terça-feira, 18 de maio de 2010

Escolhas


Queria falar de escolhas. Algo tão sutil e ao mesmo tempo tão invisível de se lidar, que preferimos não lidar com ele. Um assunto que exige... Escolhas. Um assunto natural, advindo da alma humana, esta pela qual se faz todas as escolhas, seja racional, espiritual, material, no entanto questão em que devemos relatar pisando em terrenos cheios de ovos frescos escondidos.

A realidade é que, desde que se é humano, há escolhas, porque as fazemos o tempo todo e não sabemos. Há coisas tão naturais quanto, que não podemos escolher, mas, a depender do que nos exige decisões, sejam intuitivas – filosóficas, idealísticas, científicas... Ou mesmo no dia a dia --, ou que, na prática, nos exige força, suor... – sim, podemos realizar (acho que não me deixei entender...!) essa escolha.

Ao nascer um individuo, ele “corre”, instintivamente”, para o peito da mãe, para o colo dela, sem questionar o porquê daquele momento, além de – claro – não haver várias mães, com peitos de fora, a sua espera... Mas não deixa de ser uma escolha. Esta, com uma finalidade a que todos os seres mamíferos da terra passam. Não é orgulho apenas da raça humana.

Os animais, no entanto, ao crescerem, vivem sob o julgo dessa lei, a que devem passar, sem escolhas racionais, e sim naturais – com sabor instintivo. Um leão corre atrás de uma zebra doente, não porque a escolheu, mas a lei pela qual vive o faz correr atrás dela... Assim também um crocodilo faminto, que espera meses para dar um bote em um búfalo à beira de um lago, e o faz em um animal também doente. Não é ele quem escolhe... A própria natureza tem a sua Lógica ligada à outra, pelo mero equilíbrio das espécies – um fator que deveria ser respeitado, mas antes ensinado.

O ser humano é muito mais complexo, portanto temos que lidar com a questão de forma mais amena. Não por isso, claro, mas que também temos que ser fiéis a um meio, a um referencial. Mas quando falamos em referencial, chega a ser perigoso, porque somos xiitas em relação a ele, contudo não titubeamos em dar desculpas, porque ele é sempre o culpado. É culpa da mãe, do pai, do irmão... Nunca somos culpados pelas más escolhas! Isso quando estamos em uma fase em que não somos responsáveis – geralmente a adolescente. Esse é o principio do mal em nossas vidas, mas um mal que nos faz retornar à vida real, pela qual se vive e morre, normalmente, assim como todos os velhinhos a que chamamos sábios...

Porém, a cada dia que passa, nossos referenciais estão dando margem a escolhas sem volta, e mais... Estamos batendo no peito e dizendo “somos culpados, sim! E faremos quantas vezes for necessário”. É o inicio do fim... Mas vamos ser sóbrios e leves no tocante a esse assunto.


Na Pessoa

Esse dias, finalizou-se mais um folhetim da Rede Globo, chamado Viver a Vida. Falava de superação. Todavia, para ilustrar o assunto em questão, tenho que relatar o caso de Sandrinha, personagem que se apaixonara por um traficante e com ele teve um filho. Sandrinha tinha uma família classemediana, na qual todos tinham uma finalidade, um objetivo seguro na vida, menos ela – a menina que amava o traficante. Minha esposa sempre me perguntava: “mas por que ela escolheu esse cara, se tinha tudo na vida?”...

É um questionamento natural e difícil de responder, mesmo porque é o que mais acontece hoje, em qualquer lugar do mundo, ou seja, meninas se apaixonando por qualquer malandro e fechando os olhos à conseqüência do romance. É uma questão de escolhas, é uma questão de educação, é uma questão, antes de tudo, de referenciais...

Claro que estamos nos referindo a uma ficção, mas – me baseando em experiências in vitae – digo que não houve nada que a fizesse voltar suas ações em relação ao suposto romance, mesmo com todos contra, pois havia um elemento que a fez galgar em seu suplicio, ainda que o fosse tão visível quanto sua própria imagem no espelho, que era a montanha de ações, aventuras, adrenalinas, com as quais lidava em sua personalidade totalmente voltada a esses valores, não ao romance propriamente dito. E o nome dessa “adrenalina”, segundo a maioria das apaixonadas, vale dizer: é “amor”, o qual – nesse âmbito – nada mais é que uma palavra forte e conhecida, que serve de alavanca para determinadas situações, nas quais o próprio individuo quer concretizar sua ações, de alguma maneira para continuar o que muitos são contra. E, quanto mais pessoas contra, melhor...

É um exemplo de escolha, alternativa que, antes de mais nada, devemos salientar, chega a ser uma das mais perigosas, justamente porque está-se colocando em xeque a sua própria vida... Esse é o perigo das escolhas. Quando a fazemos sem nenhum referencial, ou mesmo com referenciais pessoais, abruptos, sem critério, frios, ou mesmo vazios, nos acontece realidades que nos parecem mais buracos sem fim. Esse buraco chama-se alma...



Volto no próximo texto...

R :)

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