quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pequenos e Simples Milagres

Simples gestos, grandes milagres.

A vida em si já é um grande milagre. Ao se deparar com o sol, com suas nuances cristalinas que rodeiam o céu azul, depois, tornando-o alaranjado no fim da tarde, penso que somos filhos de uma ignorância tamanha que nos engole em processos como esse, tão simples e belo.
Pois o sol, a chuva, a natureza como um todo, além de ser um grande mistério ao ser humano, também nos colocar como um deles, talvez até como o maior dos mistérios, e o maior dos milagres...
Digo isso porque percebo em templos a busca por milagres fortes, como a tentativa em fazer uma pessoa andar, falar, enxergar, sair de suas dores internas, além das principais dores do dia a dia, a falta de dinheiro para prosseguir...
Aí, nos aparecem as igrejas, tão sólidas na sua finalidade em fazer pessoas humildes felizes, que esquecem que o real milagre – o que procuramos – esconde-se em nós, e para desvendá-lo nem mesmo o pensamento mais racional, científico, com suas nuances matemáticas, físicas, químicas, poderiam explicá-lo... (ou poderiam, apenas com intuito de desacreditar do espírito...).
Mas teorias, por mais radicais que sejam, profundas no sentido exato, não fazem o espírito deixar de existir, pois não há como provar a inexistência de algo que nos faz amar, sentir o mais profundo sol, a mais bela poesia e não chorar... Até o mais incrédulo cientista não resistiria!
Sabe por quê? Porque somos milagres ambulantes, antes de sermos homens que duvidam, e teorizam acerca de tudo. Temos a semântica – espiritualidade infinita – enraizada em nossas células, em nossos ossos; temos a alma!
Hoje, meu medo maior não é a formação de cientistas, mas a formação de um duelo entre o homem que acredita saber tudo, e aquele que acredita ser Deus. Os dois, cientista e religioso, em paralelo em seus mundos, tentam provar a existência de entidades diferentes, uma racional e a outra sobrenatural.
Tais entidades, existentes em sociedades diferentes, se cruzam apenas com intuito de digladiar inutilmente, provando com seus livros ou com suas teorias, duas verdades, que, na realidade, se encontram no fim de uma reta, formando apenas uma só Verdade... (até mesmo Einstein dizia que duas retas paralelas se unem no final rs).
Mas como diria o filósofo Fernando Schwatz, “o racional tomou conta de gerações e dificultou o entendimento do ser humano”, e ele tinha razão. Pois não somos apenas ossos que se vão para a terra e seus vermes comerem, como pensava Darwim.

Somos milagres que têm a capacidade de entender a si mesmo, se aprofundar nos mistérios, sorrir ante o medo; dar o primeiro passo ainda que não tenhamos pernas! Somos seres que enxergamos, até mesmo sem a visão biológica; somos guerreiros romanos, persas, egípcios, somos reis!
O milagre mais belo, no entanto, não é aquele que nos faz ir atrás do sol, ou mesmo que nos faz ser humanos, mas aquele que veio antes de nós, que se chama ideal. Este, tão retilíneo quanto a melhor das retas, nos propõe a natureza, humana ou não, da continuação da vida, dentro desse grande mistério chamado Deus.

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