Em algum lugar na Bíblia, ou em vários lugares dela, foi colocada a palavra perdão como remissão de pena ou de ofensa, dívida, desculpas... Indulto... Sei lá, rs, o que nos leva a refletir acerca desse verbete precioso, que chega a ser santo por excelência... No entanto, há sempre atos com os quais lidamos na vida tão complexos, que tal palavra, de alguma forma, fica sem sentido.
Estou me referindo àqueles atos quase santos, cujo poder é indescritível somente em pensar neles, e que, ao mesmo tempo, se torna infantil da nossa parte expressar dentro de determinados contextos o que não somos... Santos. A palavra soa, mas não quem a expressa, temos que pensar nisso.
Deixe-me simplificar... Atos bárbaros são acometidos por seres monstros que se dizem humanos, mas são sociopatas, desumanos (!), atos esses vistos e revistos todos os dias por nós, dentro de nossos limites internos, os quais, não se sabe, quanto tempo continuaremos em nossos limites – eu, particularmente, sinto-me a cada dia preso nas grades de meus limites, infelizmente, com a mente impregnada de desconfianças e horrores humanos, graças a esses que maltratam o dia a dia sem pudor.
Mesmo assim, há aqueles que perdoam (aqueles do segundo parágrafo, rs). Como seres de outro mundo, nascituros de planetas puros e simples, que se enveredam pelas “portas do céu...”, “que nasceram com asas embutidas no corpo”; há aqueles que, também, não havendo outra saída, perdoam.
Mas o que é o perdão? O que significa a essas pessoas que perdoam ainda que seus filhos, irmãos, pais, mães... são assassinados de forma brutal por seres cuja estrutura veio somente para destruir conceitos de amor, até mesmo de perdão? Seres que vieram para redefinir até o que é céu e o que é inferno – não há limites para tanto! Aí vai de cultura para cultura... A palavra perdão toma, assim, a abrangência que permitimos.
No Ocidente, temos vários livros que nos conduzem ao pensamento de que desculpar é humano, perdoar é divino... Livros que nos dizem que a parte nossa, a do perdão, deve ser exercitada, trabalhada a cada dia a fim de que sejamos mais cristãos, mais amigos, mais família... São os de autoajuda...
É certo que temos valores e um deles talvez seja aquele que esteja escondido dentro daquele cantinho da alma, na qual somente poucos têm acesso, mas não podemos nos enraizar em sentimentos para nos realizar pessoalmente... A palavra perdão tem denotações várias, nas quais a relatividade predomina. Ou seja, não é algo absoluto, como diria na Antiguidade. Algo criado pode não ter o efeito esperado ao que o universo espera.
Hoje, nessa cultura (a nossa Ocidental), fazemos o que quisemos com as palavras, com os seus sentidos, e nos elevamos (ou não), mas sempre nos baseando naquilo que achamos. A palavra perdão é assim. Apregoamos-nos em seu sentido cultural, não universal, e a transformamos em... Universal!
Muito usada no meio religioso, sabemos que muitos a esperam da voz do padre, do pastor, sei lá, como se o próprio Cristo o fizesse... Mas será que o Salvador entende assim o perdão? Será que este mesmo vocábulo tem a mesma função na grande oração cristã, o Pai Nosso?... Não sei , e nem pretendo discutir isso...
No Oriente, tal palavra não tem o mesmo sentido, ou nem é pronunciada em alguns países, mesmo porque não a veem da maneira como nós. Chega a ser piada o significado que damos a ela para os orientais.
Todos eles, orientais, são claros no que acreditam. Não há a relatividade em palavras, sentidos, apenas referências nas quais se baseiam e que, ainda com influência ocidental, tentam seguir. E conseguem.
O perdão, na visão deles, para ser mais claro, não existe. Se contássemos uma história do tipo “houve alguém um dia que perdoou outro porque é divino, ainda que esse outro tenha feito algo desumano”, seriamos taxados de cômicos. Quase isso...
