sexta-feira, 21 de maio de 2010

O ser HOMEM


Que quando norteamos nossos caminhos sozinhos sem as lamúrias das damas, sem suas lágrimas que nos envolvem em vossos colos tão férteis de carinho e amor.

Que quando deixamos a sombra do pai e somos um, a lidar com nossos próprios filhos, sejam eles biológicos, espirituais...

Que quando tijolos de nossos esforços são expostos em castelos feitos com nossas próprias mãos...

Que quando senhoras são protegidas pela cortesia de nossos braços, olhares fiéis sem cansaço e fortaleza de nossas almas...

Que quando somos árvores que dão frutos de sabedoria, e não mais somos o fruto passado de nossos pais, apenas o tempero destes que nos deram a educação, o amor, e nos ensinaram significados belos, como o da liberdade.

Que quando nos desconectamos dos pais biológicos e nos ligamos com o Pai maior, em nós, nos dando caráter frente à vida... Frente à morte...

Que quando sabemos orar sem pedir, clamar ou mesmo sorrir... Mas orar em silêncio, a saber que Deus está ali – na ausência e na presença de Tudo.

Que quando olhamos ao sol e não apenas ele está lá em nosso meio, mas sua idéia, ainda mais perfeita que sua esfericidade, tão luminosa quanto seus próprios raios...

Que quando amamos o todo, sem ciúmes, possessividade, apegos... E nele, nossos filhos, nossa família, nossos amigos, até mesmo nossos inimigos – razão da batalha diária.

Que quando criamos nossas convicções tão fortes quanto castelos antigos, ainda que vão de encontro ao modernismo, e todos os “ismos” inventados pelo mal do homem.

Que quando abraçamos nossas causas particulares, sem as deixar cair, quebrar e esmorecer em pensamentos frágeis...

Que quando levamos no coração a pureza da brisa criada nos ventos ainda mais puros ainda. E neles, a Verdade, a Beleza e o Amor, sementes naturais que ingerimos no dia a dia, em todos os dias de nossa vida...



Regis

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Escolhas, terceira parte -- final.


“A sabedoria não é opinião, mas o que dela tiram, mesmo porque muitos não a compreendem e dela dizem o que quer... Por isso, é bom seguir sempre os filósofos tradicionais. Estes estão bem mais perto do real conhecimento do que os de hoje...”

Temos, assim, uma certa dificuldade em chegar a esse nível de compreensão, daquilo que nos é natural – o conhecimento --, e daquilo que nos é personalistico – o que é inventado por nossos pensamentos, a fim de que vire algo real... E nos perdemos nesse trajeto, sem saber o que é ou não nosso, o que é ou não real. As decisões pairam nesse mundo... E normalmente, por não entender o que nos clama em espírito, acima de nossas razões, é que somos compelidos a cair ao chão, pelas mesmas decisões as quais poderiam ser celestes, e não terrenas.


Família, Amizade...

Coisas há que não se escolhem... O dia de nossa morte, o dia de nosso nascimento; a família... As circunstâncias que geraram esse convívio, talvez, mas é quase irrefreável... Por quê? Depois eu digo... As próprias pessoas que encontramos em nossa vida... Enfim, uma gama de flores e cravos em jardins infindáveis, os quais já nascem conosco...

A família – é bom dizer --, possui alguns entraves que, geralmente, geram questionamentos do tipo “será que eu mereço?” ... “Eu não escolhi isso!”... “Será por que eu nasci nessa família...?”, e outros que relutam em explodir, mas explodem cedo ou tarde, gerando mais questionamentos. Nada é por acaso. Se nascemos, ali, naquele núcleo, pobre, miserável, rico, porém triste, cheio de armadilhas, que nos exige paciência de sábio, é porque temos que sê-lo ou buscar ser. Assim também o é em outros ambientes nos quais nos transfere o sentimento de conformismo, o qual devemos lutar para que este não o seja sempre assim... São naturezas que nascem com a finalidade de nos transformar, evoluir, elevar, mesmo que sejam tristes, obtusos, decadentes, mas que relevam-se degraus para a nossa realização interna...

As amizades, escolhemos. Dentro de parâmetros que geralmente criamos interiormente, as amizades, as reais amizades, são, na maioria das vezes, feitas a partir de pessoas que se harmonizam com nossas idéias, e mais, com nossos defeitos. Pessoas que geralmente nascem com o obejtivo de nos fazer repensar o divino de maneira mais firme, ainda que muitos se nutram de opiniões arcaicas e burras em relação ao que é bom ao ser humano.

A amizade, atualmente, se faz com amor, o mais simples amor. Sem a necessidade de dar algo, falar, gesticular, ter... Ela nasce e floresce pelos simples ato de abraçar e de sorrir ao próximo – algo raro em nossos dias --, daí, o que se diz – de bom e mal – não abala, não machuca, não destrói... Pelo contrário, nos dá mais razão para a construção de um ser humano melhor – nós mesmos.

A amizade, assim como todos os valores, precisa se realizar pelo mais concreto referencial; se não for assim, evade-se do coração na primeira raiva, na primeira briga... (É como se fosse um casamento, às vezes; a única diferença é que não se é obrigado a morar juntos).

