terça-feira, 9 de março de 2010

Idade, em nome da Amizade

Minha idade é um privilégio de poucos. Muitos se sentem inseguros em dizer a idade, eu não. Uma idade que me dá a sabedoria de escolher, reivindicar, e apontar meus erros, ainda que poucos --, me dá a possibilidade de viver bem, em qualquer via, caminho; seja com qualquer pessoa, boa ou má, qualificada ou não, amiga ou.... Deixa pra lá.

Mas o que me traz a esse blog não é somente a minha idade-sábia, mas o que pude conquistar com ela, em tão pouco tempo. Muitos amigos, experiências, filho, mulher, enfim, me casei como todos suicidas do mundo moderno. Agora, não me perguntem por que o homem se casa com tal idade...!

Na realidade, casa-se com todas as idades, até mesmo com a mais juvenil delas, o que nos faz ser mais responsáveis, maduros, filho dos filhos das divindades, que um dia uniram o homem (contra) a mulher.

Dela – desta idade mágica – o mais precioso fim: a amizade. O carinho de ter amigos fiéis, confiantes, irmãos não gerados pela mesma genitora, a qual tenho a certeza de que teria a honra de alimentá-los como filhos. Amigos que se podem abraçar, conversar, abrir-se em largos sorrisos; amá-los e com eles se preocupar assim como todos os irmãos de uma grande família... Esses são meus amigos. Estes que sorriem com a minha presença; me procuram em todas as épocas; me ajudam ainda que não preciso; são flexíveis; são fortes.

Há amigos tão amigos, que se sobressaem em pessoa. Tais não consigo visualizar da maneira normal, e sim astralmente. Suas vestes são como as de santo, reluzem primavera; suas palavras, semelhantes as de sábios – contorço em ouvi-los ainda que sussurrem; amigos cujas palavras são códigos eternos, e suas vidas um livro clássico do qual se abre todas as noites para sonhar e acordar bem...

Por eles, eu tudo faria. Correria sob oceanos, confrontando com tubarões voadores; subiria correntezas sem cordas; faria uma nave com as próprias mãos e beijaria o sol... Mas o que o amigo real sempre me implora é que eu seja um homem leal, ético, moral, eterno em meus bons atos. Nada mais.

O amigo de que falei é o meu mestre. Cheio de vigor e ciência de vida, ensina-me a crescer, viver e morrer. Esse amigo, sempre às voltas em minha consciência, burla meu coração em nome do divino, faz-me ser elevado, sóbrio, até mesmo filho dele próprio.

Em nome dessa amizade, o mestre me vem como uma fortaleza na qual meus princípios e convicções são o cimento que segura os tijolos desta, em que minhas experiências referenciadas nesse amigo são apenas migalhas frente às suas, porém regadas à beleza, à justiça, à compreensão e amor – todos quesitos necessários a uma grande amizade...

Da minha idade...

Descobri que os sonhos não terminam, mas brotam a todos os instantes. Quando se têm filhos, principalmente. São ovos se quebrando no imaginário do homem, nascendo e crescendo, e trazendo à tona, em nossas vidas, seres maravilhosos, advindos de outra vida, apenas com a finalidade de evoluir juntamente conosco – pais.

Nessa tenra idade, tão matura quando a de qualquer octogenário, sou filho do ensinamento, e da grande mãe-vida, cujos leques se abrem e se fecham na frieza e eloquência dentro da personalidade humana. Isso é que nos vale à pena!

Enfim, a minha idade física reflete com a minha idade psicológica, pois em cada ano, em cada aniversário, optei por ser aquilo que ela me trazia, não buscando nada mais além daquilo que ela me oferecia. Ela – a idade – é um presente dos deuses a mim e a todos os homens que encaram a vida de frente, sem medo de dizer quantos anos possui, por quantas coisas passam... Sem ter medo das convicções, ainda que parcas, quando erradas e quando certas em demasia.

Amém!


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