segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Apenas Uma Ideia



Uma ideia, nada mais. A Roma Clássica, em seu apogeu, queria tomar o mundo, se infiltrar nos mais detalhados caminhos, e construir um universo do qual somente ela poderia tomar conta. Dali nasceram e morreram vários generais, dos quais podemos retirar Marcus Aurelius, Julius César, Pitolomeu, entre muitos, que, com a ideia romana de civilização cultural e superior, deveria, ao ver da cúpula, fazer seus dominados crescerem na marra...

Alguns cresceram, outros não; mais tarde, o estrago, como se era de pensar de um grande ato como tal, viria em forma de reclamações de culturas pequenas, nas quais o patriotismo e também a teimosia em ser atrasados, ficaram mais evidentes do que pedra em riacho limpo – como disse, tempos depois.

Alguns países, até hoje, falam de Alexandre, o Grande, como o demônio mais jovem do mundo, por desfazer culturas, implantar a sua, e ainda por cima renomear cidades, com vista a por seu nome em todas elas.

Para quem conhece Roma, para quem se informa ou se informou acerca do Antigo Império, que decaiu graças à “água quente”, como diria um mestre de filosofia, sabe que aquele foi um dos maiores, melhores e mais civilizados de todos os impérios ocidentais, que nasceu de vários outros pequenos, mas que possuíam culturas o suficiente para fazer crescer e elevar outra, maior, melhor, como a de Roma.

Quero dizer que não se faz uma ideia – ainda que romana – surgir do nada. Deve haver algum princípio, uma célula que a faça repensar o que é cultura, o que é religião, o que é política, além de implantar em sua educação uma filosofia de vida humana invejável. E seus adversários sabiam disso. Queriam, no entanto, crescer sozinhos, se transformarem em ‘romanos’ sem que houvesse interferência de outros – ainda que fosse a própria Roma.

O ideal deles, entretanto, estaria longe de ser romano. E isso, Roma não aceitava. Quando um romano era alvejado por bárbaros – leia em bárbaros, seres mal compreendidos, por isso bár-bár-bár, ou blá blá blá – que se expressaram como loucos, não como elegantes e disciplinados, estudados e treinados como guerreiros.

E quando tocamos na palavra “guerreiros” podemos nos expressar da melhor forma possível e ainda não nos colocaremos na posição de entender a raça romana quando entrava em uma batalha. Diziam que eram como senhores da tática; deuses leões; patriotas de Roma, ou mesmo o terror em forma de homens. Era de dar medo e ao mesmo tempo admiração. Mesmo assim, as pequenas potências, de teimosas, entravam em confronto, perdiam, se levantavam, e voltavam noutro dia... Para perder.



A ideia romana era tão forte quanto às pilastras construídas aos deuses. Não havia ninguém que pudesse reverter isso. Apenas  a própria Roma. E isso ocorreu quando alguns supostos patriotas, com ideias desconfiguradas acerca do Império, foram geradas em trincheiras, em césares decadentes, em “banhos quentes”.

Assim, a religião, que era vista com vista como politeísta, foi tomada pelos persistentes cristãos; os soldados, que faziam até pontes em seus caminhos, e davam aula de guerra, mais tarde, se tornaram suicidas; as instituições caíram; e o blá blá blá invadiu facilmente o Império majestoso.

Atualmente, não temos mais visões claras a respeito de uma ideia quando se trata de religião, política, família, e outros valores que eram base de uma grande estrutura do passado – não só romana, mas grega, egípcia, e até mesmo persa – e por isso não podemos nos autodenominar civilização.

Quando o vento bom das grandes nações clássicas, que até hoje sussurram em forma de pilastras, de artes, educação e heroísmos, estiverem dentro de nossos pulmões sociais, podemos dizer que a ideia romana está para nascer.

 

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