Nela – na amizade – busca-se refúgio das dores, do desamor, das brigas familiares, das loucuras do casamento que não vai bem, da própria solidão... Todavia, há a possibilidade de amizades que nos enterram antes da morte. Tais amizades advêm da nossa falta de princípios frente à vida. Se não os temos, escolhemos o que temos em mente, e isso é tão perigoso quanto nascer na máfia...!

A escolha, assim, nos custa até mesmo a própria vida. Pessoas de má índole estão à espreita, assim como o ladrão na noite. Seres que nasceram para desvirtuar nossos caminhos nos levam a acreditar que suas amizades são janelas para uma independência. Na realidade, são portas para um inferno tão quente que, ao pensar, já nos tornam carvões...

São os traficantes disfarçados, são políticos que falam demais, são religiosos que te prometem o céu, ou uma audiência com Cristo; são padres que “amam” criancinhas; são mulheres que recebem seus salários em troca de favores sexuais... São homossexuais que fingem ser amigos e que, mais tarde, elogiam seu tórax, apalpando – o; são profissionais que te chamam de pobre, e que só pensam em ficar em casa, nunca no trabalho... E muitos outros...

Enfim, é uma gama de pessoas cuja natureza veio simplesmente para nos retirar do nosso foco principal..., ou seja, de nossas vidas regadas de paz (ainda regadas a pequenas batalhas), de nossa família, ainda que não seja tão bela, no sentido justo da palavra... Mas que, a depender do individuo, vieram para testar nossas convicções, nossas educações, nossas dedicações, nossas ações em nome do sagrado.

Assim, em escolhas vivemos, como se estivéssemos em uma grande linha imaginária. Nesta, dependendo do que escolhemos, podemos dela cair ou não. Sempre caímos, sempre levantamos... Não há outra forma de entender as conseqüências da vidas, senão pelas escolhas... Dizem até que somos o que somos pelas conseqüências de nossas escolhas passadas! É um outro assunto.

Então fiquemos assim. Nos preocupemos com aquilo que podemos escolher, não com aquilo que não podemos.





Regis

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Escolhas, segunda parte: o poder da razão.


... Voltando.

Não há escolhas sem referenciais, ainda que dotadas de um estigma estranho, cruel. Falo de pessoas que preferem comer pedras a um prato de salada; preferem fazer parte de loucuras a viver uma vida regada de simplicidade, de paz; há seres tão estranhos, tão estranhos quanto estes, que preferem ouvir músicas sertanejas a clássicas, mpb... etc. Há escolhas e escolhas, como diria o leigo.

Em nossa visão, a seleção de pensamentos é aleatória, pensamos o que queremos, mas não podemos frear pensamentos, pois são sínteses naturais de nossas vidas diárias, e se movem porque nos movemos, falamos, imaginamos, enfim, bêbados em ladeiras perdem feio em relação às características do que temos em mente...

Mesmo assim, é bom ressaltar que, ainda que sejam pensamentos, incidem em nossas vidas tais quais qualquer coisa concreta que nos atinge o físico. O pensamento atinge nosso corpo, nossa alma, e nos impede de atravessar a canoa em direção ao espírito. É uma conseqüência natural desse “ser” que relampeja em segundos em nossas cabeças.

Dele, então, fica difícil trabalhar as escolhas, a não ser que estejamos passando por momentos únicos, que nos faz trabalhar a mente em prol de alguma solução, ainda que impossível. Se estamos endividados, por exemplo, pensamentos nos enclausuram em prisões, nos tapando a visão do mundo exterior – assim como a morte de um ente próximo.

Não há escolhas? O pensamento, em razão deste questionamento, se confunde conosco mesmos. O que retarda, em um nível, nosso caminho, simplesmente porque não somos o pensamento, e podemos detê-lo, já que ele depende de nossos atos, falas, momentos... de maneira que se torne o que queremos... Então, em relação aos pensamentos, temos escolhas também!

Se sabemos “domar” nossos pensamentos, porque não domar o que chamamos de atos instintivos advindos de nossa personalidade doente? Temos que encarar dessa forma. Nossas escolhas, por referenciais tortos, são na maioria das vezes doentes, cheias de cacos, caso contrário teríamos rios de flores durante a vida, não rios sujos pelos nossos atos inconseqüentes.

Domar nossos instintos, imaginação, pensamentos... Teríamos algum sucesso? É um outro assunto. Mas nossas escolhas são reais, não imaginárias, e caem no terreno concreto, quando viabilizadas por eles – instintos, imaginação... – como cometas em nossos pés. E é disso que corremos diariamente, e disso que temos medo, de nossas decisões frente a nós mesmos, porque sabemos que os efeitos delas nos destroem na maioria das vezes por dentro, como ácidos.


No Racional

O racional, feito pela razão, claro, deveria ter uma direção, e, mais uma vez, vez um grande referencial a adotar. Contudo, no entanto, todavia... nascidos na tradição arcaica de valores sem valor, vagamos dentro de experiências que, colhidas, no limiar da vida, influenciam-nos, assim, nos deixando marcas morais, éticas, dentro de uma relativa cultura, ou melhor, nos fomentando uma cultura, só nossa, significando esta o regar de nossas pequenas plantas internas – religião, políticas; amizades, paixões, -- as quais morrem conosco, ainda que sejam opinosas...

