sexta-feira, 17 de junho de 2016

Nas cavernas, sem fogueiras.





"O que destrói o ser humano?
política sem princípios, 
prazer sem compromisso,
riqueza sem trabalho,
sabedoria sem caráter,
negócios sem moral,
ciência sem humanidade e 
oração sem caridade"

(Gandhi)



Não podemos esquecer jamais que uma raça sempre se ajuda. Em cantos e vias, nas quais se encontram humanos jogados, deixados ao relento, há sempre alguém que chora a lágrima invisível, a dor inaudível e o sofrimento indizível. E o pior, há muitos mais que se fecham, se enclausuram e tem medo de ver essa realidade... 

Outros, com os mesmos "princípios", preferem criticar a situação governamental -- o que não é nada de errado, porém -- somos muito mais culpados do que aqueles que possuem tudo, mesmo porque, se estamos esperando atos de humanidade, é melhor que sejamos humanos, não capitais. E quando esse racional (capital) nos toma, e o usamos a inteligência em prol de resoluções extremistas, a exemplo de greve de fome, greve por melhorias na saúde...

Entretanto, o que nos fica para trás é a fome real, o frio real, as mortes por abandono, a pobreza em todos os sentidos -- da material à espiritual. Aqui, nessa última, chegamos a dar liberdade aos religiosos em fazer algo, aos idealistas de plantão, que somem para a África, para o Curdistão, etc, e tentam, com o pouco (ou muito) que têm, mudar o mundo...

Seria maravilhoso se pelo menos setenta por cento das entidades mundiais usassem seus fundos para solucionar esse problema, mas não o fazem. Motivos? vários. Entre eles, a corrupção, a falta de humanidade, pessoas vocacionadas que não são, e assim, segue o resto...

Abraão Lincoln, o melhor presidente americano, disse um dia, "Não deteste os ricos, pois precisarás deles; não deteste os mais pobres e necessitados, pois, sem eles, não há riqueza". -- Na realidade, a harmonia, a que se refere o grande estadista, pressupõe que cada um, no mundo capital, deve se ajudar, pelo simples fato de que um precisa do outro.

Mas essa máxima, porém, pode ser interpretada de modo a beneficiar os mais ricos, que já o são, atualmente, por interesses que levam o pobre a ser a base que sustenta a pirâmide, a qual, socialmente, só brilha financeira e injustamente na ponta. Não embaixo. 


Não conseguiremos, jamais, dentro de um sistema, exterminar a pobreza ou mesmo a riqueza exacerbada. Mas esse pensamento não nos torna desumanos quando levamos o sorriso a alguém que fica rico de coração ao receber um pouco de comida, e quando frio, um cobertor; a riqueza maior não se abriga em ter, mas em atos que nos fazem um pouco mais humanos -- e seremos.

A pobreza, idem,  não é deixar de ter, mas em não ir atrás, em não levantar-se, alimentar-se com o pouco que tem, ou deixando que se cumpra o que lhe foi dado desde o início, como uma forma de presente grego, mas tão melhor quanto este, cujas forças, com o tempo, em nome da família, ou da simplicidade, da sabedoria colhida nas ruas, são tão preciosas quanto o ouro da terra.



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