quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Hoje, queria falar de Alguém... Posso?


Rosas vermelhas: favoritas

Alguém que me amou tanto quanto qualquer pessoa no mundo possa me amar, ou se atreva a me amar.

Falar de alguém que viveu em nome de Deus tão coerentemente, que nascia nas pessoas – fossem elas as mais simples e racionais – um porquê, um mistério, e por fim um milagre.
Falar desse alguém é muito fácil e de difícil conclusão. É falar da terra, da chuva, dos frutos, de seu crescimento, amadurecimento... É falar de sonhos, desses dos quais falamos por horas e horas e não conseguimos terminar, porque é tão assombrosamente belo, que nos faltam palavras, alma e espírito...

Queria falar, mas não consigo. Titubear, sentir, refletir, porém, ao tocar minha mente em uma saudade crescente, choro. Não lágrimas de tristeza, de dor, e sim de amor, de vida e paz. Principalmente de paz.

E ela, essa pessoa, conhecia bem  um tipo de paz que só sua feição conhecia: a paz que conseguia com garras, com guerras, conflitos... E depois vinha o pôr do sol, as primeiras luzes da manhã, o trabalho da tarde, o sorriso da noite, e dormir da alvorada.

Não sei o que dizer desse ser humano que amei tanto, e que possivelmente vou amar sempre que me lembrar dele, ou seja, sempre.

Agora, nessa hora tão amarga, pela falta dantesca que nos faz, nos direcionamos graças à sua sombra que nos deixou nos cantos da casa, das ruas, dos campos, da Vila, do mundo... Do nosso mundo uma sombra que será o nosso norte, será o nosso sol, nosso alimento, nosso cobertor, nossos referenciais onde quer que nos encontremos...

Enfim, dessa pessoa que sobe ao céu sorridente, graças ao ideal que plantou, teria eu que falar, escrever, viver, amar, pelo resto dos meus dias, em agradecimento a tudo que nos fez e deixou, mas hoje, aqui, agora, com meu coração saudoso, peço apenas a Deus que nos dê a paz que ela, nossa divina mãe, nos deixou.




Mãe, com certeza, a senhora ainda será tudo para nós.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

O Céu e o Inferno de Todos Nós.

Um dia, um mestre samurai estava sentado em seu tatame, quando que, de repente, aparece um dos seus discípulos. Vendo seu mestre a meditar, o rapaz de estatura média, com uma roupa preta, faixa roxa, embainhando uma espada na cintura, sentou-se ao lado do sábio, e perguntou-lhe “mestre, muitos se perguntam, o que é o céu, o que é o inferno?, e sempre me causam uma grande confusão na cabeça com as respostas que aparecem... Assim, eu queria tirar essa dúvida que me fascina. Mestre, o que é o céu e o inferno?”.

Ainda sentado, sem que fosse acometido com qualquer coisa, o mestre ficou passivo. E repetindo a pergunta, o discípulo, achando que o mestre estivesse um tanto quanto velho para ouvir, repetiu pelo menos umas duas vezes... E vendo que o mestre, depois de tantas vezes ouvindo e não respondendo, ainda soltava um leve sorriso com seus olhos semicerrados, levantou, pôs as mãos na espada, e disse “o senhor está me ouvindo! E mais, não responde!” – e quando o pequeno homem enraivecido iria tirar sua espada da bainha, o senhor lhe disse, “isso é o inferno, meu filho”. Impressionado, o discípulo retirou suas mãos da cintura, sentou-se, e declinou a cabeça... “Isso é o céu”, disse o velho sábio.


A Razão do Pensamento Dual


Não há porque subjugar a todos pelos erros de conceitos advindos dessa esfera, desse âmbito, ou seja, não podemos criticar qualquer que seja o individuo que não tenha uma base cultural, intelectual, formada acerca do exposto. Mesmo porque, além de humanos, somos todos buscadores, em algum nível, de respostas, ainda que sejam as mesmas, das mesmas pessoas, das mesmas fontes.

Contudo, é de praxe que nos voltemos a nós mesmos, no sentido de responder a muitas outras perguntas, e de tentar entender o porquê da vida, desse manancial que nos acorda, nos levanta, e nos faz acreditar que somos homens e mulheres que valham à pena estarmos vivos, na busca concreta e espiritual de nossos objetivos. E mais, em cada átomo, partícula que se vai, em outro nível, o somos também, pois a diversidade é maior que o uno, e uma partícula pensante é melhor do que milhões de outras que se infiltram nos raios do sol sem mesmo entender o porquê...

