sexta-feira, 25 de março de 2011

A Sombra de um Espírito Guerreiro - II

Assim como uma flauta que soa fina ao se confundir com o canto do vento, como um canto alegre de um pássaro na manhã gelada de outono, assim como a luz que permeia discreta nas nuvens, após sua persistência; assim como uma lágrima que cai após uma breve paz no coração... Assim deveríamos ser.


O segredo japonês pode estar nas doutrinas que adota, desde sempre; mas a sua natureza contínua em batalhar nos campos de sua história, que volta e meia nos traz a reverência, a disciplina, a honra como meios de sobrevivência, ainda que mortos de fome ou mesmo totalmente desestruturados, nos dá uma outra forma de reflexão.

Quem já teve a oportunidade de ler sobre os samurais sabe que eram seres extraordinários, cuja forma de viver era tão disciplinada que nos pareciam seres de outro mundo, ainda que fossem seres humanos. A guerra para o samurai era sagrada. E quem já teve a oportunidade de ler acerca das guerras civis japonesas sabe que não eram guerras genocidas, e sim guerras nas quais generais tinham a visão simbólica da natureza e que só atacavam o inimigo quando a natureza o assim o pedia.

Enfim, o comportamento japonês de viver em função de algo mais profundo pode vir, além de sua filosofia nas guerras, mas também da junção do seu passado, nas ilhas dos Mares do Sul ou mesmo na Ásia Oriental. Há quem diga que vieram dos atlantes, uma forma de vida que dominou os continentes dez mil anos antes do dilúvio – este em razão do poder destes moradores da Atlântida, que não souberam lidar com tanto poder sobre a terra, que deslocaram o eixo da terra em seis graus, causando o afundamento dos continentes. Os Atlantes, segundo especialistas, tinham, antes de serem os destruidores daquele mundo, as mesmas características dos orientais de hoje.

E hoje, milhares de anos de depois, ainda com comportamentos capitalistas-modernos, meio racistas, meio xenófobos até, neles sobrevoa um pouco daquela virtude do grande samurai, se observa a paz de um Buda, a força filosófica de um Confúcio, a organização de um guerreiro que lê na natureza seu futuro, a grandiosidade de um atlante, e a dedicação a seus pares como forma de ideal.

E nessa prospecção em buscar o porquê de sua sabedoria, nos sentimos crianças frente ao japonês, que, místico por natureza, obedece, de alguma forma, a uma tradição universal...

Mas o mistério continua...


(Continua no próximo texto)

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