Porque opinosas? Já percebeu que, de tudo que colhemos na vida, ou melhor, escolhemos na vida, vem de alguém? Pois é, no fundo é uma brincadeira – aquela do passa-passa; da tocha; do recado em recado, enfim, uma brincadeira que nos custa a educação. Não há aquele que morre cujas opiniões não tenham nascido dele. Se fosse assim, não seriam opiniões...

Até mesmo Platão, em sua infinita sabedoria, escreveu vários livros baseados em uma tradição maior que ele, a egípcia, a budista... Assim, também Pitágoras, Zoroastro... todos relatam, miticamente, uma forma de opinião regada a uma verdade, a qual se torna, sempre, um princípio, não uma opinião que passa, que morre como vento em dia ruim... A sabedoria é única, e dela são tirados conhecimentos eternos, de uma maneira ou de outra, mas sempre a reconhecemos quando citada em algum verso, poema, texto, livro... A sabedoria não é opinião, mas o que dela tiram, mesmo porque muitos não a compreendem e dela dizem o que quer... Por isso, é bom seguir sempre os filósofos tradicionais. Estes estão bem mais perto do real conhecimento do que os de hoje...


Volto no próximo texto...

terça-feira, 18 de maio de 2010

Escolhas


Queria falar de escolhas. Algo tão sutil e ao mesmo tempo tão invisível de se lidar, que preferimos não lidar com ele. Um assunto que exige... Escolhas. Um assunto natural, advindo da alma humana, esta pela qual se faz todas as escolhas, seja racional, espiritual, material, no entanto questão em que devemos relatar pisando em terrenos cheios de ovos frescos escondidos.

A realidade é que, desde que se é humano, há escolhas, porque as fazemos o tempo todo e não sabemos. Há coisas tão naturais quanto, que não podemos escolher, mas, a depender do que nos exige decisões, sejam intuitivas – filosóficas, idealísticas, científicas... Ou mesmo no dia a dia --, ou que, na prática, nos exige força, suor... – sim, podemos realizar (acho que não me deixei entender...!) essa escolha.

Ao nascer um individuo, ele “corre”, instintivamente”, para o peito da mãe, para o colo dela, sem questionar o porquê daquele momento, além de – claro – não haver várias mães, com peitos de fora, a sua espera... Mas não deixa de ser uma escolha. Esta, com uma finalidade a que todos os seres mamíferos da terra passam. Não é orgulho apenas da raça humana.

Os animais, no entanto, ao crescerem, vivem sob o julgo dessa lei, a que devem passar, sem escolhas racionais, e sim naturais – com sabor instintivo. Um leão corre atrás de uma zebra doente, não porque a escolheu, mas a lei pela qual vive o faz correr atrás dela... Assim também um crocodilo faminto, que espera meses para dar um bote em um búfalo à beira de um lago, e o faz em um animal também doente. Não é ele quem escolhe... A própria natureza tem a sua Lógica ligada à outra, pelo mero equilíbrio das espécies – um fator que deveria ser respeitado, mas antes ensinado.

O ser humano é muito mais complexo, portanto temos que lidar com a questão de forma mais amena. Não por isso, claro, mas que também temos que ser fiéis a um meio, a um referencial. Mas quando falamos em referencial, chega a ser perigoso, porque somos xiitas em relação a ele, contudo não titubeamos em dar desculpas, porque ele é sempre o culpado. É culpa da mãe, do pai, do irmão... Nunca somos culpados pelas más escolhas! Isso quando estamos em uma fase em que não somos responsáveis – geralmente a adolescente. Esse é o principio do mal em nossas vidas, mas um mal que nos faz retornar à vida real, pela qual se vive e morre, normalmente, assim como todos os velhinhos a que chamamos sábios...

Porém, a cada dia que passa, nossos referenciais estão dando margem a escolhas sem volta, e mais... Estamos batendo no peito e dizendo “somos culpados, sim! E faremos quantas vezes for necessário”. É o inicio do fim... Mas vamos ser sóbrios e leves no tocante a esse assunto.


Na Pessoa

Esse dias, finalizou-se mais um folhetim da Rede Globo, chamado Viver a Vida. Falava de superação. Todavia, para ilustrar o assunto em questão, tenho que relatar o caso de Sandrinha, personagem que se apaixonara por um traficante e com ele teve um filho. Sandrinha tinha uma família classemediana, na qual todos tinham uma finalidade, um objetivo seguro na vida, menos ela – a menina que amava o traficante. Minha esposa sempre me perguntava: “mas por que ela escolheu esse cara, se tinha tudo na vida?”...

É um questionamento natural e difícil de responder, mesmo porque é o que mais acontece hoje, em qualquer lugar do mundo, ou seja, meninas se apaixonando por qualquer malandro e fechando os olhos à conseqüência do romance. É uma questão de escolhas, é uma questão de educação, é uma questão, antes de tudo, de referenciais...