Mas não somos assim... |Somos questionadores!| Pois sabemos que os mistérios que rondam nossa breve alma são tão impressionantes que nos apegamos a um Deus, a uma forma maior que nós próprios, pois não sabemos as respostas internas – que são milhões – que tanto fazemos... E então, nos surgem perguntas do tipo: “Pra onde vamos quando morremos? Para o céu ou para o Inferno?”...

... No fundo sabemos que precisamos de um Céu, e que nossas más ações precisam ser depositadas em um caldeirão, por uma entidade não muito simpática. Se nossas ações simpáticas são vistas pelo grande e divino Deus, as nossas más, pelo infernal Diadorin, Capeta, Anjo Mal, etc... Porque somos justos, isso é uma condição inata – nasce conosco, morre conosco, mas passamos por trivialidades temporais as quais se tornam meios necessários para se conhecer o belo da vida – estou me referindo à injustiça. Sem ela, e sem os males que nos conduzem às estradas do bem e do mal, somos apenas ambulantes cegos, a cair em abismos, tão profundos quanto o próprio espaço.

E aí, em meio a uma filosofia de destruição, a obrigação do homem nada mais é que viver em função de seus interesses, de seus objetivos falhos, do poder e do autoritarismo, com exceção de poucos, os quais se elevam com finalidades brilhantes, nada além-humano; todavia, com a decadência dos valores que um dia permearam o mundo, ainda em frangalhos, os poucos que nos norteiam adotam princípios atemporais, advindos do universo, do sagrado, e daqueles que sempre resguardaram os mistérios de Deus, tais quais tesouros sem mapa.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Lost



Natura fêmea


Queria mergulhar em teu corpo,
Como um peixe que há muito não via
Aquele oceano que, um dia,
Trouxe-me à praia uma breve alegria...

Queria...
tuas partes sedento,
E correr mares a céu aberto,
Chorar teu nome simplesmente
Sentir teu perfume bem de perto..

Nada mais eu queria
A não ser teu beijo certo,
Comer tua presença insana,
Sumir com peito aberto...

Quero gritar feito insano
Clamar em meio a tuas relvas,
Ser teu homem e ser teu amo,
E no percorrer dos anos,

Morar em teus olhos, em tua selva.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Curvas do Tempo


Perdoe-me pelo poema, caros leitores.

Em curvas linhas de teu corpo,
Em fios de cabelos curtos como um sopro,
Em traços belos dos teus lábios,
Em luas vigentes de teus olhos,

Em frios dedos de teus pés,
Em meras artes de tuas unhas pintadas,
Em brancos sois de teu sorriso tímido,
Em folhas secas de tua alma presa,

Em curtas palavras de amor,
Em práticas e físicas do teu nexo,
A se encontrar quente,
Não meramente aparente com
Meu sexo...

Transborda nua à mercê do vento,
Que corre paredes geladas,
Ao passo aladas,
Como sonhos sem tempo.

Oh dia que me fugira das mãos,
Iludiu-me sorrateiro,
Dizia-se verdadeiro,
feito brazas em vulcão.

Transcendeu-me, depois, o murmúrio calado,
Do homem que te ama,
Que esperou urgentemente e tão somente
Ser amado...
Como um cavalheiro e tua dama.



Reginaldo França


A Beleza da Utopia



A beleza em cada sorriso... Como não acreditar?

Sabe... Eu sempre acredito na grande mãe esperança, como um grande filho que nascera do seu útero. Sim, eu acredito em tudo que não acreditam, pois sou um sonhador. Um exemplo disso é que acredito que nossos olhares estarão, um dia, voltados a uma educação na qual indivíduos possam compartilhar o que há na cultura de seu país, e noutras culturas, amando-a e preservando-a, sem que seja (ou haja) um ato elitista, governamental, capitalista como hoje...

Acredito nos homens que amam a ciência, os quais se aprofundam em nome da humanidade, em busca de curas de doença degenerativas. Acredito na forma humana que como tratam os seres a sua volta; e mais, não me deixo levar pelas aparências daqueles vis e pseudomédicos que maltratam, destratam, e desmancham o caráter humano dentro de evidências nas quais ficamos tristes apenas em escutá-las...

