Dedo indicador para cima: mundo invisível |
Gosto de brincar com as palavras, e o título acima descreve isso. Quando temos o termo “cerca” seguido de “a” (juntos), temos “acerca”, o que significa “sobre”. Exemplo: quero falar acerca de Platão (sobre Platão). E quando tenho o termo “cerca” separado do artigo “a”, temos “a cerca”, o que significa “O substantivo ‘cerca’ articulado pela vogal ‘a’, dando a ideia de cercado – com paus e arames, etc”- (A cerca de seu José ficou no chão depois da boiada). E, por último, a expressão “cerca” seguida de “de”, preposição, separada, significa “por volta de”, “mais ou menos”... (Cerca de duas pessoas leram o texto)...
Acima, por mais ilógico que se assemelhe, quero salientar o significado de cerca, mas da maneira mais metaforizada possível, no sentido mais restrito da palavra, ou seja, uma cerca imaginária, metafórica, com finalidades semânticas, para não dizer simbólicas.
Porque, ao pronunciar o nome Platão, já nos vêm certas anomalias em forma de pensamentos os quais se rebuscam entre si, até ficarem loucos. Mas não é assim que vamos analisar uma das mais incríveis ideias do mestre (com confusões), e sim, de forma simples, sem atermos a grupos filosóficos, ou filo-religiosos-sociais, apenas ao que um dia representou, simbolicamente, ao que chamamos de Mundo das Ideias, analisado por grupos respeitados de filósofos contemporâneos, que ainda seguem a tradição.
O inicio de uma ideia
Os romanos sempre disseram que Roma era uma ideia. Todos sabem o que Roma era. Uma das mais guerreiras e respeitadas cidades da civilização, seja ela antiga ou moderna. Era a potência do mundo. Diziam que Roma era o centro do mundo, e o era. Mas por que esse inicio? Porque os romanos acreditavam nesse grande feito chamado Roma, que, antes de se formar, fora influenciada por várias outras nações, também incríveis – tanto no quesito político, quanto no religioso e social foram perfeitos.
Eles tinham parâmetros a seguir, fosse educacional, familiar, religioso, profissional... Tudo. Tudo moldado para viver em função daquela ideia coletiva de cidade. Mas sabiam, também, que, para seguir uma ideia, haveria de ter leis rígidas e universais; tanto que, até hoje, temos leis romanas imutáveis.
Os romanos não eram fãs de muita teoria, isso eles deixavam para os gregos, que gostavam de filosofar de forma peripatética, em forma de círculo, assim como os grandes mestres o fizeram. Por isso, segundo dizem, Platão pode ter influenciado o modo de viver dos romanos, de maneira tão profunda quanto os próprios gregos. Isso os tornou universais, pela prática de uma filosofia profunda a qual não se consegue imaginar quanto. O mundo das ideias, talvez, tenha tido sua maior relevância nessa época.
Esmiuçando...
Até mesmo Aristóteles ficou sem entender um pouco tal mundo, que, para ele, teria que funcionar às avessas! Explico. Platão dizia que as coisas reais tinham sua fôrma num mundo perfeito, depois os homens, em suas reminiscências, as plasmariam com o tempo, concretizando-as; não, todavia, o que era nato, mas inato ao homem, também, como o sol, os planetas, etc. Aristóteles dizia que a fôrma seria as coisas que estariam presentes, pois não haveria de ser possível algo surgir do nada sem que houvesse uma referência.
Platão, assim como muitos filósofos, iniciou-se nos mistérios ocultos, o que não acontecera com seu maior discípulo. E isso conta, e muito, em um mundo no qual apenas opiniões são relevantes. E ele sempre dizia “ O mundo é feito de opiniões”.
Explanando mais o assunto, podemos tentar entender esse Mundo Perfeito. Não precisamos nos iniciar, claro, apenas sondar acerca do que entendemos, baseados em premissas respeitadíssimas.
A Roda, o Fogo...
Quando o homem inventou a roda, por exemplo, não inventou nada. Nem mesmo moldou o circulo, pois na Natureza, há círculos em demasia como o sol, os planetas... Assim, o fogo, cujos elementos se “escondiam” na natureza, o homem só os fez unirem-se, e o mesmo para outras invenções, como a do avião, que, como todos sabem, está entre as mais disputadas do século. A maioria diz que Santos Dumont inventou o avião, mas os Estados Unidos dizem que foram os irmãos Max...
Enfim... A palavra inventar também contém suas restrições. Quem inventa deve considerar que trouxe os elementos necessários para que o elemento maior seja concretizado, plasmando à sua necessidade, para a humanidade. Mas têm aqueles que possuem o lado mal, interesseiro, viu e mórbido que transformam rosas em armas bélicas, imaginem o que fizeram com o avião...?
No mundo, não há inventores. Explico: é como se morássemos em um quarto cheio de brinquedos, imagináveis ou não, um quarto grande, mas que, por falta de tempo (ou sei lá...), não pudéssemos ver todos eles. Ao começar a inventar alguns, não quer dizer que estes não estejam dentro daquele quarto. É assim que funciona.
Por isso, não entenderam quando Platão dizia que vivemos com o perecível, com o mundo das sombras, e que o mundo perfeito não se encontra ao nosso alcance, e ao mesmo tempo está dentro de nós; diria, hoje, ainda, se estivesse vivo, que, até mesmo a esfera mais perfeita em nossa visão, imaginação, ainda seria imperfeita se relacionada com o mundo perfeito.
Quando falamos de ser vivo então... O mestre, se muitos leram, sabe que se referia não somente aos objetos a nossa volta, mas a nós, este amontoados de carne e esqueleto, os quais são bem estruturados, mas que perdem sua beleza e perfeição dentro do mundo das ideias. O que temos, em nós, desse mundo perfeito seria o...
Nows
O espírito no Homem. E esse Nows estaria conectado ao maior deles, o que para os cristãos seria Deus. Mas para os filósofos seria o grande Nows, o espírito maior – o que para nós qualquer opinião acerca disso seria reverberar sobre o que está nas costas do sol. Ou seja, é melhor pararmos por aqui. Entretanto, não deixa de ser Deus, o que, na realidade, não difere da opinião cristã, mas para Platão, a ideia de Deus era mesma do Mundo das Ideias.
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