O Sagrado e o Profano está em tudo. |
Terminamos o texto anterior falando sobre o sagrado, que não seria somente aquilo que denominamos, a grosso modo, como o que nos exigiu ou exige sacrifícios, mas seria, aos olhos dos grandes do passado, ou melhor, das grandes civilizações, como tudo que se respira, se vive, se move, ou estático, como os minerais, mas que apresentam átomos, prótons, elétrons burlando em suas estruturas internas tais qual a de qualquer ser, ou seja, não apenas no homem e seus feitos, no homem e em suas religiões, mas principalmente no que considero em Deus, ou seja, em tudo.
Não vamos minimizar, claro, o que refletem atualmente acerca do que é sagrado. Pois há uma relevância baseada em preceitos psico-religiosos. Explico. Hoje, há mais do que um modo de vida quando se trata de religião, há um modo de vida escolhido por quem a defende. Uma escolha, que na realidade vai fazer efeito pelo resto de sua(s) vida(s). Por isso, dá-se, atualmente, como sagrada a escolha, a seita, a religião, enfim, tudo que exige um belo sacrifício.
Respeitemos, então, esse conceito. Mas nunca nos esquecemos de que, se levarmos em consideração que sagrado se refere apenas ao que denominados como tal, cairemos na face de uma moeda que nos exige questionar o que não é sagrado.
A principio, segundo conceitos atuais, seria tudo aquilo que é feito pelo homem, não direcionado a qualquer dedicação religiosa ou familiar. Até aqui, fica fácil de racionalizar, mas o que fugiria tanto desses dois aspectos que não seria considerado sagrado – e sim profano? Talvez a própria maldade humana. Porém, até mesmo ela (a maldade) tem seu por quê; tem seu inicio e fim. Até mesmo a maldade existe em determinados mitos com fins simbólicos. Mas a maldade humana tem fins simbólicos? É uma pergunta difícil de responder...
Sabemos, no entanto, que a natureza humana possui um leque de possibilidades – graças a uma personalidade nascida para tanto – dentro das quais podemos colocar o mal e o bem como extremos, em qualquer nível – o noticiário está aí!
Ou seja, podemos ser deuses ou demônios sem saber. Porém, uma coisa é certa, até mesmo os demônios são deuses em algum nível, pois participam de sua natureza com fins de modificar, quebrar, desajustar, retirar, separar, matar, desfazer tudo que os deuses o fazem, mas com outras finalidades, como a de unir, integrar, adicionar, reintegrar, dar, etc, ou seja, estamos em esferas dúbias, com propósitos de nos elevar, chegar ao topo, subir montanhas, entender o mistério da vida, mas para isso temos que descobrir que o sagrado não é apenas um conceito vago, cristão, budista, mas principalmente aberto, porque tudo, segundo a tradição, é sagrado.
Baseado em nossos devaneios acima, podemos dizer que o homem é ser sagrado, que pode se ajustar de acordo com tais premissas, mas deve, por obrigação, conhecer o lado negro antes mesmo de ser um Cristo; deve, sempre, em suas possibilidades, ser um guerreiro, um herói em seus afazeres, pensamentos, atos simples ou não, determinando, a partir deum pequeno lavar de uma louça ou mesmo em uma decisão que pode modificar um país, que seu trabalho material é uma necessidade universal para se chegar à compreensão de si mesmo, desse modo, vivendo em harmonia com o todo.
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