Acredito em governos. Nas suas pretensões; na luta eterna em deixar seus povos mais felizes, ainda que não pareça, pois, ainda que transpareçam evidências em noticiários nos quais prefeitos, governadores, vereadores... presidentes são presos por lesionar patrimônios, erários, além de outras ilegalidades... Sou obrigado a acreditar que há outros cujo caráter justo predomina acima daqueles.

Acredito nas forças de segurança, em sua capacidade de luta, de sua vocação para lidar com o mal que nos torna inseguros ao sairmos de casa, da escola, faculdade, e que às vezes nos impede, até mesmo, de ir a um cinema.. Acredito que saibam identificar o mocinho do bandido, o bom do mau, e que seus corações são realmente banhados de coragem e de amor à profissão.

E quanto às crianças ligadas ao tráfico, não me deixo iludir com o mundo que me diz que não há futuro para elas, não, não me deixo. Sei o quanto há jovens que amam a vida, e sabem distinguir, pela grande educação que recebem, o certo do errado. E que, mais uma vez, devemos investir nesses jovens – que são a maioria – e levá-los a acreditar em seus ideais, aos quais obedecem regras, advindas de leis produzidas por homens de bem.

E quando vejo leis criadas para a proteção da mulher, sinto que o cavalheirismo coletivo pode retornar, semelhante à outrora, o que nos ressalta ainda mais a esperança de que há homens reais que estão por trás de tudo. Sei o quanto senhoras sofreram no passado, mas também sei que sorriem muito mais hoje que ontem, que confiam mais no sexo oposto, que se casam com amor, e que o número de separações diminuiu graças ao verdadeiro amor que fora semeado em suas vidas.

Acredito na recuperação dos presidiários, desses homens que são presos por inúmeros crimes. Acredito que todos eles podem vir a serem homens de bem, e que a sociedade pode dar-lhes crédito, e por sua vez vida digna, emprego, família, sem a qual não há recuperação. Neles eu acredito, pois ficaria fácil acreditar apenas nos bons, assim como apenas acreditar em mim, em meus projetos, desenvolvendo apenas expectativas egoístas!

Acredito na paz mundial ainda que haja forças desiguais, tão dessemelhantes, que nos passa pela mente que o mal vencerá – ou já venceu. Discordo. Há organizações não governamentais (e muitas outras) com intuitos humanos, não capitalistas, em auxiliar outras e mais outras instituições, das quais saem mais seres dispostos a viver e ajudar uns aos outros.

Devo e posso acreditar, ainda, nos países que invadem regimes ditadores com a finalidade de deixar a humanidade mais segura, e ao mesmo tempo mais voltada aos seus filhos, semente de uma grande árvore da qual podemos um dia retirar todo e qualquer alimento, conhecimento e sabedoria.

Não acredito no terrorismo – pois é isso que querem. Não acredito em seus ideais pífios de resguardar seja lá quem for de suas nações, com radicalismos extremos, em nome de seja Alá quem for, pois somos maiores em força, em armas, em organização. Não acredito em seus atos frios, nos quais homens e mulheres de bem pagam pela incompetência da minoria... Pois a maioria, somos nós, seres que atravessam esquinas; vão a escolas, vão a parques, a mercados, a países, e conhecemos culturas belas, sem que tenhamos o famigerado medo do próprio homem. Porque há homens e homens!

A esperança em acreditar, em ter que viver respirando o ar livre de todos os dias sem que tenhamos a grande preocupação em sermos assaltados na esquina ou mesmo no final do mês, no bendito salário... A esperança, aquela senhora sorridente que sai das sondas hospitalares na ultima hora, sobrevive, pois anda entre nós, e nos protege contra qualquer ato que não seja o de humanidade.

Acredito nos valores humanos, que, aos poucos, nos fazem acreditar que seremos mais que homens e mulheres. Seremos (e somos) feitos de partículas divinas, e delas podemos tirar nossos maiores enigmas, ou pelo menos o mais simples, como trabalhar a beleza de ser bom, justo e verdadeiro em nossos pequenos atos, nos esquecendo de que o passado foi nada mais que uma estrela que deu lugar a outra.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Pensamentos: a raiz do mal


Vigiai!

