... Acho que tenho meu livre arbítrio para direcionar-me ao mesmo assunto, se não se importam. É porque me vem sempre um ar bom nas manhãs, aquelas dotadas de um sol convidativo, reflexivo e por que não falar vaidoso? Sim, um sol que se revela assim graças ao seu esplendor natural, tal qual um grande deus egípcio a espera de uma reverência – e nós temos que fazê-lo, sorrindo, fechando os olhos em sua direção, tal quais os grandes faraós o faziam ao acordar... Por que não?
Até mesmo os grandes tinham seus bons momentos. Na verdade, eram grandes porque sabiam lidar com a vida, serem justos, verdadeiros e bons ao seu povo, o que equivalia, para eles, serem universais, ao contrário dos relativos governantes que tomam relativas decisões aleatórias em nome próprio...
Seus momentos de agradecimento eram trabalho, dedicação e amor, tudo em função do sagrado, de Deus, seja ele mítico ou não, era aquele para o qual os grandes homens oravam, sem pedir, implorar, reivindicar... Apenas olhar em direção ao mistério (Sol) e agradecer pela vida, pela terra, pela água, e pelo fogo, dentro de cada um, que jamais poderia ser instinto... Que momento maravilhoso este!
Contudo, o fogo fora instinto. O homem atual jogou água nesse fogo belo cuja chama nos levava a compreender Deus e sua universalidade, ainda que houvesse o mau caratismo humano, que, às vezes, colocava em dúvida o porquê da existência humana. Não, isso não era o inicio do Cristianismo, que, por meio de ideias opostas, nos fez aparecer o Bem e o Mal como forças antagônicas, e eternas, lutarem, segundo eles, desde o inicio dos tempos. Era na realidade, para os grandes homens, tais forças, tão naturais quanto o nascimento e morte de qualquer espécie...
A compreensão do homem em relação ao universo, como deram para perceber, era tão necessária para o bom convívio quanto à alimentação e moradia, pois tais que adotavam essa filosofia abraçavam nações – que se subdividiam em clãs, tribos, etc – de maneira que todos, com sua própria religião e deuses, eram harmônicos...
E a harmonia, na natureza, era o espelho dos grandes homens, que viam nas espécies naturais – leia-se: todos os elementos claros, ocultos, abstratos ou não, revelados, não velados... – a grande ligação, ou seja, tudo que era do seu conhecimento ou não tinha, em si, uma harmonia com o outro, como uma grande Teia, e dela o homem fazia parte, e sem um minúsculo ponto dessa Teia, o conceito de sagrado não existia...
E os bons momentos tinham que ser inspirados nesse conceito, nesse mundo. Ter o olhar fixo, referenciado ao infinito, todas as vezes que para ele olhamos, não como um ser separado da Teia, mas sim, com um ponto essencial que pode prosseguir em nome de tudo, com toda nossa consciência humana.
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