Claro que estamos nos referindo a uma ficção, mas – me baseando em experiências in vitae – digo que não houve nada que a fizesse voltar suas ações em relação ao suposto romance, mesmo com todos contra, pois havia um elemento que a fez galgar em seu suplicio, ainda que o fosse tão visível quanto sua própria imagem no espelho, que era a montanha de ações, aventuras, adrenalinas, com as quais lidava em sua personalidade totalmente voltada a esses valores, não ao romance propriamente dito. E o nome dessa “adrenalina”, segundo a maioria das apaixonadas, vale dizer: é “amor”, o qual – nesse âmbito – nada mais é que uma palavra forte e conhecida, que serve de alavanca para determinadas situações, nas quais o próprio individuo quer concretizar sua ações, de alguma maneira para continuar o que muitos são contra. E, quanto mais pessoas contra, melhor...

É um exemplo de escolha, alternativa que, antes de mais nada, devemos salientar, chega a ser uma das mais perigosas, justamente porque está-se colocando em xeque a sua própria vida... Esse é o perigo das escolhas. Quando a fazemos sem nenhum referencial, ou mesmo com referenciais pessoais, abruptos, sem critério, frios, ou mesmo vazios, nos acontece realidades que nos parecem mais buracos sem fim. Esse buraco chama-se alma...



Volto no próximo texto...

R :)

terça-feira, 11 de maio de 2010

O Fogo e a Brisa


É natural que confundamos paixão com amor. Até mesmo os grandes escritores se revelam traídos pelos dois conceitos – de amor e paixão. São coisas distintas, mas, se depender de nós, humanos românticos, daremos a vida pela paixão em forma de amor, e pelo amor em forma de paixão. Daremos o céu, a terra, o mar... E morreremos no fogo, jurando perdidamente que é o amor...

Voltaire, filósofo francês, nos disse um dia que “as paixões são como ventania que enfurnam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveria viagens nem aventuras, nem novas descobertas”... Ah, meu querido amigo, como você foi certeiro! Às vezes nos sentimos tais quais a esse navio, tão atolado nas águas do mundo, mas pronto para novas aventuras, em meio a perigo das ondas que nos comem no cotidiano, simplesmente por causa das paixões!

É a força humana canalizada de loucura, ainda mais natural, contudo mais perigosa ainda. É disso que temos medo, de não saber controlar os ímpetos que nos deram quando humanos controlados pela ingenuidade do passado, no qual, como crianças, corríamos atrás dos animais, colhíamos frutas e fazíamos amor (sexo) como e quando quisermos... (éramos mais animais que humanos!), pois vivíamos dos instintos, e deles criávamos nossas conseqüências como se pisássemos num brinquedo que tínhamos colocado no meio da sala...

Como somos crianças ainda! Não aceitamos dizer que somos infantis, como no passado, cheios de instintos selvagens, mas que, agora, mais refinados, cheios de diálogos, carinhos, loucos pelo ato selvagem a que nos deu a vida atual. Mas não queremos gerar vidas, e sim, pular de montanhas, subir nelas sem proteção, correr em direção ao nada, e chegando lá, sorrir e voltar... Queremos ter vida, apenas por ter, sem nos afiliarmos a conceitos, e se houver, que sejam nossos... “Paixão é amor, cacete! E eu te amo, caramba!” – assim, na lata, sem meros detalhes culturais, sutis, agradáveis, pelos quais se podem perder a linha que eu adotei... A linha da minha vida.

E o amor, que ser imenso é esse, que se propaga nas veias das mães como formigas em tempo de feira? Que sentimento é esse que me veio atrapalhar em meus conceitos agora, sem eira nem beira? Não importa se é um deus, mas que age em mim como um demônio quente, que me atormenta e me faz forte a deslocar a luz do sol para fora do mundo... Esse, eu não sei qual o fim. Apenas me inicia em um racionalismo quase que espiritual – ah, estou amando! – é o máximo que posso chegar e dizer...

Ufa!

Paixão e amor não são caras de uma mesma moeda, mas um deus dentro de outro. O primeiro, frágil. O segundo, eterno. O primeiro, caminha em apenas um direção, com dores e desesperos advindos da alma humana, como uma invenção dos deuses para nos machucar e nos levar em direção oposta ao segundo... O amor, assim como a primeira partícula que apareceu, independe do ser humano, mas este depende daquele para sobreviver em meio a uma selva mentirosa, criada para se perder e se encontrar. Uma selva com frutos de plástico, com animais de cera, com flores e plantas de pano...


O amor é o sentimento que nos abre os olhos (não nos fecha) à realidade dessa floresta e nos mostra o sol, esse sim, tão real quanto o próprio homem, que anda, corre, vive em nome de muitas paixões, de muitos amores relativos, mas que também compreende esse amor, apenas tem medo de vivenciá-lo na floresta de plástico – assim, conceitua-se com dono da floresta, cria um sol de mentira e morre por ele, sabendo que o real ainda o espera.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Deuses e Demônios. Final.


