Platão dizia que o primeiro dos deuses é o Amor. Em meu entender, o que queria dizer o filósofo é que entre partículas, que geraram outras e assim por diante, ao chegar ao átomo, havia, antes de tudo, um mar gerador, um oceano primordial, que deu início a tudo -- oceano semântico (no sentido misterioso da palavra, sem conotações), notoriamente chamado de deuses, ou como diria o melhor dos cristãos, Deus.
E tinha razão o filósofo; não havia nada, a não ser o Amor. A união. A congregação. Formação. Construção e Organização. E desse Amor primordial, milhões, bilhões de anos mais tarde, a primeira célula formadora do ser humano chegou e se instalou, dando margem a outras e assim por diante... Daqui, em meu entendimento, talvez o mais ignóbil, formou-se a dimensão particular humana, a qual já estaria no universo em forma de corpo. Era o corpo do homem, feito do mais puro étero, que gerou, religadamente, seu astral, sua emoção... E, por fim, o último elemento, a desejo...
Como humano que somos, pela evolução que se deu, nos apareceu os últimos três pontos responsáveis -- por assim dizer, o crachá divino, que nos daria as portas para a compreensão universal e de nós mesmos --, Manas (mente), Budhi (energia pura) e Átman (mente superior), dos quais saíram as tríades de todas as nações, pois delas, segundo a tradição, em termos maiores, tudo se fez e se formou... -- Daí, a formação necessária dos deuses na mitologia, com vistas a explicar o universo... Menos no cristianismo atual, cuja tríade se resume em três pontas, quase gêmeas.
Ao trazer para a esfera humana, essa na qual pairamos, podemos retirar dessa tríade maior o amor. Ou seja, a formação, a construção, a pureza com que se formou o uno, e tentar nos formar, construir, nos elevar em meio a essa ditadura de violações físicas, as quais quase somos obrigados a rever nas palavras, nos atos, passando por nossas visões, atingindo nossa consciência, esse pequeno grilo falante que nos avisa para onde vamos.
Na tradição, em todas elas, há um ditado que diz "O que é de Deus o homem não pode separar". Se observarmos o inicio de tudo, desde as primeiras formações, podemos compreender isso. Nada há de separado, nem mesmo a mais ínfima partícula com a maior dela. A nível humano, idem. Nosso corpo não está separado dos demais corpos, graças a essa linha védica (divina) que se alinha entre eles; graças a uma consciência que não estanca, que não se quebra, e quando imaginamos todos esses elementos em uma só sintonia, podemos prever que a própria tríade está conectada dentro de nós, iluminando todos os outros elementos, como se fosse uma grande mãe interior.
Volto com mais amor.
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