de se instalarem e aprenderem com o dono do império. O Egito já tinha a sua definição de Deus, e ela não restringia nenhum conceito; é provável que já sabiam que o conceito de Deus não era o que temos hoje, ou seja, somente o lado que nos interessa. Assim, cai por terra as expulsões das grandes nações que se fizeram em cima dos faraós...
Em Roma, até certo tempo, há dois mil anos, todas as religiões também eram aceitas. Porém, os cristãos, como se fossem donos da verdade, tentaram, sem sucesso, impor sua religião aos grandes imperadores, que já possuíam um conhecimento tradicional acerca do que era religião. Ou seja, não poderiam deixar – de uma ora para outra – seus deuses, divindades, que sempre foram norte a todos, à época. Mesmo assim, foram vencidos, porque a insistência do cristianismo em uma terra em decadência tornou mais fácil a vitória. Mas sabemos que houve uma Roma que abrangia a todos de maneira indiscriminada e harmônica.
Assim também na Grécia, na Índia antiga e em outras nações que, querendo ou não, foram exemplos de que não é preciso que sejamos partidários religiosos ou políticos para a consecução de nossos projetos. É preciso apenas que sejamos idealistas, buscadores da verdade, assim como sempre o fomos. Todavia, não fazer dessa busca um partidarismo, ou melhor, uma forma de ser alguém que saiba mais que outros, pois seria contra tudo aquilo por que lutamos no passado – a verdade.
Ser religioso, na Antiguidade, era ser humano, ou seja, era buscar seus valores baseados em premissas éticas e morais, no sentido mais clássico da palavra. Era aprender, internamente, a lidar com a vida e lá na frente colocar em prática seu intuicionismo, levando o conhecimento aos seus discípulos.
Ser religioso, talvez, seja mais que isso. É transcender a condição de homem, é iniciar-se nos mistérios divinos. O que para nós só é uma realidade a partir do momento que tentamos ser gentis, educados, organizados, amados, a partir de valores universais, não familiares, sociais, etc, pois estes têm sua relatividade, o que é muito perigoso.
Quer dizer, se você coloca um papel no lixo só porque o chão deve ficar limpo, tudo bem, mas ainda pode ser que amanhã você mude de ideia. Ou mesmo quando você o faz por ser educado e que alguém te ensinou que as coisas devem estar sempre limpas, isso nos dá uma dependência psicológica, pois é possível que nos decepcionemos com o mesmo ser humano que nos ensinou tal coisa. Então, é preciso que tenhamos uma visão um pouco maior: que o meio ambiente deve ser cuidado, e que, se não cuidarmos dele, teremos um futuro incerto (e qual futuro é certo?). Isso nos dá margem para pensar que não temos que nos preocupar como seres humanos prioritariamente, e sim com as plantas, animais, lixo...
Enfim, um ser religioso, na antiguidade, poderia dizer que estamos mais atrasados em pensamentos universais do que Idade Média. Pois saberia que, se partimos de premissas interesseiras, cairemos em areias movediças antes de ela se formar. Saberia, também, que temos que nos referenciar sempre em um sol acima de nossas cabeças e possibilidades, tal qual o próprio sol acima das montanhas, as quais estão sujeitas a tempestades, tufões, mas sempre esperam o sol acima delas. O crente diria Deus, o filósofo diria Ser, este que vive em nós, apesar dos pesares; apesar de uma personalidade bruta, volúvel, cheia de medo... O filósofo, aquele que ama a Deus, diria que o próprio sol se esconde em nós, e espera que nos religamos com ele.
O filósofo diria que somos o próprio Sol, ser maior que seria a totalidade humana, no sentido mais belo da palavra. Seria o sol o próprio ser humano que sabe de sua existência e dos outros, e de tudo. Por isso, a preservação, a organização, o respeito à Lei.
Por enquanto, não temos essa possibilidade, contudo temos luas e sóis em nós a espera de conquistas internas. Tudo é possível, principalmente quando damos o primeiro passo – dar bom dia, abraçar a todos, sorrir aos mais tristes, pedir desculpas, redimir-se depois, dar presentes simples com coração, almejar a paz, almejar batalhas nas quais sou vencedor independente do resultado, amar, amar muito a si mesmo, e aprender sempre, mesmo que seja com uma criança, e muito passos desinteresseiros em busca de si mesmo, de Deus, conhecendo-se.
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