Para eles, que vivem em contextos culturais totalmente diferentes dos nossos, que temos uma visão aquém a respeito de disciplina, ordem, lei, são mais rígidos quanto a palavras, a símbolos, a nomes, a leis, etc. Não são tão flexíveis culturalmente. E quando dizemos que a palavra perdão, exercitada por todos como um ingrediente a servir a santidade maior, é claro que aí é cultural, para eles soa como algo cômico, mas não é assim, é cultural...
A maioria esmagadora dos orientais acredita em deuses, em Buda, em seres mitológicos dos quais se explica a origem do universo – diferente dos demais (maioria) ocidentais que não vão muito com essa, como diríamos em nossa santa ignorância, ‘crendice’ de que o universo é governada por deuses, e sim por Deus, um ser que está lá em cima nos vigiando e aos nossos atos, fazendo justiças, o bem e nos delegando a verdade quando a Ele nos referimos... Mais uma vez, para os orientais, somos iniciantes no quesito religião...
Quando se fala em deuses, fala-se das potencialidades conhecidas e desconhecidas do Uno. Não é algo aleatório, sem história, pelo contrario... Todas as nações, até mesmo algumas ocidentais, como Peru, México, tinham essa filosofia em suas religiões.
Quando se fala em deuses, ao contrario do que trama os filmes americanos, não se fala em seres fortes ou mágicos, mas de naturezas as quais todos os iniciados tinham que internalizar – havia escolas gregas, romanas, egípcias para tanto... --; fala-se de energias desconhecidas que fulguram em algum lugar e ao mesmo tempo e todos os lugares, daí a necessidade de nomear.
A nomenclatura Júpiter, Saturno (deus das Águas), Hades, Ceres, Tlaloc (deus da Chuva!), Hitzloptzile (deus da Guerra), Marte (também da Guerra!), etc vem de uma necessidade de louvar ou mesmo direcionar-se àquela divindade a fim de que o homem pudesse tornar-se mais familiar a ela, a essa energia que o beneficiava na plantação, que o protegia na noite, que o religava ao bem, e que longe delas seria o mal...
Enfim, tudo seria Deus. Mesmo o próprio homem em sua mentalidade obscura, cheia de mistérios bons e maus, não só participaria, como também seria um pouco dessa potencialidade...
Estou me referindo àqueles atos quase santos, cujo poder é indescritível somente em pensar neles, e que, ao mesmo tempo, se torna infantil da nossa parte expressar dentro de determinados contextos o que não somos... Santos. A palavra soa, mas não quem a expressa, temos que pensar nisso.
Deixe-me simplificar... Atos bárbaros são acometidos por seres monstros que se dizem humanos, mas são sociopatas, desumanos (!), atos esses vistos e revistos todos os dias por nós, dentro de nossos limites internos, os quais, não se sabe, quanto tempo continuaremos em nossos limites – eu, particularmente, sinto-me a cada dia preso nas grades de meus limites, infelizmente, com a mente impregnada de desconfianças e horrores humanos, graças a esses que maltratam o dia a dia sem pudor.
Mesmo assim, há aqueles que perdoam (aqueles do segundo parágrafo, rs). Como seres de outro mundo, nascituros de planetas puros e simples, que se enveredam pelas “portas do céu...”, “que nasceram com asas embutidas no corpo”; há aqueles que, também, não havendo outra saída, perdoam.
Mas o que é o perdão? O que significa a essas pessoas que perdoam ainda que seus filhos, irmãos, pais, mães... são assassinados de forma brutal por seres cuja estrutura veio somente para destruir conceitos de amor, até mesmo de perdão? Seres que vieram para redefinir até o que é céu e o que é inferno – não há limites para tanto! Aí vai de cultura para cultura... A palavra perdão toma, assim, a abrangência que permitimos.
No Ocidente, temos vários livros que nos conduzem ao pensamento de que desculpar é humano, perdoar é divino... Livros que nos dizem que a parte nossa, a do perdão, deve ser exercitada, trabalhada a cada dia a fim de que sejamos mais cristãos, mais amigos, mais família... São os de autoajuda...
