terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Artur. O Mito que Chama (iv)

Artur e o mundo sombrio.












Artur, o nosso céu. Tão perfeito, tão justo e tão real, que nos parece um mito. Indecifrável por excelência, a comandar uma legião de cavaleiros lendários, com os quais se reúne para contar suas histórias em uma grande távola redonda, nosso Artur existiu, mas não com esse sentido; mas de tão perfeito e celeste que foi, comungou vários elementos clássicos e se transformou em um dos mais belos Mitos da História.


Quando falam de Artur e de seus cavalheiros, falam de um gama de elementos que o próprio universo possui, e que foram, no passado, esmiuçados pelos filósofos antigos, como Platão, por exemplo, ao citar no Timeu Demiurgos e Devas. Ou seja, o mito possui elementos dos quais podemos retirar ideias platônicas, pitagóricas, de modo a configurar por meio deles a vida do homem.


Artur, como disse, seria esse céu no homem (o nous). A nossa Alma, sua esposa Guenever, que faria o papel de rainha, levando todas as características de uma alma volúvel (psique). Lancelot, a Vontade pura no homem (soma).


O mito, ao trazer esses elementos, estrutura-os de forma a nos trazer à tona o que realmente deve ser revelado, não velado. Contudo, por ser tão universal e possuir requintes além-racionais, somos obrigados a intui-los. E nossa intuição, racionalizada (ou seja, de acordos com preceitos universais), percebe que fazemos parte dele.


Artur é o elemento desejado, o ideal humano, e mais, é a simbologia de um tempo que se realiza e depois de sua queda se transforma em sombras. A causa: a Alma nossa, Guenever, que se apaixona por Lancelot, o qual significa o corpo, a vontade, que, antes voltada a Artur, decai, juntamente com a alma, em razão da traição.


A terra, antes, florescida em uma primavera quase eterna, em meio a vitórias dos grandes cavaleiros, agora precisa se levantar, encontrar a si mesma, assim como os homens que se perderam, quando todos os elementos se voltam à sombra.


A parte humana de Artur, aquela que nos loga ao universo, sofre com as agruras de seu reino, refletindo no físico, no emocional, em seu astral e o pior, na sua vontade. O que pode levar o rei a construir seu mundo novamente, apesar de uma alma volúvel e de uma vontade voltada aos desejos. O que se pode fazer com tais aspectos que devassam a alma do homem, retirando-o do seu caminho o grande ideal?

Voltamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....