O Mal, quando se alastra na alma, não é o mesmo que se infiltra no físico, nas estruturas moleculares, ou fios de cabelos; esse grande mal que se adentra em nossa pobre e gentil alma, desfaz as outras estruturas graças à dependência delas em relação à outra. Não há nada semelhante...

Fico paralizado ante pensamentos que me desnorteiam quase que o dia inteiro, sem que eu possa reitira-los, assim como faço com um mosquito que me pousa e voa depois de uma pequena batida. E voa. Queria poder manipular tais pensamentos corrosivos, que me corrompem, que me atrasam, que me destroem...

Nada posso fazer, senão herculeamente tentar colocar outros em cima daqueles -- células mães de meu corpo físico, se tivessem com alguma doença corrosiva, mesmo assim, não se igualariam... – e, se possível, abrandar mais meu corpo que sente a dor, às vezes, o desejo infantil de ter, de poder, de levitar...! Não queria isso.

Pôr os pés no chão. Andar. Olhar para frente. Ser norteado por grandes pensamentos dos quais vieram os do passado que geraram mais outros, e assim por diante, até que façamos de nossos desejos cavalos de aço em nossas mãos, encabrestados pela vontade, que, advinda do mais sagrado ser, resolve equilibrar meu viver.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A Falta que Sofia nos Faz.


O esquecimento que leva ao abismo


Nesse fim de semana, refleti acerca da sabedoria. Desse sangue que precisamos em vida, do qual tiramos nossa espiritualidade, nosso amor, conhecimento... Desse rio do qual retiramos águas limpas, belas, puras... E enfim, mergulhei em Epíteto, nosso grande filósofo estoico, no qual pairou os mais belos ensinamentos, e até hoje, suas máximas nos engrandecem, para enfrentar a vida ou a morte.

Ler acerca do estoicismo, vivê-lo, é tão complexo para o mundo atual como colher uma flor apesar dos problemas que carregamos. É mais. É dar um cavalo de pau em um navio – quando este, se possível, estiver em alta velocidade, e fazer cento e oitenta graus em menos de alguns segundos. Mas... Há alguns que conseguem com seu próprio navio.

No entanto, com as ferramentas que temos hoje, chega a ser heroico (e estoico) nosso trabalho, porque, ao ler, queremos colocá-lo em prática, vivenciá-lo, e entrar em caminhos nos quais a chama do fogo sagrado circula e protege. Mal sabemos nós, no entanto, que, ao nos iluminar de longe, ou apenas em pensamento, já sentimos raios de sol fluírem em nossos meios...

Um dia me disseram, “se há Deus em suas possibilidades, você já o encontrou”. Realmente, nos falta um norte, para onde ir, se instalar, fincar bandeira, e morar nele. E ao contrário das grandes montanhas, nosso norte está ao nosso lado, à espera de um convite a se sentar, e colher a mais simples e sagrada paz.

Sim, nós já temos Deus em nossas possibilidades, mas não podemos nos esquecer de que Ele faz parte de nossos sonhos, de nossos ideais mais nobres, escondidos em nossas veias simbólicas. Está latente em nossas almas, além de se resguardar em uma natura tão perfeita, que somos incapazes de nela nos infiltrar.. pois temos medo.

A falta de uma sabedoria que nos faz ir atrás de Deus nas mínimas coisas é o que separa o trigo – os grandes mestres da humanidade, de nós, o joio. Sim, ás vezes atrapalhamos a natureza da vida, tentando racionalizar a simplicidade, os valores imutáveis, até mesmo personalizar as potencialidades, as quais bailam como flores em jardins imensos sorrindo de nossa ignorância.

E o homem, esse ser cientista, artista, filósofo por natureza, se debruça ante livros, pesquisas, à procura de sonhos para uma humanidade sedenta de espiritualidade. Por isso, guerras entre facções religiosas, conflitos entre igrejas de uma mesma esquina, e até mesmo entre duas pessoas que acreditam em Deus, mas não suportam sua expansão, sua característica de livre força e potência única que não admite, em sua qualidade, manipulação humana.

Mesmo assim, há aqueles que se subjulgam pontes firmes entre pessoas e Deus, esse mistério indecifrável, do qual se fala, se percebe, mas não se entende, graças à uma natureza sábia.

