segunda-feira, 13 de junho de 2016

Flor de Lis




Foi semântica pura
Na água turva da vida,
Foi brisa cansada de ventos,
Amada pelo acalanto da noite crua.
Foi estrela teimosa
Que não se cansou de brilhar,
Fugiu do céu livre
Em minha alma for parar.
Foi areia do deserto,
Adentro em meu coração sem rumo,
Caiu em meu ser alado,
Tão burro, que por ti bateu.
Se fez de paz e de guerra
Em uma terra tão lua,
Fez-se por mim nua,
Em distantes lugares de amar.

Foi o espírito que nos uniu sem querer,
Ditou-nos sua lei absurda
Tornou-se muda,
Quando se viu diante de mim
E de você.
Cantou líricas palavras surdas,
Das quais somente Deus escutou,
Nos deu forças e fome,
Tu eras minha mulher e
Eu, em prantos belos,
Teu homem.

Como eu te queria,
E sempre te quis.
Vos tive em águas,
Terras, vento e
Fogo,
Amei-te como ogro,
Feroz, violento,
Sem contento, em momentos,
Nos quais somente a flor
Presenciou.
E o jardim se fez,
E nos fizemos canteiros,
Não tão belos quanto
O dos reis,
Mas singelo como o céu
Do guerreiro.

Foi a canção em vida,
O mar sem início,
O paraíso perdido,
O ouro sem suplício.
Dele nasceu a eternidade,
Em que muitos ditarão,
Nasceu uma grande verdade,
E dela outras virão. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....