terça-feira, 1 de março de 2011

Na casa da Mamãe (fim)


Minha família tem muitas histórias interessantes, mas prefiro falar da saudade que sinto de todos – e poderia, nesse mesmo blog, me referir a todos mesmo – sobrinhos, cunhados, sobrinhos-netos, etc – os quais são pedras preciosas não só para a minha mãe, mas para mim também. Principalmente daqueles que viraram membros efetivos nas “reuniões” loucas que damos em datas comemorativas – falo do Beleza (quase irmão), Marcelo e Carlos, grandes caras!

Mas o núcleo, aquele formado pelos grandes e pequenos, é essencial para que uma grande família se desenvolva e se transforme no que é hoje. Dependendo da aceitação, haverá outros que se tornarão membros graças a estes, que considero a nata, todos os guerreiros e guerreiras do R e do J.

Rosângela, por exemplo, pelo seu ar sério, nos faz parecer que não gosta nem de água gelada para não doer os dentes, mas é carisma puro, é dança, é voz (trovão!), é dedicada e possui muita fé em Deus, assim como nossa genitora, Josefa. Nas festas, precisamos puxá-la para dançar, senão... Mas gosta de um bom vinho, de uma boa conversa e se derrete pelos homens banguelos de sua juventude... Pô, mas já tem um!

Rejane, nossa querida Bia, já dançou muito, mas no passado. Hoje, em razão de seus pequenos problemas de ordem psíquica, apenas observa a todos assim como uma grande “Xavier” dos x-men. Às vezes tenta interferir quando a bagunça ultrapassa a linha natural, ou melhor, quando ela acha que passou da linha.

Rosemary, a querida Meire, beque, meirinha..., senta-se ao lado dos grandes sábios da festa, como de sua mãe, e de sua irmã mais velha, e se destaca pelo seu sorriso, que, outrora, se infiltrou em corações da mais alta corte. Acho que ela tem um pouco de culpa do meu jeito de ser alegre. Antes, dançava e nos envolvia em seus passos, -- mesmo grávida – e muitas meninas sentiam inveja dela, porque os boys da hora dançavam junto. Hoje, é mais dedicada a sua família e, vamos dizer..., ao sacerdócio. Mas isso não a faz distante de nós, pelo contrário.

Ruth, apesar de gostar mais de pagodes e de seus cantores cheios da ginga, de vez em quando dança a música dos anos setenta, mas não por muito tempo...Quando nela bate o termômetro de que ficou dois minutos sem ouvir as lamúrias dos sambistas, a "briga" pela troca da música se inicia, rs! E, é claro, tenho que admitir, temos que ser democráticos, ainda que tal sistema de escolha seja sempre o pior, rs! – não sou eu quem diz, olha os governos aí!

Rose, enfermeira de plantão, está sempre disposta a dançar, beber, comer, falar, tudo que a festa-bangunça oferece. Sem ela, não há festa, não há casa, não há bagunça. É como uma missa sem o padre, o coral sem o regente, a orquestra sem o maestro. Rose se destaca pelo gingado que leva a vida; levou muitos negões ao suicídio (rs), e hoje está quase se aposentando, graças ao casamento... Será?

Eu, Reginaldo, Regis, Reginho, Dollar, lindão, Regisobelo, Nado... etc, apenas tento ser o que não sou, um ser belo por natureza, levando a vida nas letras, cheias de sentimentos e saudades dos encontros, da paz que nos traziam, do amor a que busco tanto, mas sempre me desemboco no oceano maldito dos metidos, dos falsos, dos grosseiros, os quais tentam me nortear tirando minha alegria de vez em quando, mas... O que somos nós, senão isso aí? Não é mesmo? Na relaidade, sou muito mais feliz do que devia. Estou no céu!

E a festa começa, bagunça à parte, todos sorriem, fofocam, criam casos, correm atrás de seus filhos, de seus netos, fazem pouco da cara do outro, do que o outro diz, e assim por diante. A irmandade está feita.

Depois de muita conversa repetida, muito vinho repetido, e cerveja idem... Aí vem mais conversa repetida, vinho repetido e cerveja idem! Kkkk! E vamos até a hora em que dona Zefa começa a fechar as portas em sinal de cansaço; mas somos resistentes!

Alguns dormem no lugar da cervejada, mais alguns vão para o colchão (aquele que já está cansado de sair do depósito só pra servir de chão a folgado); os corajosos vão pra casa – seja no Guará, Samambaia ou mesmo Valparaiso – e se aventuram sonâmbulos no meio do caminho.

No passado, havia aqueles que dormiam na cadeira de tanto beber; havia aqueles que se despediam da festa às seis da tarde, e só iam embora às duas da manhã. Mas é passado...

Hoje nos reunimos protocolarmente no dias das mães, ou mesmo no dia sete de setembro, para parabenizar (e festejar) a dona da casa, que nos leva ao céu com sua dedicação aos filhos, sempre, sempre teimosa em trabalhar com afinco mais que suas filhas na preparação de tudo, o que a faz mais jovem em certo ponto. Todavia não podemos abusar de qualquer que seja a juventude, muito menos dela.
Na verdade, não podemos abusar desse paraiso que se chama familia, pois somos seres que despreendem das leis facilmente, e em uma casa há leis que devem ser respeitadas, todas elas baseadas em principios, sejam cristãos, políticos, sociais, etc, mas que tragam sempre a união, a paz e a verdadeira confraternização a que estamos acostumados lá no fundo de nossas almas.
Temos que reservar nossos sonhos de união e realizá-los em familia, com todos unidos.
Que venha a próxima festa!



A Todos Irmãos.

Um comentário:

  1. Ai RegisBama,

    eu entendo bem do que você fala... Minha família também é grande, goiana, barulhenta e tem muitos "agregados" que já passaram a ser irmãos, tios e primos...

    As festas eram sempre uma bagunça gostosa, uma delícia. Mas a matriarca se foi, e com ela, essa reunião integral.

    Agora estamos tentando renascer das cinzas e tocar as celebrações para frente. Serão menores, mas espero que mantenham a alegria genuína de outros tempos.

    Gostosura de texto!

    Beijos,

    Lulupisces (lulupisces.blogspot.com)

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....