O sol, ao nascer, se prepara para fazer o bem a todos, independente de quem quer que seja; não pergunta, não questiona acerca de quem é ou não um bom ser humano, e ilumina a todos – inclusive os animais, os vegetais e seres que se escondem em meio a florestas desconhecidas pelo homem.
A mãe, antes de dormir, faz suas orações. Nela, cita todo o seu rebanho, e pede ao Criador para protegê-lo; sonha com a felicidade das crias, um por um... Ao acordar, espera que todos, naquele dia, estejam bem, e faz mais uma oração para exaltar a Deus e ressaltar os seus pedidos.
O sol, pela manhã, sorri com seus belos raios e nos deixa confiantes de que haverá um dia melhor, no qual podemos caminhar em favor de nossos deveres e obrigações; o sol, tão belo e disciplinado, esconde-se no Ocidente e se levanta no Oriente ainda mais firme, de modo que outras nações possam vê-lo e respeitá-lo.
A mãe, durante o dia, ilumina a todos com a sua presença, ainda que esteja zangada, com nervos à flor da pele. Não sabe, no entanto, que sua presença fortalece a todos, e nos faz mais homens e mulheres para enfrentar o dia. Não sabe, ainda, que suas palavras, tão fortes quanto os raios do sol da tarde, nos fazem efeito, e ficamos como seres pensantes, sentados à beira da esquina – pois fizemos algo de errado, fora de suas leis.
O sol, como um grande Deus, se inclina com decência, ética, moral, paz, justiça, bondade e amor, na realização de seu oficio: ser sol. E a mãe, tão pura em sua proteção, resguarda o filho em situações extremas, tal qual lobas a proteger seus filhotes, desrespeitando às vezes, de forma ética, as leis da vida.
Os Filhos
Iluminados pelo grande sol, não olham ou mesmo agradecem pelo dia que vem nem mesmo pelo dia que vai. Correm enlouquecidos pelos caminhos sagrados semelhantes a formigas cabeçudas a carregar suas folhas para dentro de suas tocas. Batem cabeças, choram, pedem à mãe conselhos, choram pela vida que não possuem, não agradecem sua genitora, e, às vezes, a entristecem.
Os filhos, milhões deles, querem pular do ninho sozinhos, sem saber para onde vão. Não esperam conselhos, não sabem o que é perdão. Esquecem-se dos deuses dos pais, fogem como matilha e voltam para os braços da grande mãe pedindo amor.
Quando adoecem os pais adoecem, cuidam de seus interesses, e se esquecem do grande sol que foi a mãe (que foi o pai). Esquecem-se do dia em que fora pego no colo e acordou várias vezes a pedir leite, e a grande mãe, na calada na noite, enquanto a grande maioria dormia, claudicou, mas deu-lhe o que sempre queria.
Nós, filhos, que ainda não sabemos o que somos, talvez um emaranhado de carne e ossos ignorantes que perambulam em busca do nada, passamos por diversas experiências, colhemos frutos, pescamos pequenos peixes, mas nunca sabemos direito para que ou por que passamos.
E nesse intervalo sofre aquela que um dia se encontrou e jurou a Deus que por nós tudo faria. Até o último suspiro.
Que o sol ilumine a todas as mães.
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