Buda e Cristo

... A intenção de Gandhi, claro, não era a de ver seus discípulos, depois de tempos, estacionados ao relento, presos a idéias retrogradas acerca de deuses, templos, vida e morte, mas dissuadir os ingleses à largarem as armas e conseguir a independência sem mais sangue do que houve em outrora.

Contudo... Sua pessoa, como símbolo maior de uma divindade que nascia ali, na Índia, fez com que milhões de desinformados caíssem no mal propriamente dito: a inércia. Sem levantar-se de seus lugares, às vezes a morrer parados em frente a uma vaca, ainda que fustigado de fome, os indianos são identificados pelo cheiro: um odor de fezes de vários animais que são subjugados como sagrados naquele país.

Indiretamente Gandhi propagou, sem querer, o que muitos chamam de desvirtuamento de idéias a seres que não estavam preparados para um comportamento superior, em uma época decadente, na qual se segue literalmente tudo que se fala, tudo que se lê.

Cristo

Cristo, com mensagens simbólicas, nos trouxe parábolas a fim de que somente os homens de bem, puros de coração, pudessem ler e entender, e interpretar por intermédio de chaves que se perderam com o tempo – ou com o próprio homem que as fez se perder. O resultado é a luta de várias tribos até então na busca pela verdade, a que pregou Cristo.

Buda

Depois de crescer e desenvolver-se como um menino que tinha tudo na vida, Sindarta Gautama casou-se, teve amigos, esposa e filhos, tudo isso regado a muita riqueza, proteção e amor dos pais, que não queriam que o filho conhecesse a realidade da vida: nascer, crescer, desenvolver, morrer. Além de adoecer, envelhecer. Escondendo amigos, parentes que morriam ou envelheciam, o pai tentava passar a Gautama uma vida maravilhosa, na qual pessoas não tinham problemas...

No entanto, por ser um ser que questionava tudo, um dia dentro da madrugada, quando todos dormiam no castelo, foi para fora de suas limitações, e já no inicio encontrou vários seres com pobreza ao extremo – pois para manter a riqueza de sua ordem, muita gente teria que pagar. Assim, em sua caminhada, fazia perguntas, assimilava, refletia... E se encantava com tais realidades, as quais, um dia lhe foram escondidas.

Assim como em seu nascimento, em seu crescimento e morte, a vida de Sindarta Gautama tem uma série de metáforas, simbologias, com as quais a de Cristo pode ser comparada. Geralmente é assim.

Buda (Gautama) se iniciou depois de muito tempo, assim como Jesus se tornou Cristo depois de anos (muitos dizem que iniciou-se com os essênios, outros no Egito...).

Um dos aspectos mais intrigantes de sua iniciação nos transfere a algo porque passa quase todos os avatares – fosse inca, maya, egípcio, grego... Foi a comunicação com sua personalidade, a que se deu o nome de “demônio” pelos cristãos. O demônio, em pessoa, é um simbolismo natural e necessário, a quem se deu credibilidade literal depois da Idade Média, e perpassou por várias gerações de forma que não se pudesse dizer o contrário. E se vive até hoje com essa idéia errônea de que o demônio existe assim tal qual o ser humano, que tem a índole mal, é violento, frio e calculista, racional... levando a todos a rotular esses defeitos como “demo”.

Buda se iniciara debaixo de uma árvore. Ali, sóbrio como um deus, Buda viu o mal do ser humano, viu deuses e demônios se unirem, viu a terra se unir ao céu, viu a paz e a guerra como grandes necessidades, viu a pobreza, a riqueza, a morte, a vida – essas duas como a mesma moeda de duas faces; viu o amor, o ódio.... Enfim, assim como Cristo, nas grandes montanhas não cedeu às tentações do “demo”, Buda, sorridente, passou e se iluminou, compreendendo tudo, até a necessidade dos grandes problemas na vida dos indivíduos.

A religião a que adotaram não foi nenhuma. Eles eram o inicio, o meio e fim. Transformaram-se no universo, no grande ser. Assim como muitos antes deles.


A Fuga

Hoje, em meio fugidio, como foi dito no primeiro texto, a realidade nos faz confrontar com diversos problemas de maneira a vivenciá-los sempre com armas diferentes, também – talvez uma das falhas de nossas personalidades, enraigadas a desesperos e intrigas enraizadas em preceitos mais fortes do que nossas pretensões de resolvê-los, o que nos afeta e nos torna mais frágeis e fracos – não necessariamente nessa mesma ordem! – diminuindo nossas possibilidades se sermos mais fortes frente aos referenciais a que adotamos, seja cristão ou budista, etc...

A fuga é a forma pela qual, de alguma maneira, se revela o ser humano. Por meio de vernizes, máscaras, pensamentos positivos, gritos, caderninhos, agendas, corremos dos problemas, deixando marcas de um presente a se resolver num futuro não tão longe. Às vezes, tão perto quanto pensamos.

Não podemos ser budas, nem mesmo cristos, mas temos em nós meios pelos quais podemos nos iniciar e virar homens e mulheres a confrontas problemas maiores: é partindo para cima dos problemas assim como se parte para cima de leões que dormem com a jaula aberta: não olhemos para ele, mas, ao senti-lo, andemos de costas em direção a ele, como se nos entregássemos num ataque suicida, porém, não é assim, e sim, virar-se na hora correta, apanhando o leão antes que abra a sua boca e nos coma...

