quinta-feira, 7 de março de 2013

Feitiço do Tempo: a magia da vida (ii)



Nunca é tarde para trilhar o caminho correto



O filme, resumindo, conta a história de um apresentador de TV indo a uma cidade cobrir um evento -- o chamado dia da marmota --, e se depara com uma situação um tanto quanto inusitada: o dia é o mesmo para ele. Não passa.

Depois de várias loucuras e tentativas de suicídio, inclusive, com o rapto da própria marmota, pegando um carro e em alta velocidade se jogando em um precipício, sabe que não há outra alternativa... Toma uma decisão: mudará sua maneira de ser, e tentará, a partir daquele dia, repetitivo, tornar-se um pouco melhor, pois já havia se tornado de tudo, até ladrão.

Ao acordar, decide abraçar aquela pessoa que nunca dele recebera um simples “oi”, e, aquela senhora que sempre lhe pergunta para onde vai, antes de fazer-lhe antiga-repetitiva pergunta, recebe um grande abraço dele, que a sufoca de carinho. Se não fosse ela, ficaria ali, naquele bendito ato.

Saindo da pousada, encontra seu “amigo” Ned, o vendedor de seguros chato, do qual nunca conseguira se livrar, assim como da possa de água, que sempre pisava. Ao contrário dos outros dias, Connors espera a chegada do amigo na esquina, o vê com os braços abertos – como sempre o fez --, mas que, agora, é Connors que o abraça de maneira firme, sorridente, sincero, como se fossem reais amigos de um passado distante.

Ned, o corretor, agora, é que tenta livrar-se de Connors! Assim, percorrendo as ruas, encontra meios de fazer bem, seja a um grupo de velhinhas, seja a um garotinho que cai de uma árvore, o qual jamais agradece a Phill... Os dias, assim, teriam mais sentido.

O mais incrível, no entanto, acontece quando Connors tenta salvar a vida de um velhinho que sempre o pede esmolas na mesma esquina. O protagonista, sensibilizado, doa todo o dinheiro que possui na carteira, e mais tarde passa a observar o mendigo após saber que ele morre no frio, abandonado, junto a outros da mesma idade.

Determinado a salvar a vida do senhor, Connors o pega das ruas, o alimenta, o esquenta, mas...  O pior não pode ser freado. No fim, o mendigo, com toda a ajuda, falece no final. Connors se revolta, mas começa a entender que a vida...

Até onde posso ir?
Seus gestos começam a se propagar pela cidade. Sua gentileza, sua música, seus modos de cavalheiro, sua educação são como ventos que percorrem os ouvidos e bocas de todos os habitantes, que passam a adorá-lo.

Ele, contudo, não queria o amor de todos, mas sim de uma pessoa que ele sempre tentou cultivar desde o dia em que soubera que os dias seriam os mesmos. Andy MacDowel – a amável Rita.

E quando ela o vê esplendoroso, como dono de um piano, cuja música aprendeu nos dias que não se passaram, em um grande salão, de óculos escuros... revelou-se não apenas um grande pianista, como tocara uma música especial, da qual jamais nos esquecemos quando o personagem toca o tema do filme “Em Algum Lugar do Passado”. Simplesmente belo.

Após, “compra-lo” em leilão comunitário, para fins obreiros, Rita sente que seus olhos não poderiam mudar de direção, assim como seu coração. Ele, envolvido com a magia de sua presença, tenta ser cordial o máximo possível, e levá-la para o seu quarto, já sem esperanças em vê-la no outro dia, ao lado dele...

A magia do tempo se desfez. Connors, ao acordar, viu que o tempo se passara. Até a música que o acordara era outra, a neve que que caia do outro lado da janela era, enfim, a continuação de outra, e outra... E o mais incrível, Rita, sua amada, lá estava de olhos cerrados de sono, em sua cama, pela primeira vez, depois muitas tentativas, durante todo o tempo que se repetia... Ela, talvez, tivesse sido seu maior presente, sua maior razão de mudar como pessoa e levá-lo a ser um homem de bem.



Volto com mais magia do tempo!

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"É ótimo ter dúvidas, mas é muito melhor respondê-las"  A sensação é de que todos te deixaram. Não há mais ninguém ao seu lado....