segunda-feira, 13 de junho de 2016

Ética e Moral, a Conexão Final



Já falamos muito sobre Ética. Contudo nunca é demais uma breve jornada ao que demos nos textos anteriores e acrescentar um pouco mais acerca desse assunto, que ainda é visto como algo abstrato no mundo moderno.

Hoje, apesar de Conselhos de Ética feitos por seres que comandam sua falta soçobrarem em jornais e revistas, não vamos atrás da realidade que deu origem a tudo. Moral e Ética têm a teoria e prática nas veias. Segundo os gregos, Ethos seria a parte teórica e Moral, a pratica. E dela, dessa parte prática, haveria a possibilidade de o homem, embebido em conceitos em suas escolas iniciáticas, praticar o que lhe era devido como fiel discípulo.

Nas escolas Pitagóricas, por exemplo, os acusmáticos, parte dos discípulos que entrava e tinha o dom de falar em demasia, ficavam, segundo históricas cartas de estudiosos, calados durante anos, ou falavam somente quando chamados...

Nas aulas de Platão, segundo historiadores, a moral e a ética eram tratadas de maneira mais específicas, na natureza, junto dos objetos, das coisas inanimadas, das quais se tentava ver, com outros olhos, aquela alma. Platão dizia... “Tentem ver outra coisa além da própria árvore”. E nessa tentativa, correta ou não, aprofundava-se o teor do assunto, como da sua organização interna.

Aristóteles, como diria um grande professor, teria sido o primeiro, ou um dos primeiros ecologistas, pois se preocupava em detalhar, esmiuçadamente, a parte que cabia a cada linhagem de seres, os quais, segundo ele, tinha uma parte ética preponderante – a forma com que vinha.

Antes desses conceitos, dessas formas de ver o que era a ética e moral nas coisas, Platão e Aristóteles, mestre e discípulo, se aprofundaram nesse quesito, o qual, segundo consta na história da Filosofia, foi embebido, pego, praticado, graças aos egípcios, dos quais, hoje, nossa educação pode ter vindo, quando tratada acerca de assuntos morais e éticos.

A Moral e a Ética no Egito.

Se nos reportarmos a falar acerca da moral e ética egípcia, é certo que não teremos sorte no quesito verdade. Iremos falhar. Mas, mesmo assim, tentaremos uma mera tradução à luz da filosofia clássica, que sempre nos monitora quando estamos perdidos em estradas sem qualquer luz.

No Egito, como se sabe, tínhamos o homem-deus, o faraó. Muitos divergem do que ele fizera, no entanto, jamais do que foi.  Homens que reinaram durante séculos com vistas a fazer do Egito um paraíso em terra. E conseguiram. Sesostris I, Ramsés II, Akennathon, entre outros que traduziram a moral e a ética em belezas terrenas, tinham a finalidade em concatenar suas vidas de acordo com o cosmos, resumido em uma deusa: Maat.

A Ordem, a Disciplina, a Regra, como sempre foi assim vista, faziam parte do antigo Egito graças ao grande homem, que reinara com propósitos sagrados, lutando eternamente contra inimigos que sempre queriam tomar a terra divina. Nela, por resguardar o misticismo, havia preponderância de objetos sagrados ao povo, o que chamava atenção externa.

Entretanto, eram guerreiros, eram fortes, em terra e mar. Duraram quase uma eternidade em práticas harmoniosas, a construir templos em homenagens, amores, de modo que traduziam simbolicamente seu misticismo. Mas nunca vamos compreender o que seria a moral egípcia na realidade.

Pois, como sempre se olhava para o alto, para o céu, para as estrelas, ou mesmo depois delas, também eram mestres em olhar para dentro, para o centro de sua alma. E esse era o referencial no qual se baseavam. No céu interno. No que Platão, mais tarde, vinha a denominar Nows, e este conectado com o maior deles, com o divino, conectando o homem ao ser maior.

Opinião

Temos que parar de enxergar os valores humanos como algo ultrapassado e resgata-los na medida de nossa ignorância, e dela, mais tarde, de nossa pouca sabedoria em reconhecer o que somos. Temos que buscar, em nós, em atos baseados em castelos de areia, e fazê-los castelos fortes, com os que duram até hoje, depois de séculos.

E por falar em séculos, e tentando observar em nós o que não vemos, olhar para as construções passadas, como por exemplo as pirâmides de Queóps, Kefren e Mikerinos (não consultei a escrita), que em suas extremidades, sua base e cume, feitos em homenagem aos céus, longe de serem feitas de forma aleatória, traduzem o que queremos em nós. Os elementos, todos eles, harmônicos entre si, olhando para o alto, afunilando nossas possibilidades celestes de compreensão interior, ao passo dando-nos a eternidade para tentarmos ser um pouco melhores, sem medo, com muita destreza e maestria, se olharmos sempre para o alto de nossas pirâmides interiores.


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