Temos que criar uma estratégia, e dentro dela nunca a de fugir, correr contra aquilo que nos espera. Temos que nos mostrar fortes dentro de nós, pois o somos. Nos mostrar não por nos mostrar, mas realizar o que nos é inerente: resolver nossas pendências sejam elas quais forem, porque a vida é confronto, é forma, é força, é ação e reação... É divino.


Conversar com nossos demônios, com nossos deuses, lá dentro de nossa alma – da parte alta – na qual e pela qual muitos conversaram, refletiram e viram o quanto vivemos em portas de papel as quais se tornam mais fortes a partir do momento em que negamos a vida ou damos passos para trás.

Cristo e Buda assim, onde quer estejam, estarão mais perto de nós.


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BLOG
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Este foi o centésimo texto de meu blog, que, ao contrário dos outros blogs, não há muitos acessos. Mas, se você vir a procurar saber qual é a intenção dos blog, talvez o meu seja um dos que mais segue a didática e a raiz de sua palavra. Blog significa diário. E na tentativa de trazer à tona textos que por sua vez são como se fossem segredos, ele vem ao encontro, mais uma vez, da palavra Diário.

São textos filosóficos, que falam de amor, verdade, paz... Justiça, Beleza e principalmente humanidade... Faço comparações dos dias atuais com épocas passadas que souberam lidar com tais valores, os quais são apenas meios de discusão entre nós. Tais valores, numa comunidade passada, não se discutiam – assim como se discute futebol – mas eram praticados...

Trazer à tona nossos restos mortais é a necessidade do homem. Voltar a encaixar-se como o único ser que percebe sua decadência e consegue levantar-se, tal qual lutador de artes marciais, é a essência de tudo. Claro que meus textos têm uma finalidade precípua, todavia, fazer com que a humanidade se levante, seria pretensão demais da minha parte... Mesmo assim, acredito em trabalhos voltados à origem de tudo que, um dia, nos fizeram acreditar no ser humano como um ser que religar-se-ía (e religar-se-á) a si mesmo no sentido de saber lidar com o próximo e com o que um dia perdeu nas esquinas da vida – dos ciclos.


REGIS



sexta-feira, 7 de maio de 2010

Deuses e Demônios, Segunda Parte

Hoje, com ressalva a várias entidades, que procuram nortear o individuo a confrontar a si mesmo e seus problemas, de maneira a saná-los humanamente, muitas delas procuram fugir deles. É como se um cachorro quisesse largar seus pêlos se sacudindo todo! Não há como deles fugir. Os mitos nos dizem isso.

Em nosso meio, em nosso nível, mundo – sociedade, grupo, espaço... – o sonho do homem comum nada mais é que tentar se livrar dos problemas em que se encontra e ficar livre deles para sempre. Não há como. Então, dentro do que lhe foi demonstrado, muitos tentam – e conseguem – lidar com eles (problemas) de maneira mais leve, outros, de forma pesada; e há aqueles cuja preocupação é apenas um meio que lhe atrasa na resolução daqueles. Por quê?

Em vez de trabalharmos para a resolução de seus (nossos) problemas, ficamos parados – estáticos, como postes, o que evidencia uma cultura que espera cair do céu a resposta de tudo. Aí é que nos vêm as entidades que impendem de o individuo tratar de forma intuitiva e prática seus dissabores, tornando-se – pelo menos cinqüenta por cento das vezes – tão responsáveis pelos suicídios, pobreza, enriquecimento ilícito... quanto o próprio homem que vê a si mesmo como um grande injustiçado por haver um Deus que ajuda uns e não outros como culpados, ou seja, ele.

Nenhum deus ou demônio são culpados de nossas irrealizações. O quesito humano já é o bastante, mas não explica tudo. Até mesmo os animais têm seus problemas. Muitos nascem com deficiência, assim como homens, mulheres... Há plantas que nascem em ambientes não propícios em sua evolução... Então, por que apenas humanos não compreendem, ou não aceitam, o fato de haver problemas em sua vida? Claro que os animais e plantas não nos podem reclamar, mas são tão fáticos quanto os humanos quando podem “dizer” algo... Sentimos pena. Mas, dependendo do animal, o sacrificamos... Pois não atendem nossos interesses...

Isso me faz remeter essa história toda à época das guerras gregas, quando espartanos eliminavam aqueles que nasciam com problemas físicos. Razão: a necessidade de a própria guerra ter homens fortes a fim de vencer seus inimigos. Sem pena alguma. A mentalidade era outra... A credibilidade no espiritual era tão forte, que nossos físicos nada mais eram que veículos naturais de guerra – por isso, a morte prematura de indivíduos que nasciam com defeitos físicos.

