quinta-feira, 16 de julho de 2020

Lembranças de um Código





Há muito tempo, talvez há milhares de anos, tínhamos códigos nos quais poderíamos nos basear, fosse para uma guerra ou mesmo para comer uma simples refeição. Tudo isso, hoje, nos parece absurdos em meio a comportamentos alienáveis, dos quais até mesmo o mais tenro menino sabe que é fora de cogitação usar. Falo de termos como honra, hombridade, amor, código, leis sagradas, ou menos de que isso... uma palavra que reverbera em nome de pessoas que apelam em nome da humanidade: respeito.

O respeito, talvez, hoje deve ser mais lembrado em razão de nosso egocentrismo, que, querendo ou não, nos faz isolados perante ao que tudo devemos buscar. Mas o que buscar? Pra quê? respondo da mesma forma que um dia me foi respondido... "se um pé de goiava busca dar a melhor goiaba... ou mesmo uma mangueira, a melhor manga..", então, a somar, precisamos ser um pouco mais humanos, melhores humanos.

A verdade é que devemos crer em algo que nos eleve a alma, não no rebaixe ou proíba de ver o belo, o bom e o verdadeiro, e entre esses valores (honra, amor, ética, moral), acredito eu, está a honra, o amor, a dedicação aos nossos pares, em meio a tantos desvairados conceitos que se nos acorda pela manhã em jornais de grande monta. Não. Não podemos sucumbir aos desejos do que "não é", pelo simples fato de acreditar em conceitos sociais que nos dizem que "são". 

Parto de princípio que "aquilo que não é" não dura, não fica e nem mesmo se cogita em qualquer época -- a não ser que façamos esforços para tanto. Mas a balança universal sempre nos mostrou que valores, reais valores, são aqueles que "são" e duram eternamente, como os deuses antigos, sobre os quais falamos, mas temos medo de entendê-los, então fazemos de conta que foram apagados pelo Tempo. Não foram.

As pirâmides são provas de que houve grande valores, elevados, espirituais, diferentes dos que nos interessam em termos rotulares, além das grandes pontes, das grandes construções da Europa que até hoje só foram mexidas para dar alguns retoques. Todas foram feitas com amor, com honra, maestria e humanidade -- ao contrário do que pensam os caçadores de Ufos.

Templos Naturais

Hoje, ainda temos templos naturais que nos observam -- digo isso porque nem sabemos quais são! --, como diria Giordano Bruno, dado pela Igreja como o mercenário espiritual, que difundia ideias tortas em relação a Deus, e que dizia o filósofo, "Não precisamos de templos feitos pelo homem, mesmo porque Deus já construiu em plena Natureza", e de certa forma estava correto.

Quando somos observados por templo naturais, ficam a meditar sobre nós, sobre o que somos e para onde vamos -- e no final, por quê. Eles pedem que sigamos suas leis, seus códigos sagrados, nos quais pequenas coisas nos levam a refletir acerca do que é Deus. Alguns, assim como Giordano, sentem em sua alma o poder e a necessidade de entendermos o papel de grandes quedas dágua, de grandes montanhas, das grandes florestas, dos rios que nunca se vão. 

Sei que não nos observam, mas a recíproca, infelizmente, é verdadeira. Não observamos com olhos de Giordano, nem mesmo de filósofos tradicionais, mas com interesses físicos e emocionais, que nos fale ao nosso ego, diferente de alma. Os grandes do passado nos ensinaram, e isso nos ficou como breves pensamentos que se quebram quando olhamos fixos ao sol ou a terra molhada pela chuva. "Esquecemos que somos deuses", disse Platão.

Não deixemos quebrar o sentido da vida, nem mesmo o pouco que nos resta como ser humanos. Procuremos um mestre ainda que atualmente seja tão difícil. Ele, com certeza, vai nos aparecer, nos dá o caminho para a realização interna, a qual, a depender de nosso estado, pode ser um pai ou mesmo uma pedra.


Que assim seja.

 




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