... E digladiamos com a sombra, com o mundo, com o universo! E não acreditamos em saídas estratégicas baseadas em premissas sejam elas quais forem, pois somos teimosos e queremos soluções imediatas – pra ontem!
E não conseguimos acreditar no homem, no mundo e nos desfazemos dos princípios que nos regem – aqueles que um dia foram de nossos pais, depois o próprio mundo e logo após Deus, o todo. Saímos em nome do nada em busca do menos ainda, sem caminhos, presos a uma solidão “carceriana”, a qual nos faz ficar mudos, sem que possamos amar pelos menos.
A luta continua lá dentro de nós. E transbordamos de ódio graças ao nosso egoísmo, à nossa falta de compreensão mútua ou mesmo individual, sim, pois precisamos, acima de tudo, tentar entender o que somos e o que queremos dentro dessa esfera maldita chamada interesse humano...
E o meu interesse, agora, seria entender a mim mesmo, quebrando preconceitos, discriminações, e ter um pouco do céu grego pelo menos um pouco, ou menos do que isso, uma fração de segundos, nos quais pudesse ver a vida sem medo, e com o desejo de ser o que posso ser, sem medo de ser, mas não posso, pois todo homem é um leão criado por hienas, e estas a cada dia retiram o alimento, a fé e a possibilidade de cada um ser o que deve ser.
E voltamos a correr do que não somos, como coelhos para a toca, como abelhas de volta ao mel, como um homem de volta a sua própria casa. Porém, ainda que nos vestimos do que não somos e nos enraizamos com tais vestes frias e às vezes racionais, ao ponto de nos fazer acreditar que somos o que não somos, percebemos, lá no fundo, que existem meios de nos conhecer e dizer “esse sou eu!”, mas levaria uma eternidade! E é disso que precisamos, de uma eternidade, não de soluções imediatas...
A eternidade nos faz refletir, viver e aprender acerca do que posso ser, ou mesmo daquilo que seria, ao passo do que eu sou. Ela, a irmã de todo ser vivo, traduz a esperança em olhos do tamanho do sol, em mãos do tamanho da terra, em vidas do tamanho do espaço... Não há porque temer o mal, ou o medo de se apegar a ele, pois há elementos tão passageiros, que só precisamos dar um tempo, respirar fundo, levantar a cabeça, sorrir e prosseguir em nome de algo que nos revelará nossa identidade, a qualquer tempo.
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