segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Fortalezas Invisíveis

Há pessoas que se vão, como sementes que nascem, crescem, dão troncos, folhas, frutos, sombras, e são fortes na chuva, no sol, até mesmo em desertos, no qual, quando sozinhas, brilham tão fortes quanto o sol que machuca a mais forte estrutura.

Há pessoas e pessoas. Há humanos e não humanos. Vamos falar de humanos. Esses pequenos filhos de Deus que buscam forças além-vida para sobreviver em meio a um mundo tão frio e opaco; falar desses seres maravilhosos que nos deixam rastros em vida, e quando partem para uma missão misteriosa, nos bate uma dúvida se realmente eram humanos.

Por isso, as palavras heroísmo, divindade, santos, solares, filhos sagrados.. se perdem em semânticas perfeitas, ao passo imperfeitas quando nos chegam à voz. Falta-nos tudo, inclusive – para não dizer somente – sabedoria.

E por causa dessa falta, recorremos a céus, a deuses que promulgam leis, a deuses que se revelam mesquinhos que precisam de seus fiéis ao seu lado, à frente de seu trono dourado. Montamos novos Olimpos.

E nascem mais humanos belos que surgem, às vezes, na pobreza, sem mesmo perceber que ela é um fator influente e mortal na consecução de seus objetivos. Mas ele não pertence à pobreza, à dor, ou mesmo à riqueza... Ele pertence à humanidade, ao mundo, para salvaguardar nossos valores, nossos maiores ideais...

São seres especiais. Mais que isso, moram em nossos corações, após sua ida ao imaginário coletivo – céus, infernos, paraísos... E lá, tenho a certeza, se houver a quem amar, ou mesmo um ser humano a defender, lutará contra as forças do mal, e libertará todos os homens em nome de uma justiça tão forte quanto à terrena...

São imortais. Ao perceber uma injustiça, estaremos ali, em nome daquele que morreu por ela. E viveremos em seu nome, pois seus rastros nos ensinam mais que palavras em livros, mais que metáforas profundas acerca do nada, apreciada e divulgada, graças a escritores modernos que nunca beberam da água de uma realidade que transborda nas favelas, nos morros, nos hospitais, nas escolas...

E por eles vamos orar. São divinos agora. Tornaram-se deuses. Pois, a cada levantar do dia, a cada dormir, pedimos forças para viver um pouquinho melhor em um sistema pobre, sem governo, enaltecido apenas pelos interesseiros de plantão, os quais ganham com a miséria humana.

Nós, não. Somos estrelas que não precisam de noite para brilhar, porque buscamos melhorar, ainda que em leitos hospitalares sujos, cheios de sangue passado, a humanidade, no leito do próximo, pois ali tem uma alma que precisa urgentemente de justiça e amor.

Há estrelas que nasceram tão fortes, que nos apaziguam com seu olhar, e nos dão fortalezas inexpugnáveis. Estas, cujo mistério ainda Deus guarda, enriquece o homem e lhe dá mais vida, em uma batalha incansável contra um grande inimigo tão natural quanto nós, chamado ignorância.






(Mãe, tenha força, mais do que nunca. A estrela da senhora ainda brilha tão forte quanto o primeiro dia em que nasceu)

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