  
A falta de Sofia.

A falta de sabedoria, hoje, em compreender essa força cósmica, é tão natural quanto à própria natureza humana. No entanto, houve épocas em que, apesar do comportamento do individuo em relação ao conhecimento ser ínfimo, tínhamos indivíduos que surgiam como forças espirituais notáveis, o que nos faziam mais fortes. Havia mestres, escolas, lugares, pessoas comuns a comentar sobre alma, vida, verdade, justiça como se fossem pequenos professores saídos de suas escolas.

Havia, apesar dos pesares, filhos que se comportavam como filhos, pais como pais e mães como tal, graças à uma educação voltada ao que mais necessitamos, sabedoria. Claro que, se generalizarmos, cairemos em salas escuras procurando acende-la, porque há alguns grupos atuais na busca incansável pela verdade, ainda que sob regimes mentirosos, nos quais apenas os mais espertos se sobressaem..

Até mesmo na Idade Média, grandes filósofos foram lidos, tiveram suas obras modificadas, mas antes lidas, comentadas, mas que tiveram seu momento destaque, o que não acontece hoje...

O que acontece é um falatório confuso, cheios de pensamentos mais confusos ainda, com o dizer “filosofia não presta pra nada”. Ou seja, aquilo que modificou nações, estruturas educacionais, hoje, graças a uma mentira que se repetiu milhões de vezes e se tornou um grande muro da verdade, não se consegue entender a grande ponte do passado pela qual passaram milhares de sábios, heróis, políticos, generais, escravos e até mesmo cidadãos, os quais liam e reliam livros de outros tão mestres quanto estes.

Por isso, em pequenos focos, falas, conversas, atitudes, pensamentos – ainda que difícil – tentemos reerguer ensinamentos passados, de forma que não possamos apenas ler, mas fazer deles nossos aliados espirituais do dia a dia, porque há de ser, no futuro, mais que preciso.







À minha mãe, que não abre mão de suas convicções.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Fortalezas Invisíveis

Há pessoas que se vão, como sementes que nascem, crescem, dão troncos, folhas, frutos, sombras, e são fortes na chuva, no sol, até mesmo em desertos, no qual, quando sozinhas, brilham tão fortes quanto o sol que machuca a mais forte estrutura.

Há pessoas e pessoas. Há humanos e não humanos. Vamos falar de humanos. Esses pequenos filhos de Deus que buscam forças além-vida para sobreviver em meio a um mundo tão frio e opaco; falar desses seres maravilhosos que nos deixam rastros em vida, e quando partem para uma missão misteriosa, nos bate uma dúvida se realmente eram humanos.

Por isso, as palavras heroísmo, divindade, santos, solares, filhos sagrados.. se perdem em semânticas perfeitas, ao passo imperfeitas quando nos chegam à voz. Falta-nos tudo, inclusive – para não dizer somente – sabedoria.

E por causa dessa falta, recorremos a céus, a deuses que promulgam leis, a deuses que se revelam mesquinhos que precisam de seus fiéis ao seu lado, à frente de seu trono dourado. Montamos novos Olimpos.

E nascem mais humanos belos que surgem, às vezes, na pobreza, sem mesmo perceber que ela é um fator influente e mortal na consecução de seus objetivos. Mas ele não pertence à pobreza, à dor, ou mesmo à riqueza... Ele pertence à humanidade, ao mundo, para salvaguardar nossos valores, nossos maiores ideais...

São seres especiais. Mais que isso, moram em nossos corações, após sua ida ao imaginário coletivo – céus, infernos, paraísos... E lá, tenho a certeza, se houver a quem amar, ou mesmo um ser humano a defender, lutará contra as forças do mal, e libertará todos os homens em nome de uma justiça tão forte quanto à terrena...

São imortais. Ao perceber uma injustiça, estaremos ali, em nome daquele que morreu por ela. E viveremos em seu nome, pois seus rastros nos ensinam mais que palavras em livros, mais que metáforas profundas acerca do nada, apreciada e divulgada, graças a escritores modernos que nunca beberam da água de uma realidade que transborda nas favelas, nos morros, nos hospitais, nas escolas...

