sexta-feira, 26 de março de 2010

O Vício de Ser Feliz


Há dias em que se percebe que estamos tão felizes que abraçar apenas os mais próximos é pouco. A sensação iluminada vem do coração, que, descansado, cheio paz, quer transmitir a todos o valor da vida, o valor das pequenas coisas pelas quais passamos e deixamos de amar, porque somos (e seremos sempre) ocupados com o dia a dia, com nossos problemas, que tapam o sol de nossas possibilidades.

A lágrima de alegria nos corre no primeiro abraço... É quase indescritível. Nas mãos correm o suor, como se fosse em uma eloquência de uma paixão que incita, perturba, e nos catapulta ao primeiro ser humano – seja em casa, seja na rua, bonito ou feito...Etc. O mais interessante é que um ato tão agradável como esse, de tão universal que é, não se repugna, pelo contrário, até mesmo em animais domésticos (ou não) é bem vindo... De tão universal, não há relutância nem mesmo àquele ser que embrutece com o mundo e nos passa a mensagem de que a vida não vale à pena. O abraço, a essa pessoa, deve ser forte, tal qual o de uma imprensadura, porque o ato não é nada sem a vontade, sem o respeito ao que a pessoa está passando, ao que ela é.

Não é um vício, mas poderia ser. É apenas um, dos milhões de atos naturais que possuímos, mas que reprimimos. O sorrir a alguém, o abraçar, o beijar... O ouvir, sentir, o amar proveem, na maioria das vezes, da alma que quer voar e encontrar a simplicidade do espírito, em poesias, em textos belos, em crianças... Em nós mesmos! Se fosse vício, seriamos mais humanos, mas a palavra vício no remete a algo ruim, como a bebida, o fumo...etc. Então nos vem a palavra virtude, o que, de alguma forma, singulariza atos maravilhosos sem esforços, e que sempre são feitos em prol de Si mesmo ou mesmo de alguém a seguir sempre uma disciplina, uma ordem, mesmo que seja externa, tenha o reflexo de algo interno – o que realmente somos: virtuosos.

Assim, seria um relâmpago de virtuosidade? Talvez. O que é realmente humano é sempre conectado com tudo que é belo, bom e justo – ou seja, em tudo que é divino, aqui, ali, na China, no Japão, na Venezuela... Em todos os lugares. As ações humanas são reconhecidas em qualquer lugar, até mesmo no espaço, simplesmente porque somos e devemos sê-lo, não ao contrário...

Contudo, também reconhecemos as ações bestiais quando as vimos. Isso não nos interessa... E sim praticar, não como relâmpagos virtuosos, mas sempre que acordar – aos poucos – abraçando, beijando, se comunicando, com palavras doces, com ouvidos, idem; de maneira que se torne um ‘vício-belo’, uma educação vívida, cheia de sinceridade, carinho, sem pormenores, traduzindo o que temos no eu verdadeiro, sem deixar que uma personalidade cheia de reais vícios nos torne frios e desconfiados do dia a dia.


É difícil, no entanto, também é fácil. Vamos lá, gente!

Um comentário:

  1. felicidade e tudo q esta ao nosso lado e q nos faz sentir bem !
    felicidade e inperceptivel quando estmos vivendo ela no momento ,so a descubrimos quando refletimos ...

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A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....