Há muito nos foi ensinado a orar. Um ato pelo qual nos comunicamos com Deus. Uma ação humana em que todos, sem exceção, sem debruçam, seja a uma parede, seja a um santo de barro, seja a uma natureza aberta ou fechada, para demonstrar sua devoção, amor e acima de tudo respeito às entidades (ou Entidade Maior).
No Antigo Egito, os iniciados nos mistérios ajoelhavam-se ao que representava o símbolo, não ao símbolo, pois sabiam que a matéria era uma forma de ponte pela qual a energia universal (cosmológica) se ligava ao homem – e mais – o próprio homem seria santuário de entidades que se manifestavam diariamente nele mesmo, por isso, cultivava, em si, o respeito a seu corpo, morada da divindade, do mistério.
Em culturas ameríndias, a Lua, entidade que representava o Logos feminino, traduzia a força sensível no seu humano, uma potencialidade, assim com o sol, representante do Logos masculino, várias forças energéticas no homem, também.
Nas escolas pitagóricas, havia os acusmáticos, discípulos que estavam ali apenas para ouvir, não para falar. Segundo conta-nos a história, o mestre os deixava até cinco anos sem pronunciar uma palavra, mas não era bem assim. O discípulo falava apenas o necessário, ou seja, quase nada. É o que nos acontece se falarmos apenas o que é razoável. Enfim, sabia o mestre que o ser humano tinha muito mais que ouvir os sons da natureza, a voz dos mestres, a voz interna de cada um, em vez de falar e falar impensadamente.
Na Índia, em respeito a várias religiões do país, todos oram em lugares diferentes, no entanto da mesma forma: olhando a si mesmo como peça fundamental do todo. A Índia, como país que foi, possui ainda alguns resquícios tradicionais, e um deles é a iniciação – ainda que não da mesma forma do passado. O indivíduo, depois de ter passado sua vida voltada ao sagrado, entrega-se à morte simbólica, jogando-se no rio Ganges, onde se manifestam várias formas de ritos da região. Ali, mergulhando como um ganso em busca de um alimento, o discípulo, orquestrado por seu mestre, sai da água e volta, molhado, à uma nova vida. A ressurreição.
Em meio a juramentos de desapegos à matéria, ele se vai, sem olhar para trás, em busca de seu próprio caminho simbólico, para o qual todos, segundo eles, somos designados. A oração se faz, o adeus aos parentes e amigos, e até mesmo ao próprio mestre, mostram o abandono ao mundo velho, a renovação espiritual, a proclamação de um mundo novo ao qual trilhará daqui para frente.
Hoje, não sintetizamos tais comportamentos como normais, pois somos de culturas informais, complexas, a cair em detrimento da nossa falta de informação acerca de outras culturas, e achamos que estamos corretos dentro de uma ilusão sem base, no entanto também tradicional.
Uma prova disso é que, quando Jesus, ao se tornar Cristo – iluminado – nos deu uma oração para ser feita todos os dias, em homenagem ao nosso Deus interior. “Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o Vosso Nome, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai a nossas ofensas, assim como tens perdoado aquele que nos tem ofendido. Não nos deixai cair em tentação. Livrai-nos do Mal.”.
No Antigo Egito, os iniciados nos mistérios ajoelhavam-se ao que representava o símbolo, não ao símbolo, pois sabiam que a matéria era uma forma de ponte pela qual a energia universal (cosmológica) se ligava ao homem – e mais – o próprio homem seria santuário de entidades que se manifestavam diariamente nele mesmo, por isso, cultivava, em si, o respeito a seu corpo, morada da divindade, do mistério.
Em culturas ameríndias, a Lua, entidade que representava o Logos feminino, traduzia a força sensível no seu humano, uma potencialidade, assim com o sol, representante do Logos masculino, várias forças energéticas no homem, também.