E por eles vamos orar. São divinos agora. Tornaram-se deuses. Pois, a cada levantar do dia, a cada dormir, pedimos forças para viver um pouquinho melhor em um sistema pobre, sem governo, enaltecido apenas pelos interesseiros de plantão, os quais ganham com a miséria humana.

Nós, não. Somos estrelas que não precisam de noite para brilhar, porque buscamos melhorar, ainda que em leitos hospitalares sujos, cheios de sangue passado, a humanidade, no leito do próximo, pois ali tem uma alma que precisa urgentemente de justiça e amor.

Há estrelas que nasceram tão fortes, que nos apaziguam com seu olhar, e nos dão fortalezas inexpugnáveis. Estas, cujo mistério ainda Deus guarda, enriquece o homem e lhe dá mais vida, em uma batalha incansável contra um grande inimigo tão natural quanto nós, chamado ignorância.






(Mãe, tenha força, mais do que nunca. A estrela da senhora ainda brilha tão forte quanto o primeiro dia em que nasceu)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A Cerca do Mundo de Platão


Dedo indicador para cima: mundo invisível

Gosto de brincar com as palavras, e o título acima descreve isso. Quando temos o termo “cerca” seguido de “a” (juntos), temos “acerca”, o que significa “sobre”. Exemplo: quero falar acerca de Platão (sobre Platão). E quando tenho o termo “cerca” separado do artigo “a”, temos “a cerca”, o que significa “O substantivo ‘cerca’ articulado pela vogal ‘a’, dando a ideia de cercado – com paus e arames, etc”- (A cerca de seu José ficou no chão depois da boiada). E, por último, a expressão “cerca” seguida de “de”, preposição, separada, significa “por volta de”, “mais ou menos”... (Cerca de duas pessoas leram o texto)...

Acima, por mais ilógico que se assemelhe, quero salientar o significado de cerca, mas da maneira mais metaforizada possível, no sentido mais restrito da palavra, ou seja, uma cerca imaginária, metafórica, com finalidades semânticas, para não dizer simbólicas.

Porque, ao pronunciar o nome Platão, já nos vêm certas anomalias em forma de pensamentos os quais se rebuscam entre si, até ficarem loucos. Mas não é assim que vamos analisar uma das mais incríveis ideias do mestre (com confusões), e sim, de forma simples, sem atermos a grupos filosóficos, ou filo-religiosos-sociais, apenas ao que um dia representou, simbolicamente, ao que chamamos de Mundo das Ideias, analisado por grupos respeitados de filósofos contemporâneos, que ainda seguem a tradição.

O inicio de uma ideia


Os romanos sempre disseram que Roma era uma ideia. Todos sabem o que Roma era. Uma das mais guerreiras e respeitadas cidades da civilização, seja ela antiga ou moderna. Era a potência do mundo. Diziam que Roma era o centro do mundo, e o era. Mas por que esse inicio? Porque os romanos acreditavam nesse grande feito chamado Roma, que, antes de se formar, fora influenciada por várias outras nações, também incríveis – tanto no quesito político, quanto no religioso e social foram perfeitos.

Eles tinham parâmetros a seguir, fosse educacional, familiar, religioso, profissional... Tudo. Tudo moldado para viver em função daquela ideia coletiva de cidade. Mas sabiam, também, que, para seguir uma ideia, haveria de ter leis rígidas e universais; tanto que, até hoje, temos leis romanas imutáveis.

Os romanos não eram fãs de muita teoria, isso eles deixavam para os gregos, que gostavam de filosofar de forma peripatética, em forma de círculo, assim como os grandes mestres o fizeram. Por isso, segundo dizem, Platão pode ter influenciado o modo de viver dos romanos, de maneira tão profunda quanto os próprios gregos. Isso os tornou universais, pela prática de uma filosofia profunda a qual não se consegue imaginar quanto. O mundo das ideias, talvez, tenha tido sua maior relevância nessa época.
  
Esmiuçando...

Até mesmo Aristóteles ficou sem entender um pouco tal mundo, que, para ele, teria que funcionar às avessas! Explico. Platão dizia que as coisas reais tinham sua fôrma num mundo perfeito, depois os homens, em suas reminiscências, as plasmariam com o tempo, concretizando-as; não, todavia, o que era nato, mas inato ao homem, também, como o sol, os planetas, etc. Aristóteles dizia que a fôrma seria as coisas que estariam presentes, pois não haveria de ser possível algo surgir do nada sem que houvesse uma referência.

