quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Malvada Favorita (iii)



O oceano dentro do pingo 

Um mergulho no pingo



Vamos “baixar a bola”, como diz no ditado popular, significando “vamos por os pés no chão; ser mais humildes”... e impedir que nosso assunto se resvala pelo ralo...

A personalidade pode ser entendida na prática como aquela que nos sintoniza com os mundos físico, astral, intuitivo, intelectual, psicológico, enfim, até mesmo com o espiritual, ou seja, é ela que se faz de ponte entre tais subcorpos, que, percebidos por uma dor, por uma atenção, percepção ou mesmo uma ligação entre todos esses subcorpos e um elemento mais sutil, se revela útil ao homem.

Na maioria das vezes, no entanto, para dizer a verdade, noventa e nove, vírgula nove, por cento das vezes, sintonizamos o papel da personalidade sem saber, o que nos torna mais volúvel a ela e ao que pode nos fazer. Quando eu digo “pode-nos fazer”, estou falando de dentro dela, mas com um foco mais centralizado, ou melhor, ilustrando, estou dentro do grande monstro, mas observando a saída pela sua boca.

A intenção daquele que conhece a persona nada mais é que sobreviver a ela, não matá-la, como pede uma ocultista... (“mate a personalidade!”), não é isso, mesmo porque teríamos que reencarnar milhares de vezes para fazê-lo, o que demandaria uma reeducação em nossos princípios... Por isso, nossa maneira de sanar nossas configurações humanas não é eliminando o monstro, mas domando-o...

Sei que muitos ocultistas são contra tal premissa, pois sabem que a personalidade engana e destrói, porém há filósofos tradicionais que nos ensinam a lidar com ela, pois sabem que, sem ela, não há ponte, não há caminho, nada. E desde o primeiro livro de filosofia até o mais atual, pretende-se domar tal monstro, seja por meio de pequenos argumentos ou grandes, que nos elevam, transformam e nos fazem identificar com ela. Sabem eles que o pingo está no oceano, mas o oceano também está no  pingo!

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