Nas escolas pitagóricas, havia os acusmáticos, discípulos que estavam ali apenas para ouvir, não para falar. Segundo conta-nos a história, o mestre os deixava até cinco anos sem pronunciar uma palavra, mas não era bem assim. O discípulo falava apenas o necessário, ou seja, quase nada. É o que nos acontece se falarmos apenas o que é razoável. Enfim, sabia o mestre que o ser humano tinha muito mais que ouvir os sons da natureza, a voz dos mestres, a voz interna de cada um, em vez de falar e falar impensadamente.
Na Índia, em respeito a várias religiões do país, todos oram em lugares diferentes, no entanto da mesma forma: olhando a si mesmo como peça fundamental do todo. A Índia, como país que foi, possui ainda alguns resquícios tradicionais, e um deles é a iniciação – ainda que não da mesma forma do passado. O indivíduo, depois de ter passado sua vida voltada ao sagrado, entrega-se à morte simbólica, jogando-se no rio Ganges, onde se manifestam várias formas de ritos da região. Ali, mergulhando como um ganso em busca de um alimento, o discípulo, orquestrado por seu mestre, sai da água e volta, molhado, à uma nova vida. A ressurreição.
Em meio a juramentos de desapegos à matéria, ele se vai, sem olhar para trás, em busca de seu próprio caminho simbólico, para o qual todos, segundo eles, somos designados. A oração se faz, o adeus aos parentes e amigos, e até mesmo ao próprio mestre, mostram o abandono ao mundo velho, a renovação espiritual, a proclamação de um mundo novo ao qual trilhará daqui para frente.
Hoje, não sintetizamos tais comportamentos como normais, pois somos de culturas informais, complexas, a cair em detrimento da nossa falta de informação acerca de outras culturas, e achamos que estamos corretos dentro de uma ilusão sem base, no entanto também tradicional.
Uma prova disso é que, quando Jesus, ao se tornar Cristo – iluminado – nos deu uma oração para ser feita todos os dias, em homenagem ao nosso Deus interior. “Pai nosso, que estás no Céu, santificado seja o Vosso Nome, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai a nossas ofensas, assim como tens perdoado aquele que nos tem ofendido. Não nos deixai cair em tentação. Livrai-nos do Mal.”.
Repleto de simbolismos o falar do mestre, depois de iniciado, passou aos seus discípulos orações voltadas ao Todo, a Deus, ao Pai. Assim, como todo ser que passou pelos mistérios, sua linguagem notória do grande Espírito que sobrevoa o mundo, como uma potencialidade a qual o homem comum não internalizou, é de difícil compreensão. Por isso, se tentássemos traduzir uma oração de Cristo, temos que resgatar chaves próprias para a interpretação não só das orações, mas também de muitas passagens nas quais ele se refere ao Pai.
Contudo podemos adiantar que, na Antiguidade, Céu seria o ponto culminante, que faria parte da Tríade humana – dentro da grande Tríade universal --, e Terra, a parte física, pétrea, material, até mesmo vegetal do Todo. Pão, na linguagem cristã, significava o corpo de Cristo; o vinho seria o espírito; enfim, a oração cristã tem uma série de simbolismos, que, unidos, estariam relacionados ao Deus interno de cada um.
O Nome, em maiúsculo, segundo nos diz a tradição, é algo que temos antes mesmo de nascer, é o real Nome – não o que obtemos em nosso nascimento dado pelos pais. Há uma passagem bíblica em que Cristo dá o nome a Saulo, que mais tarde tornar-se-á Paulo, por designação do próprio mestre que o fez seu principal discípulo. O nome ‘Paulo’ é o real nome do humano que nascera. E todos temos nosso real nome. Basta encontrar um real mestre para nos dizer.
A oração, voltando, independe de culturas, de homens, ricos e pobres, ela é mais que palavras que se vão na noite ao encontro das estrelas. “São comunicados que se entrelaçam com a de outros seres humanos, em uma grande comunicação”. Ela independe de templos, a não ser que a façamos em nosso templo em particular; ela revela a humanidade de cada um, na busca pelo espírito maior, na consecução de uma família, sociedade e um mundo melhor.