Platão, assim como muitos filósofos, iniciou-se nos mistérios ocultos, o que não acontecera com seu maior discípulo. E isso conta, e muito, em um mundo no qual apenas opiniões são relevantes. E ele sempre dizia “ O mundo é feito de opiniões”.

Explanando mais o assunto, podemos tentar entender esse Mundo Perfeito. Não precisamos nos iniciar, claro, apenas sondar acerca do que entendemos, baseados em premissas respeitadíssimas.

A Roda, o Fogo...

Quando o homem inventou a roda, por exemplo, não inventou nada. Nem mesmo moldou o circulo, pois na Natureza, há círculos em demasia como o sol, os planetas... Assim, o fogo, cujos elementos se “escondiam” na natureza, o homem só os fez unirem-se, e o mesmo para outras invenções, como a do avião, que, como todos sabem, está entre as mais disputadas do século. A maioria diz que Santos Dumont inventou o avião, mas os Estados Unidos dizem que foram os irmãos Max...

Enfim... A palavra inventar também contém suas restrições. Quem inventa deve considerar que trouxe os elementos necessários para que o elemento maior seja concretizado, plasmando à sua necessidade, para a humanidade. Mas têm aqueles que possuem o lado mal, interesseiro, viu e mórbido que transformam rosas em armas bélicas, imaginem o que fizeram com o avião...?

No mundo, não há inventores. Explico: é como se morássemos em um quarto cheio de brinquedos, imagináveis ou não, um quarto grande, mas que, por falta de tempo (ou sei lá...), não pudéssemos ver todos eles. Ao começar a inventar alguns, não quer dizer que estes não estejam dentro daquele quarto. É assim que funciona.

Por isso, não entenderam quando Platão dizia que vivemos com o perecível, com o mundo das sombras, e que o mundo perfeito não se encontra ao nosso alcance, e ao mesmo tempo está dentro de nós; diria, hoje, ainda, se estivesse vivo, que, até mesmo a esfera mais perfeita em nossa visão, imaginação, ainda seria imperfeita se relacionada com o mundo perfeito.

Quando falamos de ser vivo então... O mestre, se muitos leram, sabe que se referia não somente aos objetos a nossa volta, mas a nós, este amontoados de carne e esqueleto, os quais são bem estruturados, mas que perdem sua beleza e perfeição dentro do mundo das ideias. O que temos, em nós, desse mundo perfeito seria  o...

Nows


O espírito no Homem. E esse Nows estaria conectado ao maior deles, o que para os cristãos seria Deus. Mas para os filósofos seria o grande Nows, o espírito maior – o que para nós qualquer opinião acerca disso seria reverberar sobre o que está nas costas do sol. Ou seja, é melhor pararmos por aqui. Entretanto, não deixa de ser Deus, o que, na realidade, não difere da opinião cristã, mas para Platão, a ideia de Deus era mesma do Mundo das Ideias.




Entenderam por que a brincadeira da cerca de Platão?

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Uma Questão de Opinião

Platão dizia que vivemos num mundo de opiniões. E estava certo. Nada há nesse mundo que não opinemos ou trazemos opiniões, graças às influências de terceiros, quartos, quintos, e daí por diante, além dos grandes e pequenos e médios sábios – sem falar daqueles irrisórios pensadores dos quais pronunciamos máximas e delas ainda tentando sobreviver acima de tudo e todos – que coisa hein!?


Opinião: cordas de aço

Depois de fazer das opiniões bandeiras em protestos, ou seja, depois de nos influenciarmos pelo mau gosto, pela falta de gosto, e às vezes pelo que não nos leva a nada, batemos no peito e dizemos... “eu sou assim!” ou, aos mais radicais jovens “eu serei sempre assim”.

Mal sabem esses filhos de uma natureza falha que opinião é semelhante a plástico ao vento. Sempre mudam de lugar, e dependendo do ponto de vista, de cor, de forma, e na maioria das vezes, nem parece plástico... Mas por quê? Porque o mundo é feito de opiniões. E isso, desde que o mundo é mundo...

