segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Papel de Parede (I)




Eu sempre me pergunto, por que somos tão complexos, tão sólidos em nossas confusões, que nos tornamos únicos da espécie em ser assim. Eu ainda me questiono acerca do mundo. Será que estamos realmente em algum ciclo histórico no qual a civilização humana passa (e deve passar) por dificuldades a ela inerentes, simplesmente por necessidade, ou por que somos humanos? Se fossemos animais, como nos contos de fadas ou mesmo nos contos modernos, como na "Revolução dos Bichos", de Wells, talvez seriamos melhores?

Nossa quanta pergunta! Mas na realidade somos o que somos e temos que passar por dificuldades a nós inerentes, senão não seriamos humanos. Os animais o sentem, mas em seu nível, as plantas, as pedras, idem, e nós, que nos sentimos superiores em tudo, temos as nossas dificuldades, até mesmo em sentir dificuldades.

Mas para onde iremos com tantas dificuldades? Pergunto. Não sei, respondo. A todo o momento, somos sujeitos, predicados, objetos e até mesmo complementos nominais (e assim por diante) a problemas de espécies distintas, e quando eu me refiro a humanos e distintas, é por que me faltam palavras, pois a cada dia (minto), a cada minuto (não...) a cada segundo, nos aparecem problemas cujas palavras não tem nem mesmo semântica para explicar!

Mas as palavras, pelo menos elas, fazem seu trabalho. Nós, perdidos, como uma mera citação em latim, em meio a um dicionário largado em um armário frio, não significamos tanto, ou sequer fazemos nosso trabalho direito. As provas são cabais, e não param de chegar. Infelizmente somos assim...

Há casos raros de quem consegue um embate sem sair-se ferido de qualquer que seja o tamanho do problema. No entanto, não são os problemas em si que nos trazem dor, nem mesmo o tamanho dele, e sim a maneira como lidamos com ele, ou mesmo com as adversidades.

Sábio

Isso é revelado pelos mais simples que conseguem sair de bueiros psicológicos ou mesmo físicos; além do que há uma grande filosofia desde os tempos clássicos que nos diz que o homem terá sempre problemas, dentro dos quais ele vai crescer, desenvolver, ficar forte, amadurecer, evoluir... E quem sabe se tornar um sábio.

Os sábios, todavia – aqueles que se elevam ao espírito acima das montanhas – não precisam passar por reais problemas que atingem a humanidade, pois, dentro de seu conhecimento humano e universal, sabem que a vida do homem nada mais é que um emaranhado de teias, dentro das quais o próprio homem, responsável pelas teias, se envolve, se embaraça, tropeça e cai eternamente...

Então, não tem por que o sábio se envolver se possui tal conhecimento a priori. O sábio lê nos ventos, nas brisas, nos tufões, nas chuvas; o sábio sorri diante do vulcão em erupção, e ao mesmo tempo sabe que tal vulcão existe em níveis distintos: dentro e fora de nós.

A natureza, segundo o sábio, é um todo que pode ser “usado” em prol de nossa evolução. A natureza é um ser, assim como nós, que pulsa, que corre, que age, ama e ao mesmo tempo evolui... E, com esse paradigma, o sábio se perpetua em conhecimentos nos quais estão ali a essência de tudo – principalmente a humana.

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....