É certo que temos valores e um deles talvez seja aquele que esteja escondido dentro daquele cantinho da alma, na qual somente poucos têm acesso, mas não podemos nos enraizar em sentimentos para nos realizar pessoalmente... A palavra perdão tem denotações várias, nas quais a relatividade predomina. Ou seja, não é algo absoluto, como diria na Antiguidade. Algo criado pode não ter o efeito esperado ao que o universo espera.
Hoje, nessa cultura (a nossa Ocidental), fazemos o que quisemos com as palavras, com os seus sentidos, e nos elevamos (ou não), mas sempre nos baseando naquilo que achamos. A palavra perdão é assim. Apregoamos-nos em seu sentido cultural, não universal, e a transformamos em... Universal!
Muito usada no meio religioso, sabemos que muitos a esperam da voz do padre, do pastor, sei lá, como se o próprio Cristo o fizesse... Mas será que o Salvador entende assim o perdão? Será que este mesmo vocábulo tem a mesma função na grande oração cristã, o Pai Nosso?... Não sei , e nem pretendo discutir isso...
No Oriente, tal palavra não tem o mesmo sentido, ou nem é pronunciada em alguns países, mesmo porque não a veem da maneira como nós. Chega a ser piada o significado que damos a ela para os orientais.
Todos eles, orientais, são claros no que acreditam. Não há a relatividade em palavras, sentidos, apenas referências nas quais se baseiam e que, ainda com influência ocidental, tentam seguir. E conseguem.
O perdão, na visão deles, para ser mais claro, não existe. Se contássemos uma história do tipo “houve alguém um dia que perdoou outro porque é divino, ainda que esse outro tenha feito algo desumano”, seriamos taxados de cômicos. Quase isso...
Para eles, que vivem em contextos culturais totalmente diferentes dos nossos, que temos uma visão aquém a respeito de disciplina, ordem, lei, são mais rígidos quanto a palavras, a símbolos, a nomes, a leis, etc. Não são tão flexíveis culturalmente. E quando dizemos que a palavra perdão, exercitada por todos como um ingrediente a servir a santidade maior, é claro que aí é cultural, para eles soa como algo cômico, mas não é assim, é cultural...
A maioria esmagadora dos orientais acredita em deuses, em Buda, em seres mitológicos dos quais se explica a origem do universo – diferente dos demais (maioria) ocidentais que não vão muito com essa, como diríamos em nossa santa ignorância, ‘crendice’ de que o universo é governada por deuses, e sim por Deus, um ser que está lá em cima nos vigiando e aos nossos atos, fazendo justiças, o bem e nos delegando a verdade quando a Ele nos referimos... Mais uma vez, para os orientais, somos iniciantes no quesito religião...
Quando se fala em deuses, fala-se das potencialidades conhecidas e desconhecidas do Uno. Não é algo aleatório, sem história, pelo contrario... Todas as nações, até mesmo algumas ocidentais, como Peru, México, tinham essa filosofia em suas religiões.
Quando se fala em deuses, ao contrario do que trama os filmes americanos, não se fala em seres fortes ou mágicos, mas de naturezas as quais todos os iniciados tinham que internalizar – havia escolas gregas, romanas, egípcias para tanto... --; fala-se de energias desconhecidas que fulguram em algum lugar e ao mesmo tempo e todos os lugares, daí a necessidade de nomear.
A nomenclatura Júpiter, Saturno (deus das Águas), Hades, Ceres, Tlaloc (deus da Chuva!), Hitzloptzile (deus da Guerra), Marte (também da Guerra!), etc vem de uma necessidade de louvar ou mesmo direcionar-se àquela divindade a fim de que o homem pudesse tornar-se mais familiar a ela, a essa energia que o beneficiava na plantação, que o protegia na noite, que o religava ao bem, e que longe delas seria o mal...
Enfim, tudo seria Deus. Mesmo o próprio homem em sua mentalidade obscura, cheia de mistérios bons e maus, não só participaria, como também seria um pouco dessa potencialidade...
(volto no próximo texto, perdão rs)
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