Raros são aqueles que se moldam em pensamentos clássicos e tentam, por si próprios, trabalhar seu modo de vida, fazendo com que haja o mínimo de opinião. Sim, pois, se tenho em mim uma vocação, tento trabalha-la, seja ela qual for, baseada em premissas universais, sábias, nas quais a humanidade seria a âncora de tudo... Talvez seriamos dotados de uma sabedoria paralela àquela que nos embutem no dia a dia. Isto é, se for sabedoria... Sabe por quê? Porque a opinião não entra naquilo que é natural e forte, e sim no que é volúvel.

Nascimento das Opiniões

As opiniões já vêm revestidas de interesse em modificar pessoas, projetos, ideias, de maneira vagarosa, corrosiva e ao mesmo tempo voraz. Aquele que nasceu em meio a um mundo de opiniões, e não percebe, morre sem saber que tudo que sabe nada mais é que a compilação de valores arcaicos, mentirosos, frios e ao passo vistos como éticos, profundos, morais, etc...

As opiniões são frutos de verdades, que, com o tempo, foram distorcidas. Há vários exemplos disso na Educação. Quando, por exemplo, se educa uma criança, dentro de parâmetros protetores, sabe-se, lá no fundo, que ela precisa passar por experiências em seu nível, assim com qualquer animal o faz; porém, o protecionismo arraigado o faz atrasado, involuido em relação ao que devia ser naturalmente...

Além do protecionismo, claro, nos ancoramos em vertentes mais fortes, como o medo, a coragem falsa, a ética falsa, o humanismo falso... Ou seja, seja ele qual for o critério que adotamos, aqui e agora, vamos sempre cair no critério (e nos subcritérios) da opinião. Não adianta aquele grande autor nos tentar passar alguma coisa lógica ao extremo para que possamos nos impressionar, pois são premissas baseadas naquilo que alguém falou, escreveu...

Eu poderia terminar dizendo “E assim caminha a humanidade”, mas queria dizer que, para que resgatemos nossas formas naturais de opinião, ou melhor, nossas reais experiências, é preciso que sejamos fiéis a nos mesmos, deixando que frases passadas sejam deixadas no passado. Claro que precisamos de máximas, de frases, de textos que nos elevem, que sejam, na maioria das vezes, pequenos sonhos a se buscar, mas – na minha opinião rs – podemos fazer nossas próprias máximas. Basta que sejamos referenciados por algo maior que nós, tipo... a nossa vontade, nossos sonhos, nossos desejos, os quais nunca conseguem ser, vamos dizer, encabrestados (!).

Porém, ainda digo, é preciso que saibamos lidar com premissas falsas, pois elas dominam o mundo, dominam seus pais, seus avós, seu cachorro, gato... (então dominam você, certo?), o que nos faz horrorizados e ao mesmo tempo cientes de que podemos fazer algo... Mas como?

Mais uma vez... Tentar buscar saber o que é nosso ou o que não é. Antes de pronunciar algo, saber se é um pensamento nosso, ou não. Ao ler um livro, tentar extrair o que achamos, não o que o autor acha. Se escrevemos, passar experiências somente suas, não de outros, com seu estilo, não de outros. Ao fazer um poema, seja o mais simples possível, com suas palavras, erradas ou não, presas ou não, livre ou...

Enfim, quando estivermos em meio a grandes homens que admiramos, ou menos que isso, tentar filtrar apenas o que nossa alma, lá no fundo, quer, não o que o racional (mente) quer, pois podemos cair naquela do intelectual sem inteligência. Imagine quantos temos no mundo!

Lembram-se daquele menino que foi o único a enxergar o rei nu? Então... Encontremos nas coisas o que elas realmente são, não o que dizem, pois podemos não ver o que ela representa.

Nas Igrejas, Campos...

Não só nas igrejas, que mexem e remexem com seres frágeis e na maioria das vezes não gostam de ler, de perguntar – imaginem! – ou que nunca tiveram pensamento próprio, graças ao pai ou mesmo à mãe que seguem tal caminho, há opiniões fortes em campos de futebol, em países ditadores, em casa...

Ou seja, gerações se fazem e se desfazem em nome daqueles que fazem milagres em nome de outros, ou morrem gerações em nome de batalhas as quais nunca deviam ter sido travadas.


Assim caminha a humanidade!

A Parte que nos Falta

"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....