A um idealista, no entanto, a morte não é nada senão um breve espaço de tempo entre a vida e a vida, o que se intui desde o dia em que seus olhos brilham por justiça, amor e principalmente Liberdade. A morte real a um idealista seria a prisão interna, o descaso de autoridades sem apelo popular, a religiosidade mentirosa, a política mentirosa, corrupta sem ao menos um representante coerente. A morte a um idealista nada mais é que vegetar em teorias que não levam nem trazem benefícios à humanidade.
Quando morre um homem como Steve Beecou, não se vão suas ideias. Assim como a de muitos outros – Che Guevara, Luther King, Mandela (ainda vivo), Gandhi, e muitos --, suas práticas são exaltadas e elevadas pelos que ficam; assim, quando morre um ser que procura viver em função do próximo, literalmente, não como nós ouvintes e falantes do dia-a-dia, em função de coisas nobres ensinadas desde que o mundo é mundo, no entanto, apenas aqueles corajosos, ou melhor, inexoráveis seres maravilhosos, se prontificam, antes do sol e da chuva, dos terremotos e dos dilúvios em sacrificar-se pelo gosto de um dia ver uma criança nascer com todos os seus direitos, e livre – seja ela de qualquer cor ou raça, nacionalidade...
O homem tem seus vários caminhos, assim o diz a bíblia indiana Bagavagîta, “Todos são diferentes, caminhos diferentes, mas se encontram no final dele”. Ou seja, não é preciso que vivamos em função de um ideal arduamente, em passeatas, em gritos pelos nossos direitos, mas sempre buscando, de acordo com nossa capacidade e natureza, o melhor para o próximo, ou mesmo não sermos incoerentes, nos educando tendo como norte o bem maior.
E o nosso norte deve ser um desses heróis que sempre lutaram e foram fieis a seus princípios. Estamos sem homens desse naipe em nossas prateleiras, mas, se observarmos bem, os clássicos nos trazem Adriano, Julio César, Alexandre, o grande; Ramsés, o filho da luz, até mesmo os grandes músicos do passado que tiveram suas vidas regadas a dificuldades, mas que, mesmo assim, respeitaram a todos, e, mais, conseguiram compor belíssimas músicas, como Mozart, Bach...
Se não há norte, não andamos. Se andamos, caímos e dificilmente levantamos. Um exemplo disso são adolescentes que caem no mundo, quando não possuem pais ou qualquer figura masculina que lhes serve de apoio para seus primeiros passos – ou últimos.
Mas havendo um, nos sentimos como cometas em direção a um sol que nos dará mais brilho a cada passo. E longe dele o brilho se perde. Assim, precisamos sempre de caminhos, de mestres, de professores, de irmãos, de pais, de amigos nos servindo de heróis ainda que com pequenos atos, como um grande abraço hora certa.
Aos grandes, aos pequenos, a todos.
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