O que me remete a algo triste que acontecera na Segunda Grande Guerra, na qual ditadores com finalidades hediondas – como Hitlher, Mussoline, também tinham essa mesma filosofia (se é que podemos chamar de filosofia...!) de assassinar prematuramente não só pessoas do próprio país, mas principalmente do inimigo. Diferente de uma nação no passado que o fizera por ideais maiores, melhores, o quais se reavivam em forma de beleza em nações européias do presente.


O Perigo do Excesso

Com uma cultura voltada à simplicidade ao extremo, somos circulados por uma atmosfera de bondade, fé e humanidade. No entanto, tínhamos a mesma atmosfera no passado, talvez até mais forte que a primeira, todavia, sem perdermos a vontade de guerrear, de confrontar, ir atrás do inimigo, matá-lo... Toda essa experiência tradicional caiu por terra, “graças a” especialistas em manipular povos, que agiram em desconformidade com o que fomos no passado – guerreiros, heróis, filhos divinos, deuses... – e nos colocaram em templos a pedir perdão pelos erros, pelos problemas em excesso, e nos fizeram pedir a Deus a resolução dos nossos problemas sem levantarmos um braço ou uma perna para tanto.

Dizem que na Índia colonizada pelos ingleses havia silkis e os próprios indianos, filhos de uma tradição bela, forte, sábia e guerreira, havia um ser humano maravilhoso, mas com ideias cristãs de não violência, que apareceu por lá. Depois de demonstrar a não violência como arma frente aos problemas do povo em questão (a colonização), Gandhi, a grande Alma, como era conhecido, tornou-se o elo maior entre o povo e os ingleses. Esse últimos, advindos de uma cultura de guerra, luta, destruição, sem pena em suas veias, não aceitavam o fato de um homem – apenas ele – iniciar um movimento em que a luta pela independência de um pais poderia ser feita sem armas. Sem muito pensar, os ingleses matavam, enterravam, e não cediam a colônia.

Contudo, a mídia, criada para relatar tudo de maneira penosa, dizia que os ingleses eram o mal e Gandhi, o bem. Assim, na expectativa de que os ingleses largassem a Índia, Gandhi, sábio, levou milhões de indianos com ele em movimentos estáticos frente a batalhões de guerra, sem um revolver sequer. A grande Alma venceu.

Sim. Contudo, mesmo depois de anos e anos de independência, a Índia atual nada mais é que a lama em forma de pessoas paradas, pobres, sem um mínimo da grandiosidade do passado, ainda que ali existam elementos que um dia foram compreendidos pelos sábios do passado – como os deuses que ali figuram.



Volto no próximo texto...

Deuses e Demônios


Há milênios o ser humano tenta entender a si próprio no sentido de entender toda a natureza em sua volta. Na maioria das vezes, primeiro a natureza, depois a si mesmo. Nesse caminho sem volta, torna-se um buscador, um descobridor, um cientista, um filósofo, ainda que ambas as qualificações não tenham sentido didático – muito pelo contrário – todas lhe são inerentes, assim como se diz na Língua Portuguesa, como um adjunto do outro – homem e cientista, homem e filósofo são naturezas adjuntas.

Ainda, por menos tempo do que nos parece, o homem possui problemas a resolver nesse intervalo – entre o conhecer a si mesmo e a própria descoberta – e deve ter com certeza, pois não se pode descobrir algo tão místico e mítico de maneira tão fácil, natural... E sim, com muita dor, muito desespero, muitos demônios e deuses...

O desespero, seguido de pensamentos voltados a uma personalidade frágil, se avilta. O Demônio – que há muito era chamado por Sócrates como um ser equivalente a um astral – hoje, nada mais é que uma figura no mínimo infernal – que vem de inferno, morada dos demônios --, seguida por outros demônios, pequenos, grandes, tão sádicos quanto a malévola bruxa da branca de neve, ao se deparar com a coitadinha no chão após comer a maçã... -- muitos fanáticos relutam em não assistir a desenhos de Wall Disney, pois traz a eles “lembranças” do que nunca viram, mas imaginam, e a tornam real...

Na realidade, os desenhos, principalmente da Disney, nos dá uma série de simbolismos, não da maneira xiita, mas filosófica, de lidar com os elementos que a própria natureza nos mostra, todos os dias... Mas para o xiita, nada mais é que o mal, o comunismo, o demônio disfarçado nos contextos, não só do próprio Wall, mas de tudo que se mexe...

Enfim, se passarmos a chamar demônio a tudo aquilo que nos traz realidades hediondas, frias, seja em qualquer âmbito, o próprio xiita, o fanático, ou mesmo até aquele pastor que vê maldades em tudo, são tão demônios quanto o pedem em sua descrição bíblica, e no pior sentido da palavra...

Na Bíblia cristã, demônio é aquele “anjo” que caiu do céu e que traíra o pai Maior – Deus. Zangado, o grande Pai o expulsa para a terra, como prova da mais alta punição existente. Mais zangado ainda, o Demônio inferniza as “crias” de Deus, colocando pimenta em nossas vidas...!

Mito

Partindo desse contexto arrasador em simbolismos, Céu, Terra, Queda, Anjo Caído, podemos ter um pouco do que os antigos chamavam de mito. Mito é tudo que esconde uma realidade profunda, seja humana, seja universal. Nele são narradas histórias em que heróis se transformam em deuses – como a de Hércules, Teseu, Ulisses --, com a finalidade de nos mostrar, em suas entrelinhas, a verdade que antigos iniciados nele colocaram...

