sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Cobras sem cabeças



Há pouco tempo, tivemos nos noticiários do Brasil e do mundo uma noticia que nos assombrou muito. A história dos universitários da USP que invadiram o interior desta com a finalidade de protestar contra três estudantes que haviam sido pegos e levados pela policia, pelo fato de estarem fumando maconha no estacionamento da universidade... Isso depois de a policia ter sido convocada, há muito, pela diretoria para protegê-los de assaltos, os quais já estavam em evidência.

Mas isso não foi relevante aos caros jovens, que, sem o mínimo pudor, quebraram, invadiram, e se fincaram nas salas de aula como se fossem suas próprias casas. E depois de se instalarem no local, tentaram negociar com o governo a soltura dos outros que tinham sido presos.

Dias se passaram, e a Justiça decretou a falta de bom senso daqueles que um dia serão o futuro do Brasil. Com medo de represália dos “pimpolhos”, a policia, a pedido do Estado, retirou-os de madrugada, sem que houvesse mais quebras e violações de patrimônio, o que surpreendeu muito o governo, pois os estudantes já tinham feito muito estrago...

Mas não estou aqui para falar dos estragos, falar dos policiais, falar de suas ações, mas, em especifico, da grande ideologia perdida em salas de aula que um dia fizeram a diferença, não somente em campus universitários, mas em lugares nos quais nem mesmo o exército ousava que estivessem: na rua.

Foi na rua, nas esquinas, nos porões de suas casas, que nasceu o sentimento de liberdade contra os regimes opressores, e dali, com mentes ávidas e quentes a enfrentar os cassetetes, as armas, e o lado frio de outro porão (o da ditadura!), estudantes do Brasil e do mundo conseguiram, aos poucos, com organizações disciplinadas, o que hoje chamam de liberdade de expressão, de imprensa, etc.

A chama em desafiar autoridades esfriou nesses mais de trinta anos. O que se faz hoje não é desafiar, mas mostrar-se infantil em relação ao que se quer. Ou seja, não se sabe o que se quer...

Depois de anos de ditaduras, até mesmo na queda por impeachment de um presidente corrupto, vimos o quão necessário é um corpo estudantil consciente de seus atos, na mudança comportamental de um país. E isso ocorreu, não só aqui, mas, principalmente, em repúblicas vizinhas, na America do Sul, como a do Chile, Argentina, as quais se mostram, depois de anos, mais conscientes do que a nossa.

A do Chile, por exemplo, ainda que seja a mais desenvolvida em termos educacionais, percebe-se que estudantes daquele país não se conformam com o pouco que têm... Fazem passeatas, piquetes, vão à luta e, antes de declinar-se, conseguem melhorar, ainda mais, o quadro educacional daquele país. Era o que esperávamos dos estudantes da USP, da UnB, da FUVEST e de outras que racionalizam suas ideologias estudantis e se conformam com o que têm.

A própria UnB, Universidade de Brasília, foi modelo no passado, entre muitas do Brasil, de resistência ao exército, que, às vezes sem delongas, “despachava” ali mesmo, na universidade, o manifestante-aluno para o céu. Hoje, a mesma universidade, com papel político, preocupa-se com uma democracia em frangalhos, a qual elege corruptos a cada quatro anos.

Ou seja, não há mais pelo que lutar, nos parece. Se nosso melhor foco, hoje, é nos preocupar em fumar maconha em estacionamentos, em ir para a sala de aula com vestidos justos e sensuais, em andar de sandálias em salas de aula, em cogitar saídas para baladas nas quais ninguém sabe se se vive para contar noutro dia... Podemos esquecer o futuro de um país cujo núcleo, os estudantes, é tão estragado quanto ovo podre.




Um comentário:

  1. O que eu posso dizer se o obvio foi dito neste texto. Outro dia ouvi uma repórter opinar neste caso e ela citou causas passadas de estudantes que lutaram pela democracia, mas uma democracia que os direitos não fossem tão ridículos assim, mas sim pela liberdade e não viver sobre uma ditadura. E sinceramente eles perderam a noção do que e direitos iguais, maconha, e pelo o que eles querem lutar algo que e prejudicial a saúde, algo que queima neurônios, que são fundamentais pra quem estuda. Destruindo um patrimônio que foi feito para nos estudantes que temos que nos especializar de forma que venhamos mudar pra melhor o ambiente em que vivemos. Mas isso não e característica de estudantes sim de vândalos ignorantes que, não sabem o significado do sacrifício que estudantes lutaram ate a morte pelos direitos que temos hoje. Eles tem que ler mais, estudar mais e entender o significado de democracia coisas que eles perderam o fio da miada. ( Se estrague sozinho e não perturbe a paz) só porque estão numa universidade não significa que podem fazer o que quiserem! éo que acho e o que eu digo.

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....