Em um herói mítico, como Hércules, podemos retirar vários elementos nos quais ele, o herói, na linguagem profunda, somos nós. Em um contexto, Hércules mata um leão, e dele retira sua pele. Aqui, a linguagem mitológica diz que a personalidade do homem – herói – foi abatida. Ele predomina sobre si mesmo. Agora, vive dos valores universais, espirituais Hércules se torna um semideus. Em Teseu, outro herói grego, a mitologia nos diz que, quando ele entra no labirinto para dominar o minotauro, é o ser humano na pretensão de dominar a si mesmo, dominar seus instintos, ou seja, dominar, também, sua personalidade, afim de que seja canalizada para algo melhor. E consegue. Teseu mata o minotauro. O ser humano, pelo fio da filosofia, se tornou um pouco melhor. E o labirinto? É outro elemento que possui um simbolismo maior, mas não tão difícil. O labirinto seria nós, também. Já se sentiu perdido na tentativa de encontrar suas soluções? Então! Outro: Ulisses, o herói de Esparta, após articular contra Tróia e vencê-la, tentou voltar para casa em seu navio. Contudo, se depara com Poseidon, o deus de tudo que é líquido – do Mar, dos Oceanos, Rios – e o confronta. Por isso, e por muito mais, Ulisses passa por várias aventuras nas quais os simbolismos têm níveis mais universais que humanos; mesmo assim nos mostra o poder da humildade na consecução de nossos problemas...



Volto no próximo texto...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

À Mãe do Meu Filho

Queria muito dizer que Te Amo, mas não consigo.
É um sentimento bem privativo, cheio de segredo.
Se eu disser “Te Amo”, acho que a magia vai terminar...
E Tenho medo disso.
Levanto, vou ao espelho, olho para ti dormindo...
Sussurro ao teu ouvido com a esperança de que me ouves,
Mas não...
O “Te Amo” saiu fraco. Quase inaudível...







Volto e meia, corro para a cama, sorrio
Tal qual criança infernal que faz peraltices,
E corro para debaixo das cobertas...
Ah, como eu Te Amo!
Depois de anos juntos,
Jurando “separação”,
Estamos mais juntos, mais presos,
Mais amantes, como dois adolescentes crescidos...

Acho que não vou dizer-lhe “Te Amo”.
Ficarei preso à sua imagem bela
De bela adormecida, e eu, o rei destituído,
Na realidade, sucedido por um príncipe...
Nosso Filho...

Que criança bela, que corre, fala, adormece...
Dança na manhã, corre na tarde, sorri na noite,
Nos embriaga de vida, nos afasta do mundo velho,
Dos pensamentos velhos,
E nos renova, incentiva, fortalece, enriquece...
Por causa de tu, Mamãe, que o amortece nos braços,
E o faz se perder – como eu, um dia – nos teus
Segredos...

Ah, segredos, filhos da imensidão de tua coragem,
Da sua virtude ante os homens.
Ah, mulher-mãe, ah, mãe-menina,
Queria dar-lhe o que não tenho,
Pois o que tenho é apenas um trilho,
Um caminho, uma forma de caminhar,
Uma montanha e dela a subida,
Um céu, e dele as estrelas,
Uma lua, e dela a sua luz...
Pois nela eu te encontrei...

Minha querida Esposa, Luciene.

(feliz Dias das Mães!)




terça-feira, 4 de maio de 2010

Mães e Filhos


Alegria de viver, de estar vivo. Sobressaltar de todos os úteros in natura, nas águas da vida, nas ruas ladrilhadas, no paraíso. Velejar nos oceanos sem medo, subir montanhas sem cordas, ainda que frias, ainda que pontiagudas. Sorrir ao dormir, feito criança madura, saborear a melhor fruta da melhor mangueira.

Ser o que é, por mais falho que seja, ainda receber carinhos, semelhante ao vencedor da mais longa corrida. É ser o real fruto de uma genealogia, de um núcleo, no qual outros frutos, também chamados de filhos, brindam a existência da grande mãe.

Chorar, e não procurar o colo. Desenlaçar-se do útero, desfazer-se das leis. Como é difícil. Correr em direção oposta, ir de encontro a um novo mundo, sem aquela mão que há tanto te acompanha. Esquecer-se da origem, e começar do zero. Impossível.

Impossível viver sem ela, sem o sorriso e o abraço que nos conforta. Dos ouvidos que nos ouvem, da boca que nos acalenta, dos braços que nos amam, da alma que nos eleva... Impossível seguir sem a estrela-mãe, a que miramos desde a idade que não conta.

Agradecer. Apenas uma palavra. Não temos maturidade para tanto. Mas a palavra não existe. Pensemos, refletimos o que somos. Sejamos apenas filhos, que terão filhos, que nos serão netos, que nos amarão como pais, mas seremos avôs, e morreremos ainda filhos daquela mãe, que nunca se foi.

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....